quarta-feira, 6 de maio de 2009

Veja

1º de maio de 2009
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CONNEB






Porto Alegre, 1 de maio de 2009.

- Vais para de falar....

- Você é irresponsável. ...

Inicio minha manifestação com um questionamento: Alguém pode me responder quem é o dono do Congresso Nacional de Negras e Negras do Brasil - CONNEB?

Estamos chegando à fase mais importante, mas também a mais complicada da construção do Projeto do Povo Negro para o Brasil.

Tomo a liberdade, assumo a responsabilidade, de citar alguns nomes, mas a pergunta acima e para qualquer um que queira responder.

Companheiros Flavio Jorge, Marcos Cardoso, Edson França, Julião, Jerônimo Silva, Gilbertinho, Cleide Hilda, Martinha, Marco Resende, Marcio Alexandre, Yedo Ferreira, Nuno, Egboni Conceição, Reginaldo Bispo e outras e tantos outros, gostaria de saber se minha opinião com relação à forma que temos atrasado o CONNEB não tem sido publicas e explicitadas nos espaços onde nos encontramos e reunimos.

Mas ser chamado de “irresponsável” por quem nos momentos mais necessários da construção do debate nunca esteve presente, isto não podemos aceitar.



Se os Companheiros ainda não puderam me responder espero que o Art. 1° do Regimento do Congresso não tenha sido mudado, pois se foi, por favor, nos avisem.

O diz o Parágrafo Único do Art. 4°:



Portanto, em meu entendimento as decisões são coletivas a partir do temário proposto e consolidadas no PLENÁRIO das Assembléias Estaduais e Nacionais.

Bem, aqui para mim e que esta o centro de todos os problemas que impedem o andamento do Congresso:



Precisamos entender, e sabemos das dificuldades financeiras, mas as decisões de: organização, implementação e desenvolvimento das atividades e do colegiado da Coordenação Política Nacional e não da Comissao Executiva, como bem fala o Regimento do Congresso aprovado em abril de 2007, na cidade de Belo Horizonte/MG.

Por tanto leia-se o que diz o Art. 09°:



Mas infelizmente hoje os membros da Comissao Executiva entendem que as decisões são deles e não da Coordenação Política Nacional, como prevê o Art. 09° do Regimento do Congresso.

Por isto, volto a repetir e assumo o que estou afirmando ao colocar o nome daqueles companheiros e companheiras lá em cima de minha mensagem:

1. As minhas opiniões com relação ao papel da Comissao Executiva e desconhecido de algum dos seus membros?

2. Alguma vez, fiz algum comentário que não tenha sido publico e publicizado aos membros da Comissao Executiva com relação a minha posição pessoal?

Podemos e devemos ter opiniões diferenciadas. Temos de explicitá-las, faz parte do processo democrático e da construção coletiva.

Se pensássemos todos iguais não estaríamos em Entidades, Organizações e partidos diferentes, como também temos de respeitar a opinião e o pensamento daqueles que não militam em organizações e em partidos.

Bem faço de novo a pergunta: De quem é o CONNEB?

Pois precisamos definir de uma vez qual o nosso papel como seres que querem mudar a realidade de uma população que vem sendo oprimida a mais de 500 anos.

Precisamos definir e aprender a repassar responsabilidades, mas também as pessoas precisam aprender que quando falam não falam só em seu nome, falam no nome de um coletivo que lhe confiou a representatividade.





Falo em responsabilidade pois fomos indicados para falarmos em nome de um coletivo de Entidades em nosso Estados que acreditam que quanto estamos em alguma reunião representando aqueles que nos desiguinaram a representatividade, estamos falando aquilo que foi aprovado pelo coletivo, não aquilo que e de meu interesse ou da organização que represento, mas sim do coletivo.

Por isto o papel de uma Coordenação Política Nacional com representação de todos os Estados que estão trabalhando e pensando o Projeto do Povo Negro para o Estado Brasileiro.

Por isto exercitar a troca de confiança, pois você só se torna um líder se aqueles que você esta a liderar em determinado momento, confiam no trabalho que você esta realizando.

E foi isto que fizemos lá atrás, no inicio deste trabalho, que não podemos esquecer, que a construção deste Congresso não é nossa, mas sim de Companheiros e Companheiras que a muito tempo vem lutando para que isto aconteça. Desta vez não cometerei o erro de citar quem ou quantas pessoas foram que iniciaram este sonho, mas não posso deixar de citar que tive aproximação da necessidade da realização deste Congresso no ano de 2001, na cidade de Porto Alegre, através do Companheiro Yedo Ferreira do Movimento Negro Unificado – MNU, que naquele ano passou as minhas mãos vários documentos elaborados por ele que apontavam para esta construção. Depois a outra pessoa que não posso deixar de citar que me fez buscar mais informações sobre este Congresso foi o meu Camarada José Lucio “Socialista”, da UNEGRO/RJ.

Por tanto com isto quero dizer que Companheir@s e Camaradas, conjuntamente vêem construindo este momento, que não é o momento de uma pessoa ou de uma entidade, mas um momento do conjunto do coletivo do povo negro deste país.

Por fim, e sei que algumas pessoas irão se perguntar o porque desta mensagem, não podemos aceitar a forma deselegante e desrespeitosa que algumas pessoas vêem tratando as decisões do conjunto do coletivo.

Não podemos aceitar que acordos de interesse pessoal atrapalhem as decisões do coletivo, pois assim já mais poderemos dizer que representamos o coletivo de negras e negros deste país.

Volto a solicitar e aguardo que os companheiros citados acima ou até mesmo aqueles que não foram citados possam me responder: Quem é o DONO do Congresso Nacional de Negras e Negras do Brasil, pois se formas caluniadores, difamadoras e desrespeitosas como tem acontecido por pessoas mal intencionadas, que querem se denominar como donos da verdade dentro do CONNEB continuarem acontecendo, corremos o risco de não construirmos o Projeto do Povo Negro para o Brasil.

Por tanto, não abro mão de colocar a publico minha opinião, mesmo que não seja de interesse de muitas pessoas.

E que precisamos urgentemente chamar uma reunião da Coordenação Política Nacional para que possamos construir a Assembléia do RS e no plenário fazermos o debate de opiniões.

E encerro dizendo: não é a Comissão Executiva que define os rumos do Congresso e sim a Coordenação Política Nacional.







JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS DA SILVA

Secretário Geral da UNEGRO/RS



Contatos:

51.91792404

53.99491618

jassrs@gmail. com

jass_rs@terra. com.br

www.joseantoniodoss antosdasilva. blogspot. com

MSN: jass_rs@hotmail. com

Skype: jassrs62



"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons" Martin Luther King.



Ubuntu: é uma antiga palavra Africana, cujo significado é "humanidade para todos". Ubuntu também quer dizer "Eu sou o que sou devido ao que todos nós somos".

Professor da UFRGS é condenado por Racismo

REPASSANDO:

--- Em qui, 30/4/09, ronaldofreitas@ natura.net escreveu:

De: ronaldofreitas@ natura.net
Assunto: PROFESSOR DA UFRGS É CONDENADO POR RACISMO
Para: biratoledo@terra. com.br, brudeb1964@yahoo. com.br, andreagro2004@ terra.com. br, vieirapas@yahoo. com.br, cedn@setecs. mt.gov.br, gabrielarr.santos@ gmail.com
Data: Quinta-feira, 30 de Abril de 2009, 14:43



30 de abril de 2009 | N° 15955AlertaVoltar para a edição de hoje
JUSTIÇA
Professor da UFRGS é condenado por racismo
Tribunal e universidade mantêm em sigilo identidade do docente processado

Dois comentários com conotações racistas proferidos em sala de aula foram determinantes para que um professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fosse condenado pela Justiça Federal.

A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF) determinou que o professor pague uma multa civil no valor de uma remuneração mensal do seu cargo universitário pela atitude. O episódio ocorreu em março de 2000, durante o primeiro dia de aula da disciplina Leguminosas de Grãos Alimentícios. O TRF e a UFRGS mantiveram ontem o nome do docente em sigilo.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o professor teria dito frases como "os negrinhos da favela só tinham os dentes brancos porque a água que bebiam possuía flúor" e "soja é que nem negro, uma vez que nasce, é difícil de matar".

Uma sindicância foi aberta pela faculdade, à época, mas se concluiu que não havia ocorrido nenhuma conotação racista nas afirmativas do professor. Segundo o inquérito administrativo, ele teve "o intuito de criar um ambiente mais descontraído no primeiro dia de aula" e, ainda, que teria feito uso de expressões informais usuais no meio rural relacionadas aos negros.

O MPF ingressou com uma ação na 6ª Vara Federal de Porto Alegre, mas o acusado foi absolvido. Mesmo assim, o órgão recorreu ao tribunal.

Apesar de o professor ter declarado que não disse as frases com intenção pejorativa, alunos disseram que ele teria se retratado ao fim da aula e, em aulas posteriores, tentado intimidar o aluno ofendido.

Segundo o relator do processo, juiz federal Roger Raupp Rios, convocado para atuar na corte, um professor com o grau de intelectualidade do réu não teria como ignorar o conteúdo racista nas expressões utilizadas. Além da remuneração mensal do seu cargo, na multa instituída pela magistrado deverão estar incluídas todas as vantagens e adicionais que recebia quando ocorreu o fato. O professor ainda poderá recorrer da decisão.


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Detentos de Caxias do Sutl certificados

Detentos de Caxias do Sul recebem certificados do projeto Cozinha Brasil
01/05/2009 19:30


Cinquenta e quatro detentos que cumprem pena em regime fechado na Penitenciária Regional de Caxias do Sul receberam, nesta quinta-feira (30), certificados de conclusão por participarem do curso de capacitação alimentar do Projeto Cozinha Brasil.O programa é uma ação conjunta do governo do Estado, através da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Poder Judiciário, e integra o Projeto de Prevenção à Violência (PPV), do governo estadual.

A iniciativa estimula na população carcerária a aprendizagem de um oficio e tem como objetivo trabalhar junto aos apenados conceitos de educação alimentar, saúde e qualidade de vida, além de contribuir para a ressocialização dos detentos ao incentivar o empreendedorismo.

Na solenidade de formatura, por questões de segurança prisional, participaram 20 reeducandos. Eles prestaram homenagem especial à presidente do Comitê de Ação Solidária do Gabinete da Governadora, Tarsila Crusius. Uma mensagem escrita pelos detentos foi lida pelo reeducando Marcos Ferreira, agradecendo pelo apoio e pela viabilidade do projeto no sistema prisional do Rio Grande do Sul.

Emocionada, Tarsila destacou o trabalho do governo gaúcho para humanizar a estrutura dos estabelecimentos prisionais "Sabemos dos desafios que temos para enfrentar os problemas históricos do sistema prisional, mas quero reafirmar aqui que existe neste governo vontade política de oferecer condições humanas, promoção social, capacitação e alternativas de inserção à população carcerária. Este projeto é um exemplo disso", afirmou.

Ao salientar o alcance social do projeto, a coordenadora do Cozinha Brasil no Rio Grande do Sul, Rosângela Lengler, relatou o interesse dos detentos. "Eles foram extremamente pró-ativos, demonstraram vontade de aprender, perceberam a oportunidade que era oferecida. O Rio Grande do Sul é um exemplo do trabalho do Cozinha Brasil no sistema prisional", enfatizou.

O delegado Jorge Henrique Teixeira Rodrigues disse que a experiência no Presídio de Caxias demonstra que o acesso do apenado ao programa "canaliza de forma positiva a energia acumulada."

Na primeira etapa, uma unidade móvel - moderna e equipada - percorrerá sete casas prisionais. A meta, até 2010, é atender todas as unidades do sistema penitenciário no Rio Grande do Sul. Inédito, o projeto piloto foi implantado em 2008, no Presídio Modulado de Montenegro, no Vale do Caí, beneficiando 25 apenados do regime fechado. Posteriormente, dois cursos contemplaram 105 detentas da Penitenciária Feminina Madre Pelletier e outros 57 apenados do Presídio Central de Porto Alegre. Com a conclusão do curso em Caxias do Sul, mais 54 foram beneficiados pelo projeto.

Fonte: Site do Estado

Retrato Falado do Assassino da Dentista

Retrato falado do suspeito da morte da dentista
01/05/2009 19:42


A Polícia Civil divulgou o retrato falado do suspeito da morte de Márcia Nascimento Gomes, de 32 anos. O corpo da dentista foi descoberto na última segunda-feira, à beira da rodovia, na Rota do Sol, Litoral Norte do Estado. As características do homem, segundo testemunhas, são:


Compleição física: largo (estrutura óssea grande);
Cabelo: careca, cabelos castanhos claros somente nas laterais, bem aparado; olhos verdes, cor branca; rosto arredondado liso; orelhas normais; boca normal, olhos grandes e sobrancelhas ralas. O homem aparentava, ainda segundo as testemunhas, ter de 30 a 40 anos.

O caminhão que o suspeito tripulava, conforme informação da equipe de investigação da Polícia Civil, sob coordenação do delegado Roland Short, é um Mercedes Benz, de cor vermelha, tipo 1620 ou 1318, com carroceria de madeira e com lona de cor preta.

Fonte: Ascom PC

Boletim Semanal

BOLETIM SEMANAL

Sexta-feira, 1 de maio de 2009







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CIA

Barbárie e impunidade
30/04/2009 11:33:15




Wálter Fanganiello Maierovitch

De 2002 a 2005, os 007 da Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana utilizaram técnicas brutais e desumanas nos interrogatórios de islâmicos suspeitos de ter vínculos com organizações terroristas. A causar inveja aos franceses que torturaram os árabes da Argélia (1962) e aos brasileiros a serviço da ditadura iniciada em 1964.

Esses 007 da CIA só não conseguiram se igualar ao que fizeram, em Grozny (Chechênia), os russos da FSB (sucessora da KGB) e da Spetsnaz do Ministério do Interior. Desapareceram mais de 5 mil chechenos, na luta contra o terror iniciada em 1999 e finda em 2006. Do registro oficial consta que poderiam ser ligados ao terrorismo checheno, que ficou conhecido pelas ações sangrentas no Teatro Dubrovka, de Moscou, e em uma escola de Beslan: 334 mortes.

Nesta semana, o semanal britânico Sunday Times entrevistou dois agentes da Spetsnaz que estiveram na Chechênia. Entre outras barbaridades, eles contaram que, nos interrogatórios e com marteladas, amassavam dedos ou quebravam joelhos dos acusados. Quanto aos desaparecidos, “explodiram e viraram pó”, para evitar o encontro de corpos.

Relatório do comitê de inteligência do Senado americano revelou que, na era Bush, as técnicas empregadas pelos 007 da CIA estavam em flagrante violação à legislação interna e ao estabelecido no Artigo 16 da Convenção das Nações Unidas contra o Terror, subscrita pelos Estados Unidos.

Acrescente-se que a então conselheira para questões de segurança nacional, Condoleezza Rice, autorizou, em 2002, e sem antes colher parecer jurídico obrigatório, o interrogatório do suspeito Abu Zubayda com emprego do waterboarding. O waterboarding consiste em acorrentar o interrogado numa maca inclinável. Os olhos são vendados e um pano é utilizado para cobrir-lhe a boca e o nariz. Uma mangueira de grosso calibre despeja água sobre a boca e o nariz do torturado, de modo a dar sensação, com a simultânea inclinação da cabeça, de afogamento em banheira. Em síntese, trata-se de uma simulação de afogamento, a produzir dióxido de carbono no sangue e tornar difícil a respiração.

Abu Zubayda foi submetido a 83 sessões de waterboarding. Fora a sua colocação em contêiner cheio de insetos, que acreditava serem venenosos. Na justificativa do pedido feito a Condoleezza, em 2002, constava que Abu Zubayda dominava informações a respeito de iminentes ataques terroristas.

Além do waterboarding, a CIA utilizou, sempre com autorização superior, outras técnicas covardes e inconcebíveis em uma democracia. Por exemplo, o walling, no qual o interrogado encapuzado era obrigado a manter os calcanhares encostados num falso muro. De surpresa, era puxado pelo peito e arremessado o tronco deslocado contra o muro, este dotado de aparelho a multiplicar o barulho provocado pelo impacto.

Também era recorrente a privação de sono ou de alimentos, golpes no abdome, tapas na cara, estrangulamento simulado, palmadas com a as mãos em concha nas orelhas. A nudez era uma forma de constranger o interrogado na presença de agentes de outro sexo. Existia ainda o isolamento em contêiner e o wall standing: em pé, corpo inclinado e com os dedos das mãos apoiados em uma parede.

No supracitado relatório do Senate Intelligence Committee, presidido por John Rockefeller, ficou patente a responsabilidade de Condoleezza Rice: o parecer do Departamento de Justiça no sentido de não considerar o waterbording prática proibida veio depois do sinal verde dado por Rice. Recentemente ouvida no Congresso, a ex-secretária de Estado desconversou ao dizer que lembrava de uma discussão sobre o waterbording, mas não sobre empregos e implicações.

Condoleezza recebeu as explicações sobre o waterboarding em reunião com o ministro da Justiça, John Ashcroft. Em 2003, o emprego do waterboarding foi revelado ao vice-presidente, Dick Cheney, ao secretário de Estado, Colin Powell, e ao ministro da Defesa, Donald Rumsfeld. Nenhum deles determinou a suspensão da prática.

Para o Departamento de Justiça do governo Bush, nenhuma das técnicas poderia ser considerada como tortura. No waterboarding, concluiu-se pela inexistência de “dano mental prolongado”, pois o “alívio era quase imediato, quando o pano de cobertura é removido. Segundo os “juristas” de Bush, a tortura apenas se caracteriza quando ocorre grave dor física ou sofrimento mental. Portanto, waterboarding, tapas na cara, golpes com o dorso da mão aberta e sem anéis ou soco-inglês, entre outras, eram ações legítimas no trato com suspeitas de terrorismo.

Na segunda semana de abril, o presidente Barack Obama decidiu dar publicidade a quatro memoriais de torturas cometidas pela CIA, mas não encaminhou à Justiça a identidade dos executores das torturas. Agora, com o relatório do Comitê de Inteligência do Senado, tem-se os nomes dos responsáveis pelas autorizações pedidas pela agência. Ou seja, de Bush a Rice, passando pelo vice-presidente, ministros e secretários.


Wálter Fanganiello Maierovitch

Escreve na CARTA CAPITAl, sao paulo.

Obama

OBAMA, CUBA E A AMÉRICA LATINA

Mauro Santayana – Jornal do Brasil, Rio de janeiro
Domingo, 19.04.2009



O povo norte-americano não conheceu os dissabores do colonialismo,
como os conhecemos. O povoamento do território começara pouco antes do
confronto que, na Inglaterra, opusera os Comuns e os Stuart, e
manteria a tensão política na Grã Bretanha até a Glorious Revolution
de 1688, não deixando tempo para outras preocupações. No século 18,
com a expansão imperial inglesa na África e na Ásia, Londres tampouco
se preocupou com a América: ali só havia bons ingleses, cnservadores
de sua cultura e de suas crenças. Não havia por que temê-los, nem por
que os tratar com arrogância.
As tensões internas nos Estados Unidos só se iniciaram com a expansão
ao Oeste e ao Sul, que os levou a dizimar povos autóctones, a comprar
territórios vizinhos, como os do Vale do Mississipi (incluindo a
Luisiania), da França, e o Alasca, da Rússia, e a invadir estados
soberanos, como fizeram com o México, no qual se apoderaram de 1,3
milhão km2. Pensando como europeus, os norte-americanos deles herdaram
a ideia de supremacia sobre os vizinhos. Sentiam-se no direito de
estender a “civilização”, substituindo os espanhóis na exploração dos
bárbaros do Sul. É de se lembrar que “humanistas” da Europa aplaudiram
a guerra contra os mexicanos, ocorrida entre 1846 e 1848.
Essa visão preconceituosa, aliada à ganância de lucro dos homens de
negócios, separou a América do Norte dos povos latino-americanos. Os
países que mais sofreram foram os menores, como os da América Central,
que se transformaram em repúblicas bananeiras, exploradas pelas
companhias norte-americanas, entre elas a famigerada United Fruit. Os
países meridionais, ainda que distanciados, também sofreram e ainda
sofrem seu domínio político e econômico. Há ainda a registrar sua
frequente intervenção nos assuntos internos latino-americanos, como na
Guerra do Chaco entre o Paraguai e a Bolívia, e a promoção de
sangrentos golpes de Estado, entre eles os do Chile, da Argentina e do
Brasil.
Há um passivo difícil de ser liquidado. Ele é ainda maior no caso de
Cuba. O governo Eisenhower não conseguiu entender o objetivo real da
Revolução Cubana, que era, além de melhorar a vida de seu povo, o de
derrubar Batista e impor a moralidade burguesa aos costumes de Havana,
com o fechamento dos bordéis e o controle dos cassinos explorados pela
máfia de Chicago. Poucos dos revolucionários ( o Che entre eles)
imaginavam ser possível um regime socialista na ilha. A pressão dos
poderes de fato dos Estados Unidos levou o governo de Washington a
iniciar sua hostilidade contra os revolucionários, hostilidade que
cresceu no governo do presidente Kennedy, tão louvado pelos que não
conhecem bem a raiz quadrada da História. Castigados primeiro pela
ocupação direta dos Estados Unidos, amputado o seu território com o
enclave na Baía de Guantánamo, que perdura em suas costas como bócio
incurável; submetidos ao bloqueio econômico, os cubanos buscaram o
apoio soviético. E foi esse apoio, aliado à posição de alguns governos
latino-americanos da época, entre eles, de forma firme, o Brasil, que
impediu Kennedy e seus sucessores de arrasarem o país e seu povo.
Raúl Castro aceitou negociar com os Estados Unidos, de “igual para
igual”. Se isso vier a ocorrer, será a primeira vez. Desde que os
americanos intervieram na guerra de independência de Cuba e, vencendo
a Espanha, ocuparam a ilha, os cubanos são tratados com desdém.
Qualquer seja a opinião que tenhamos de seu regime e de seus
dirigentes, é admirável sua resistência ao longo de quase meio século.
Raúl não se opõe a mandar para os Estados Unidos os dissidentes do
regime que se encontram presos e suas famílias, e só exige que cinco
cubanos, prisioneiros na Flórida, sob a acusação de espionagem, sejam
devolvidos à pátria. Diante disso, será difícil continuar o bloqueio
contra a ilha.
De qualquer forma é estranho que os Estados Unidos, que mantêm a
prisão de Guantánamo, uma afronta aos princípios elementares de
justiça; que confessadamente sequestram e torturam cidadãos
estrangeiros; que invadiram o Iraque e patrocinaram a farsa do
julgamento e a oprobriosa execução de Saddam Hussein, falem de
respeito aos direitos humanos em Cuba.
Resta saber se eles, sob Obama, estão decididos a respeitar a
soberania de Cuba, nas negociações que se articulam, ou desejam
simplesmente restaurar a democracia dos tempos de Gerardo Machado e
Fulgêncio Batista, seus fiéis vassalos.

Pobres do Mundo

Estimados compañeros y compañeras de la Solidaridad con Cuba:
Por considerarlo de interés, les remito Reflexiones del compañero Fidel.

Saludos Solidarios,

María Antonia Ramos



O DIA DOS POBRES DO MUNDO

Amanhã é o Dia Internacional dos Trabalhadores.


Carlos Marx instou à união: “Proletários de todos os países, uni-vos”, embora muitos pobres não fossem proletários. Lênin, ainda mais abrangente, também chamou aos camponeses e aos povos colonizados a lutarem unidos sob a direção do proletariado.


A data da celebração foi escolhida em honra aos mártires de Chicago que em 1º de Maio de 1886 iniciaram uma greve, num país capitalista cuja massa trabalhadora era vítima do desemprego e de outras calamidades associadas às crises econômicas, inseparáveis do sistema. Seus direitos não eram reconhecidos e os sindicatos eram vistos pela burguesia como se fossem organizações terroristas inimigas do povo dos Estados Unidos.

Os capitalistas usaram posteriormente suas melhores armas: a divisão e o economicismo para desmontar a luta revolucionária. O movimento operário ficou dividido e para muitos, as exigências sindicais no meio da pobreza imperante, eram o objetivo principal, mais do que a mudança da sociedade.

Os Estados Unidos tornou-se no país capitalista com maiores diferenças entre as rendas dos ricos e as dos pobres. À sombra de sua hegemonia, a América Latina converteu-se, pela sua vez, na área do Terceiro Mundo, onde as desigualdades entre ricos e pobres eram mais profundas. Os ricos desfrutavam de níveis de vida comparáveis com os das burguesias dos países desenvolvidos da Europa. A noção de Pátria tinha desaparecido nas camadas mais ricas da população.

O choque entre a grande potência do Norte e a Revolução Cubana era inevitável. A heróica resistência do povo de nosso pequeno país foi subestimada.

Hoje estão dispostos a nos perdoar se nos resignamos a voltar para o redil como se fôssemos escravos que, depois de conhecer a liberdade, aceitam novamente o chicote e a submissão.

Hoje o planeta debate-se entre crises econômicas, pandemias, mudanças climáticas, perigos de guerras e outros problemas associados. A tarefa política vira mais complexa, e ainda existem aqueles que se enganam quando acham que os povos podem ser movimentados como fantoches.

Ainda não pode ser dita a última palavra sobre a evolução futura da atual administração norte-americana. Existem novos elementos, tanto de caráter objetivo quanto subjetivos. Estudamos e observamos cuidadosamente cada um de seus passos. Não somos incendiários como alguns imaginam más também não ingênuos que se deixam enganar facilmente por aqueles que acham que o único que importa no mundo são as leis do mercado e o sistema capitalista de produção. É dever de todos lutar em favor da paz; não existe alguma outra alternativa. Contudo, o adversário jamais deverá imaginar que Cuba vai se render.

É o nosso desejo de que cada Primeiro de Maio milhares de homens e mulheres de todos os cantos do planeta festejem conosco o Dia Internacional dos Trabalhadores, que temos celebrado durante 50 anos. Não em vão, muito antes do dia 1º de Janeiro de 1959 proclamamos que nossa Revolução seria a Revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes. Os resultados de nossa Pátria no domínio da educação, da saúde, da ciência, da cultura e de outros ramos, e especialmente a força e a unidade do povo, demonstram-no, apesar do bloqueio desapiedado.

Fidel Castro Ruz

Abril 30 de 2009 / 18h18

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Petróleo

Pedro H. Gonçalves 02 Maio 2009 - 16h03 - Correio da Manhã (Portugal)


Tupi: Galp participa na exploração de uma das maiores reservas de petróleo do mundo
“Petróleo do Brasil é dos brasileiros”
Brasil prepara novas leis que podem complicar o futuro das empresas petrolíferas estrangeiras a actuar no país. Galp garante que não está preocupada.




O presidente do Brasil, Lula da Silva, garante que “o petróleo do Brasil é dos brasileiros” e prepara-se para aprovar novas leis relativamente à extracção do petroleo em que os contratos assinados “serão a pensar nas gerações futuras”.



A Galp, que tem cinquenta contratos com o governo do Brasil, no entanto não se mostra surpresa com esta atitude defensiva.



“Não estamos preocupados”, referiu em conferência de imprensa esta sexta-feira, no Brasil, Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp, salientando que tem a garantia do ministro da Energia brasileiro da “santidade dos contratos assinados”, e não fica surpreendido pelo facto de no futuro poder ser legalmente mais difícil explorar petróleo em terras e águas brasileiras. Agora que é público a riqueza petrolífera do país, “é normal que as regras mudem”. O novo regime jurídico, que ainda terá de ser apresentado ao presidente do Brasil, deverá exigir uma maior carga fiscal das empresas petrolíferas estrangeiras para explorar as reservas petrolíferas do Brasil ou mesmo ‘fechar a porta’ a muitas dessas empresas.



Contudo, a Galp aposta forte no Brasil, país onde tem direccionado metade do seu investimento total de exploração e produção, 900 milhões até 2013.No passado dia 1 de Maio a produção começou no poço brasileiro de Tupi, a 280 quilometros da costa do Rio de Janeiro, naquela que é a considerada uma das maiores descobertas mundiais a nível de reservas de petróleo e gás. No poço do Tupi, a Galp tem 10% da exploração e apesar de agora, numa fase de testes, apenas serem produzidos 14 mil barris por dia, as expectativas é de que em 2010 este poço produza 100 mil barris por dia.



É um terço de tudo o que se consome por dia em Portugal a nível de petróleo. Mesmo assim, Ferreira de Oliveira reitera que um dos objectivos da Galp é chegar aos 300 mil barris por dia, o que significaria que Portugal seria autosuficiente em matéria de petróleo e gás. “Queremos crescer com os pés na terra, mas com a ambição firme de atingirmos a autosustentabilidade em termos de petróleo e gás”, referiu Ferreira de Oliveira. E de acordo com o responsável da Galp, as reservas da empresa estão avaliadas em 2,1 mil milhões de barris. Se fosse possível utilizá-las todas simultaneamente, seria o suficiente para abastecer todo o mercado nacional durante 21 anos.



Em 2020, a estimativa é de que as partipações da Galp em poços de petróleo espalhados pelo globo,chegue aos 150 mil barris por dia, metade das actuais necessidades nacionais.



SAIBA MAIS



- Actualmente, a produção da Galp situa-se em 15 mil barris, especialmente com poço de petróleo em Angola

- No total, o investimento de exploração e produção da Galp em todo o mundo ascende a 1,9 mil milhões de euros.

- A exploração petrolífera da Bacia de Santos, considerada como uma das maiores reservas do mundo, é para Ferreira de Oliveira “o maior projecto industrial do mundo da próxima década”



GALP PODE CHEGAR A TER 800 MIL BARRIS/DIA


Com o arranque da exploração do campo Tupi, que está a ser explorado por um consórcio que integra a Petrobras, BG e Galp, a empresa petrolífera portuguesa ganha acesso potencial a 800 mil barris por dia, num futuro a longo prazo. O campo do Tupi é uma reserva de petróleo onde se estimam que possam ser extraídos até oito mil milhões de barris de petróleo e gás natural.



A importância da exploração deste poço de petróleo foi considerado pelo presidente Lula da Silva, como “a segunda independência do Brasil”, na qual a Galp tem uma fatia de 10% de tudo o que seja extraído. Ferreira de Oliveira refere a sua convicção de que a actual administração da Galp “está claramente a construir uma empresa de petróleos de média dimensão” após a sua aposta no Brasil. Os analistas da empresa consideram que os activos da Galp deverão valer entre 5 mil a 6 mil milhões de euros, sendo que o Brasil tem uma fatia que ultrapassa os 70 por cento.

'OPEP NÃO MANDA NADA”

O presidente do Brasil, Lula da Silva garante que que não tem “nenhuma paixão” de entrar na OPEP. “Parece que a OPEP tem todo o poder que pensa que tem”, ironizou Lula da Silva, que questionou ainda, “quando o preço aumenta, a OPEP diz que não é ela, quando o preço baixa, também que não é por sua causa, então qual é o seu poder?”. O presidente do país que se está no caminho de se tornar num dos mais importantes exportadores de petróleo do globo lançou ainda críticas aos países mais ricos, por causa da crise económica e financeira que actualmente se vive.



“Hoje, quando eu converso com o presidente Obama, com a Angela Merkel, da Alemanha, com o Gordon Brown, da Inglaterra, com o Sarkozy, percebo que eles estão numa situação muito difícil porque ninguém tem resposta para a crise. Eles não sabem o que fazer porque também ainda não sabemos o tamanho desta crise e não sabemos se já chegou no fundo do poço”, acrescentou Lula da Silva que ironizou o G20. “Agora, somos importantes, sou convidado para o G20, G8, tudo que tenha G”.




Pedro H. Gonçalves, Enviado especial ao Rio de Janeiro



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Arnaldo Jabor




Gostem ou não, o texto é imperdível..."




















LEIA... IMPERDÍVEL !!!
















Estou fazendo minha parte


Arnaldo Jabor

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;

Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...

Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.

- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.

Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai..
Brasileiro tem um sério problema
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo..

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.

Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.

Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.


- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.

Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores)..
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.


Democracia isso? Pense !

O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.

No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?? ?
Grande coisa..

O Brasil é o país do futuro.
Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?


FAÇA A SUA PARTE (SE QUISER) REPASSE !

Convite

CONVITE

APRESENTAÇÃO DA POLÍTICA INTEGRAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA E O PLANO OPERATIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DE SUL


Companheiros e companheiras favor divulgar nas listas de voces. Vamos lotar o Dante Barone.



**Os telefones para inscrição gratuitas a partir do dia 11/05 são 51 32132184 c/Sila ou Fátima e 51 39011474 c/Aurea ou Cleci.



Stênio Dias Pinto Rodrigues





APRESENTAÇÃO DA POLÍTICA INTEGRAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA E O PLANO OPERATIVO NO ESTADO DO RIO GRANDE DE SUL






Porto Alegre/RS





04 a 05 de junho de 2009



Local: Auditório Dante Barone

Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul

Porto Alegre – Centro – Praça da Matriz



1 – Proponente:

Escola de Saúde Pública/Secretaria Estadual de Saúde/RS

SEAUD/RS/Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa/Ministério da Saúde

IACOREQ - Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes de Quilombos



Apoio:

Congregação em Defesa das Religiões Afro-brasileiras – CEDRAB

Instituto Zumbi Vive

Conselho Estadual de Saúde/RS

Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre

Associação Gaúcha de Doença Falciforme – AGAFAL

Centro Ecumênico de Cultura Negra – CECUNE

União de Negros pela Igualdade - UNEGRO/RS

Núcleo de Estudos Afro-brasileiro do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – NEAB/HCPA

Grupo Temático Pedagógico Ponto "Z"

Comissão Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial do GHC - CEPPIR-GHA






Objetivo geral:

Apresentar para a comunidade, instituições públicas e privadas, gestores de saúde, educação em saúde, controle social e demais movimentos sociais do Estado do Rio Grande do Sul, a Política Nacional Integral de Saúde da População Negra e o Plano Operativo.



Público Alvo:


6.1 - gestor estadual e gestores municipais de saúde;

6.2 – conselheiros e representações dos movimentos negro e comunitário;

6.3 - representação das comunidades dos remanescentes de quilombos do RS;

6.4 -, coordenação de políticas afirmativas das administrações municipais;

6.5 - trabalhadores do ministério da saúde, trabalhadores em saúde;

6.6 - representantes de universidades;

6.7 - estudantes dos cursos das áreas da saúde, sociologia, direito, antropologia ----- Original Message -----

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Solicitação

Experimente ainda http://www.minpet. gov.ao/default. aspx



2009/5/1 Lier





Caros amigos, bom dia! Sou angolanista em formação. Como professor e pesquisador, em nível universitário estou perquirindo a produção de petróleo e gás natural em áreas inativas e com acumulações marginais (pequenos campos de petróleo e gás cujos volumes de produção não interessam às grandes empresas, mas atraem pequenos e médios investidores e geram trabalho e renda em regiões geralmente marcadas por baixo IDH) no Brasil e em Angola. Assim, pediria auxílio de quem pudesse me apresentar contatos em empresas como a SONANGOL, bem como me indicar sites ou outras fontes onde a legislação angolana sobre a matéria pudesse ser inicialmente pesquisada.

Muito obrigado,

Lier





--
http://bimbe. blogs.sapo. pt

__._,_.___

Consultores

Consultores de longo prazo, Moçambique
ADRA, Adventist Development and Relief Agency procura consultores de longo prazo para Moçambique
Apply by: 15 May 2009.

ADRA is seeking candidates for an upcoming project in Mozambique , focusing on crop disease control and mitigation, smallholder livelihood and agribusiness development, and coastal crop diversification.

Qualifications for all candidates:
Experience in Lusophone Africa (PALO P ) is preferred
Fluency in Portuguese and English, written and spoken
Advanced degrees and 5 years of experience is required for mid-level positions
Working knowledge of Microsoft Office applications
Experience on donor projects in program design, management, or implementation is preferred
All positions are contingent upon ADRA being awarded this project.
P lease indicate the position sought. Only finalists will be contacted.
Women and minorities are encouraged to apply.

Project Manager, to oversee all aspects of project implementation, including:
P rovide overall management and technical direction, and ensure that the project is managed according to the approved yearly work-plans and achieves monitoring and evaluation plan targets.
Identify issues and risks related to program implementation in a timely manner and suggest appropriate program adjustments.
Maintain strong relationships with the home office, donor personnel, partners, collaborators and other stakeholders, represent ADRA and the project to the public and the donor community.
Job Qualifications:
Minimum of Masters degree in agribusiness, agricultural economics or related field
Experience in one or more of the following technical disciplines: establishing and strengthening producer associations, linking producers to markets, establishing/ strengthening extension services, building capacity of rural agribusiness

Other positions:
Deputy P roject Manager
Disease/ P hytosanitary Control Specialist: tree removal in Coconut Lethal Yellowing Disease (CLYD)-infected areas and replanting of coconut trees,training programs and responsible use of fire and quarantine methodologies.
Agronomist: coconut replanting and intercropping efforts.
Marketing/Business Development Specialist: build marketing capacity of the coconut industry and of traders and processors in Zambézia and Nampula A
Social Specialist/Communit y P articipation Specialist: serve as the liaison between stakeholder institutions, project beneficiaries and the project team
Financial Administrator/ Grant Manager: develop the operational rules and procedures for the grant fund in accordance with donor specifications
Project Accountant
Monitoring & Evaluation Specialist

Job ID Job Title Location P osted Date
1338 ADRA Mozambique- MCC Monitoring & Evaluation Specialist MZ 04-22-09
1337 ADRA Mozambique- MCC P roject Accountant MZ 04-22-09
1336 ADRA Mozambique - MCC Financial Administrator/ Grant Manager MZ 04-22-09
1335 ADRA Mozambique - MCC Social Specialist/Communit y P articipation Specialist MZ 04-22-09
1334 ADRA Mozambique- MCC Marketing/Business Development Specialist MZ 04-22-09
1333 ADRA Mozambique- MCC Agronomist MZ 04-22-09
1332 ADRA Mozambique- MCC Disease/ P hytosanitary Control Specialist MZ 04-22-09
1331 ADRA Mozambique- MCC Deputy P roject Manager MZ 04-22-09
1330 ADRA Mozambique- MCC P roject Manager MZ 04-22-09

Etiquetas: Moçambique


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VER http://ppplusofonia .blogspot. com

Cultura

Os interessados em receber o convite para o Colóquio, é só pedirem-me.



From: Helder Vaz [mailto:heldervaz@ cplp.org]
Sent: segunda-feira, 4 de Maio de 2009 17:49
To: Helder Vaz
Subject: Cidadania no espaço da CPLP: estado da questão.



Exmos. Srs.



O Secretariado Executivo da CPLP tem o prazer de informar a realização, no âmbito da Semana Cultural da CPLP, do Colóquio subordinado ao tema: Cidadania no espaço da CPLP: estado da questão.



Os objetivos principais da iniciativa são: a recuperação da discussão da Cidadania e Circulação no Espaço da CPLP; a avaliação de progressos e; suscitar do debate sobre possíveis linhas para prossecução futura.



O Colóquio conta com o apoio da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia.



PS: O Secretariado muito agradece a divulgação do programa do evento, em anexo, em local próprio nas V. instalações.

Mesas Áfricas

Camaradas,



Segue, agora pelo meu mail pessoal, o convite para participarem da Semana da África que estamos organizando na UFF.

Prezada(o) Pesquisador( a),
Aproveito para reforçar o convite para participação na próxima “Semana da África” no Depto de História da UFF, entre os dias 25 e 28 de maio - um encontro de pesquisadores envolvidos com temas africanos, cujo objetivo principal é colocar juntos os pesquisadores sobre o tema, facilitando a troca de informações e experiências.
Nosso convite visa sua participação numa mesa de debates para apresentar seu projeto de pesquisa, sua pesquisa em andamento ou recentemente concluída.
Aos que tiverem interesse em participar, por favor, enviem título e resumo de sua apresentação para o e mail semanadaafricauff@ yahoo.com. br até dia 5 de maio, sem falta, para que possamos providenciar a divulgação e o material impresso.
Atenciosamente
Grupo de estudos africanos da UFF e NEAF (Núcleo de Estudos Brasil África)

Augusto Boal





CARTA O BERRO. ..........repassem.




Numa quinta-feira de 1971 o carcereiro com aquelas chaves de motorneiro abria a porta de ferro da Cela 3 do Presídio Tiradentes para "depositar" mais um preso político que fazia a Ditadura tremer de ódio. Desta vez entrava na nossa cela, Augusto Boal. Camisa xadrez, cabelo esvoaçante, simples e simpático. Foi logo recebendo as boas vindas dos companheiros e a injeção de moral alta. Eram sete beliches. Cedi a minha cama e subi para o beliche de cima para ele não ter que escalar aquela escadinha estreita. Demos tempo para ele descançar e chamamos para o jantar em volta da nossa mesa redonda. Construçãodo companheiro Flávio. Ali fazíamos as nossas refeições,todos juntos. Ali era, também o lugar onde todos se reunião para a leitura resumida dos jornais, as palestras do companheiros da nossa cela ou de outras, inclusive para as críticas e auto-críticas necessárias. Eram sete celas no Pavilhão um do Presídio Tiradentes. Boal logo se enturmou ao coletivo e propós falar às sextas-feiras sobre o teatro, sobretudo do Opinião. Ganhou , no curto espaço que lá permaneceu, a simpatia de todos. Alípio Freire, Mosca, Flávio, Gorender, Silvio, Vicente, Buda e outros. Quando saiu deixou um monte de revista e livros para a biblioteca coletiva. Era o que todos faziam.
Meses depois é entregue clandestinamente para os companheiros da cela o seu livro relatando aquela experiência fora e no convívio conosco. (com pseudônimo de cada um) parecia que era um esboço de uma futura peça.
Vim vê-lo muitos anos depois, aqui em Ribeirão Preto-SP, numa encenação-ensaio do Teatro do Oprimido. Foi uma alegria inimaginável e com direito a autógrafo no "Cela 3". E depois um chopp gelado no Pingüim.
A nossa homenagem ao companheiro Augusto Boal. Leitor e incentivador da Carta O Berro, até o fim.
Agradecemos a sua luta e a tudo que nos deixou.
Vanderley Caixe
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DEBATE ABERTO

Boal está vivo!

Boal detestava a mediocridade, o servilismo e o silêncio dos que fingem que não vêem o que se passa. Era um homem direto e franco, sem jamais perder a ternura dos bons. Certamente, depois de morto, será ainda mais reconhecido, na nossa trágica tradição de valorizar mais os mortos do que os vivos.

Luís Carlos Lopes

Canalhas de todo o mundo não fiquem alegres. Boal está vivo! Vocês que torturaram o seu corpo, que infamaram seu trabalho, jamais venceram ou vencerão. Podem causar danos, adiar projetos, mas não conseguirão impedir que exista espaço para gente talentosa e com forte postura ética. Pobres de vocês, que jamais serão conhecidos pela honestidade e pela solidariedade com os demais membros da espécie humana.

É verdade que ele se foi, que não mais o veremos no plano físico, entretanto, ele jamais morrerá no coração de todos os oprimidos da face da Terra. Os seus 78 anos bem vividos foram suficientes para ele dizer a que veio e deixar um legado imortal de um brasileiro, carioca, suburbano, revolucionário e doce como goiabada.

Vocês que nunca o compreenderam e nem fizeram questão de melhor conhecê-lo, não sabem o que perderam. Pessoas como ele não existem em cada esquina. Simples, profundo e companheiro de todos que possuem o espírito livre e a consciência no lugar. Boal jamais foi arrogante como vocês. Nunca disse que sabia mais do que ninguém. Não precisava de marketing pessoal e nem de tietagem comercial.

Sua presença bastava e se impunha por si só, em tudo o que fazia no Brasil e no exterior. Deixou uma legião de admiradores e formou gerações de pessoas interessadas em contribuir para a construção de sociedades mais justas. Sua fama correu mundo, bem como o respeito pelo seu trabalho. Nada pedia pelo que fazia. Recebeu até poucas homenagens, considerando a grandeza de sua intervenção no mundo da vida.

Certamente, depois de morto, será ainda mais reconhecido, na nossa trágica tradição de valorizar mais os mortos do que os vivos. Não importa. Ele era o próprio teatro, e ele continuará a usar suas peças e, sobretudo, seu método e seus infindáveis ensinamentos. Estes retiravam material da alegria de estar vivo e de olhos abertos. É verdade, Boal detestava a mediocridade, o servilismo e o silêncio dos que fingem que não vêem o que se passa. Era um homem direto e franco, sem jamais perder a ternura dos bons.




Luís Carlos Lopes é professor.

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O filho do padeiro e a revolução

Em uma época na qual a arte se identifica e se organiza em tendências de temporada, será cada vez mais raro encontrar um artista cuja tendência radical na direção da justiça é obra de uma vida inteira. Augusto Boal construiu uma carreira pontuada muitas vezes por lances decisivos, não apenas pessoalmente, mas para a história do teatro brasileiro. Por meio de sua obra, o andar de baixo finalmente vem à luz e personagens como operários, cangaceiros e jogadores de times de várzea ganham o palco. O artigo é de Kil Abreu.

Kil Abreu (*)

Filho de um padeiro português que chegou ao Rio de Janeiro por se recusar a servir como soldado em uma guerra com a qual não concordava e de uma certa senhora que abandonara o primeiro noivo praticamente no altar para casar, por decisão e gosto, com um “aventureiro”, Augusto Boal aprendeu desde logo que o mundo pode ser mudado, bastando para isso decisão e coragem. Toda a sua invenção no teatro parece se basear nesta fé sobre o efeito da ação do homem no mundo, que não é apenas um lance retórico, como no teatro burguês, e deve ser encontrada nos motivos da vida ordinária.

Foi assim que ele construiu uma carreira pontuada muitas vezes por lances decisivos, não apenas pessoalmente, mas para a história do teatro brasileiro. Convidado ao então promissor Teatro de Arena, em 1956, empresta ao grupo os conhecimentos aprendidos, de encenação e dramaturgia, em uma recente temporada nos Estados Unidos. Principal ideólogo nos caminhos de uma cena preocupada em com as contradições da sociedade, é Boal quem intui que um teatro novo, com assuntos ainda não levados ao palco, pede também uma cena nova, com dramaturgia própria e um repertório técnico e artístico que dê conta de suportar a representação da realidade em chave crítica. Introduz o método de Stanislávski, que havia estudado no Actor's Studio, com vistas ao naturalismo que seria de grande valia para a primeira fase de renovação da cena que o Arena promoveria. O andar de baixo finalmente vem à luz e personagens como operários, cangaceiros e jogadores de times de várzea ganham o palco. Era a hora da representação dos temas nacionais, quando dirigiu, entre outros, Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Viana Filho (1959), espetáculo que dá seguimento a Eles não usam Black-tie, peça de Guarnieri (1958) dirigida por José Renato.

Ainda em 1960, de mãos dadas com os ensinamentos vindos de Brecht e o seu teatro épico, Boal escreve Revolução na América do Sul , uma mistura de teatro de agitação, tradições populares e revista musical. O espetáculo tem direção de José Renato e afirma com grande inventividade as marcas que pautariam toda a sua produção posterior: de um lado, o espírito criativo iconoclasta, experimental e, de outro, a certeza de que a experiência estética não é mero formalismo, é meio para a discussão urgente de algum aspecto da vida em sociedade.

O período que vai de 64 a 71, contabilizada a grande sede de justiça social provocada pelo golpe, é o período da resistência que inclui ações em várias frentes: alinhado ao CPC da UNE, já na ilegalidade, Boal dirige, no Rio, o Show Opinião, com Zé Ketti, João do Vale e Nara Leão. Em São Paulo cria, com Guarnieri e Edu Lobo, o musical Arena Conta Zumbi, cuja estrutura modelar seria aproveitada em outras montagens (Arena conta Bahia, Arena conta Tiradentes, Arena conta Bolívar). O propósito é evidente: fazer, através de personagens históricos ligados às lutas populares, o cotejamento com a realidade atual do país, apontando a necessidade de mobilização e de mudança. Mas não é só. Para que o efeito crítico seja efetivo os espetáculos trazem, entre outras inovações, o “sistema coringa”, uma técnica através da qual todos os atores interpretam todos os personagens e a fábula é conduzida por um narrador, que à maneira brechtiana faz a mediação crítica e chama a platéia a acompanhar as cenas à luz da razão.

É ao fim deste duro período, quando finalmente será exilado depois de passar por tortura e de ver suas montagens censuradas, que está o nascedouro da experiência que consagraria Boal como um dos artistas brasileiros mais importantes do mundo. É quando surgem os princípios que vão orientar as técnicas que mais adiante serão aplicadas ao seu Teatro do Oprimido. É criado o Núcleo Independente, oriundo do Arena, que teria ação importante na periferia de São Paulo nos anos 70. O primeiro espetáculo chama-se Teatro Jornal 1a. edição e inspira-se no trabalho de um grupo de agit-prop americano dos anos 30, o Living Newspaper. O procedimento fundamental está próximo do que mais tarde seria o Teatro Fórum: os atores lêem as notícias do dia e criam situações cênicas para debater pontos de vista e lançar novos olhares sobre o noticiado.

Expulso do seu país, Boal prossegue com seu trabalho no exterior, primeiro na Argentina, onde desenvolve a estrutura teórica dos procedimentos do teatro do oprimido. É quando passa a sistematizar e a praticar uma revolução verdadeira. Simples como o são as coisas necessárias e urgentes, o Teatro do Oprimido tem como palco qualquer lugar onde um grupo de cidadãos possa se reunir e tem como fiinalidade dar voz, através da representação simbólica do mundo, aos que em geral permanecem calados. Com uma técnica engenhosa, que leva aquele que seria o espectador do teatro burguês ao lugar de atuante no curso dos acontecimentos, é uma forma teatral que desmistifica a coisa estética para ver a beleza no exercício de autonomia do sujeito, quando este é chamado a intervir no andamento da ação e a dar sentido político à sua própria existência. Recentemente o Teatro Legislativo, gênero derivado do TO e surgido durante o mandato de Boal como vereador no Rio de Janeiro, foi responsável pela criação de treze Leis municipais, todas nascidas da discussão comunitária, em encontros nos quais a população apresentou, através do teatro, as suas demandas.

Nomeado pela Unesco Embaixador Mundial do Teatro em março deste ano, Boal deixa seus livros traduzidos em vinte idiomas e centros de teatro do oprimido espalhados por mais de setenta países.

Nesta semana de homenagens póstumas não será demais lembrar uma fala, na apresentação da sua autobiografia, em que ele dizia que a idéia de se autobiografar é algo quase imoral, pois que o importante é a obra, não o homem. Mas o fato é que seu gênio artístico fará falta, sim, e tende a parecer cada vez mais uma anomalia, um idealismo ingênuo – como, aliás, está tratado já subliminarmente, nas falas de despedida, pela grande mídia e por vários dos seus companheiros de jornada, hoje rendidos ao mercado do entretenimento. Em uma época na qual a arte se identifica e se organiza em tendências de temporada, será cada vez mais raro encontrar um artista cuja tendência radical na direção da justiça é obra de uma vida inteira.

(*) Kil Abreu é jornalista, crítico e pesquisador do teatro. É curador do Festival Recife do Teatro nacional e coordena o Núcleo de Estudos do teatro contemporâneo da Escola Livre de Santo André.

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Carta do MST a Augusto Boal

"O teatro mundial perde um mestre, o Brasil perde um lutador, e o MST um companheiro. Nos solidarizamos com a família nesse momento difícil, e com todos e todas praticantes de Teatro do Oprimido no mundo", diz carta do Movimento dos Sem Terra em homenagem a Augusto Boal. "Aprendemos contigo que podemos nos divertir e aprender ao mesmo tempo, que podemos fazer política enquanto fazemos teatro, e fazer teatro enquanto fazemos política. Poucos artistas souberam evitar o poder sedutor dos monopólios da mídia, mesmo quando passaram por dificuldades financeiras. Você, companheiro, não se vergou, não se vendeu, não se calou".

Redação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou a seguinte carta escrita em homenagem a Augusto Boal, falecido neste sábado, 2 de maio:

Companheiro Boal,

A ti sempre estimaremos por nos ter ensinado que só aprende quem ensina. Tua luta, tua consciência política, tua solidariedade com a classe trabalhadora é mais que exemplo para nós, companheiro, é uma obra didática, como tantas que escreveu. Aprendemos contigo que os bons combatentes se forjam na luta.

Quando ingressou no coletivo do Teatro de Arena, soube dar expressão combativa ao anseio daqueles que queriam dar a ver o Brasil popular, o povo brasileiro. Sem temor, nacionalizou obras universais, formou dramaturgos e atores, e escreveu algumas das peças mais críticas de nosso teatro, como Revolução na América do Sul (1961). Colaborou com a criação e expansão pelo Brasil dos Centros Populares de Cultura (CPC), e as ações do Movimento de Cultura Popular (MCP), em Pernambuco.

Mostrou para a classe trabalhadora que o teatro pode ser uma arma revolucionária a serviço da emancipação humana.

Aprendeu, no contato direto com os combatentes das Ligas Camponesas, que só o teatro não faz revolução,. Quantas vezes contou nos teus livros e em nossos encontros de teu aprendizado com Virgílio, o líder camponês que te fez observar que na luta de classes todos tem que correr o mesmo risco.

Generoso, expôs sempre por meio dos relatos de suas histórias, seu método de aprendizado: aprender com os obstáculos, criar na dificuldade, sem jamais parar a luta.

Na ditadura, foi preso, torturado e exilado. No contra-ataque, desenvolveu o Teatro do Oprimido, com diversas táticas de combate e educação por meio do teatro, que hoje fazemos uso em nossas escolas do campo, em nossos acampamentos e assentamentos, e no trabalho de formação política que desenvolvemos com as comunidades de periferia urbana.

Poucas pessoas no Brasil atravessaram décadas a fio sem mudar de posição política, sem abrandar o discurso, sem fazer concessões, sem jogar na lata de lixo da história a experiência revolucionária que se forjou no teatro brasileiro até seu esmagamento pela burguesia nacional e os militares, com o golpe militar de 1964.

Aprendemos contigo que podemos nos divertir e aprender ao mesmo tempo, que podemos fazer política enquanto fazemos teatro, e fazer teatro enquanto fazemos política.

Poucos artistas souberam evitar o poder sedutor dos monopólios da mídia, mesmo quando passaram por dificuldades financeiras. Você, companheiro, não se vergou, não se vendeu, não se calou.

Aprendemos contigo que um revolucionário deve lutar contra todas, absolutamente todas as formas de opressão. Contemporâneo de Che Guevara, soube como ninguém multiplicar o legado de que é preciso se indignar contra todo tipo de injustiça.

Poucos atacaram com tanta radicalidade as criminosas leis de incentivo fiscal para o financiamento da cultura brasileira. Você, companheiro, não se deixou seduzir pelos privilégios dos artistas renomados. Nos ensinou a mirar nos alvos certeiros.

Incansável, meio século depois de teus primeiros combates, propôs ao MST a formação de multiplicadores teatrais em nosso meio. Em 2001 criamos contigo, e com os demais companheiros e companheiras do Centro do Teatro do Oprimido, a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré. Você que na década de 1960 aprendeu com Virgílio que não basta o teatro dizer ao povo o que fazer, soube transferir os meios de produção da linguagem teatral para que nós, camponeses, façamos nosso próprio teatro, e por meio dele discutir nossos problemas e formular estratégias coletivas para a transformação social.

Nós, trabalhadoras e trabalhadores rurais sem terra de todo o Brasil, como parte dos seres humanos oprimidos pelo sistema que você e nós tanto combatemos, lhes rendemos homenagem, e reforçamos o compromisso de seguir combatendo em todas as trincheiras. No que depender de nós, tua vida e tua luta não será esquecida e transformada em mercadoria.

O teatro mundial perde um mestre, o Brasil perde um lutador, e o MST um companheiro. Nos solidarizamos com a família nesse momento difícil, e com todos e todas praticantes de Teatro do Oprimido no mundo.

Dos companheiros e companheiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

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Entrevista: No palco, soluções para a vida real
por cristiano última modificação 05/05/2009 13:51
Entrevista publicada em novembro de 2005 na edição 141 do Brasil de Fato






“Augusto Boal inovou e reinventou o teatro”, já disse sobre ele o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Mais importante do que assistir a um filme, diz o dramaturgo, é que as pessoas pensem também ser capazes de fazer filmes. Ou que as pessoas que recebam um livro para ler sejam também incentivadas a escrever livros elas mesmas. Essas afirmações definem não apenas Boal como todo o seu trabalho, mais que conhecido – praticado nos cinco continentes. Criador do Teatro do Oprimido, ele foi o diretor artístico do Festival Nacional do Teatro Legislativo, que aconteceu entre os dias 25 e 30 de outubro, no Rio de Janeiro.




Nesta entrevista ao Brasil de Fato, Boal fala de seu trabalho e conta que a primeira lei brasileira de proteção às testemunhas de crimes importantes surgiu a partir de um projeto do Centro do Teatro do Oprimido, no qual os grupos populares apresentavam espetáculos em que o público é convidado a entrar em cena, substituir o protagonista e buscar alternativas para o problema encenado.






Brasil de Fato – O que é o Teatro Legislativo?

Augusto Boal – O Teatro Legislativo foi a necessidade que nós sentíamos, antes de eu ser vereador, de transformar em lei aquilo que era um desejo manifestado pela população do Teatro Fórum. Neste, você apresenta o problema, e não as soluções possíveis. Por exemplo, o Shakespeare tem uma peça, Hamlet, em que ele fala que o texto deve ser um espelho, e esse espelho deve refletir a realidade como ela é: com nossos vícios e nossas virtudes. Isso é a opinião dele, o teatro é um espelho. Eu acho isso bonito e tudo. Mas ao mesmo tempo acho que a gente não tem que pensar só em compreender a realidade. Tem que procurar transformar a realidade. Esta sempre deve ser passível de uma transformação e vai necessitar sempre da transformação. Então, eu gostaria que o teatro fosse um espelho mágico, no qual você penetra e, não gostando da imagem que ele reflete, você vai lá dentro e lá modifica essa imagem. A gente sentiu que estava tendo idéias muito boas e tudo isso, mas na realidade a gente precisava de alguma lei. Mesmo que a gente saiba que as leis não são respeitadas no Brasil, é melhor tê-las ao nosso lado do que contra, contra nós. Então a gente começou a pensar na idéia de transformar em lei, entrando para a Câmara dos Vereadores. E eu fui candidato, fui eleito, por quatro anos.





BF – Por qual partido?

Boal – Pelo Partido dos Trabalhadores. Durante quatro anos a gente criou quase 20 grupos, no Rio de Janeiro inteiro, fazendo o Teatro Fórum. De 1993 a 1996. Chegamos a produzir quase 50 projetos de lei. Desses, 13 foram aprovados e hoje são leis. Algumas foram leis bastante localizadas.





BF – Projetos de lei surgiram dessas encenações?

Boal – Sim, com a platéia entrando em cena, havendo a discussão contraditória. Quer dizer, a peça trazia um problema, mas o primeiro espectador não achou uma solução boa, contra o segundo, o terceiro, o quinto. Então, fazendo muito o Teatro Fórum, a gente chegou a poder dizer: bom, o que eles estão querendo é uma lei nesse sentido. E eu apresentava essa lei. Entre elas, a primeira lei brasileira de proteção às testemunhas de crimes. Não havia nenhuma lei que protegesse as testemunhas. Nós fizemos durante meio ano, nas ruas, nas igrejas, nos sindicatos, nas escolas, em toda parte a gente ia, levava as peças e depois fazia a discussão teatral, com o espectador entrando em cena e dando sugestões. E aí, essa foi a primeira lei brasileira, que depois se transformou em uma lei estadual no Espírito Santo. E passou também a ser a base da lei federal.




BF – Fruto de uma encenação do Teatro do Oprimido?

Boal – Sim, de vários grupos, sobre o mesmo tema. Claro que depois o tema foi para Brasília, se ampliou enormemente, porque as possibilidades federais são bem maiores que as municipais. Quando eu saí (da Câmara de Vereadores) a gente continuou fazendo isso. Tem agora três ou quatro leis aprovadas depois que eu saí, porque é muito mais difícil manter a lei, sem ter um vereador ou deputado, assim totalmente empenhado.



BF – Como nasceu o Teatro do Oprimido?

Boal – Em 1970, quando eu trabalhei uma forma chamada Teatro Jornal, eram doze técnicas para ajudar as pessoas a transformarem notícias de jornal em cena teatral. Foi aí a semente do Teatro do Oprimido. O que aconteceu é que a gente não podia mais fazer teatro, tinha censura, invasão da polícia, prisões e tudo. Aí a gente falou: em vez de dar o produto acabado, vamos dar os meios de produção, a platéia produz o seu teatro.





BF – Um meio de produção cultural?

Boal – Sim, e teatral. Depois eu fui exilado, em 1971. Antes fui preso, torturado, aquela coisa “normal” da época. Fui banido, expulso do país. Na Argentina, comecei a desenvolver formas de teatro, como, por exemplo, o Teatro Invisível, em que a gente vai para a rua e faz uma cena, e não revela que é teatro, para que todo mundo participe. Depois, no Peru, é que eu comecei com o Teatro Fórum, em que a gente apresenta o problema, o espectador entra em cena e mostra alternativas. Então fui para Portugal, de lá passei a trabalhar em quase todos os países da Europa.





BF – E nesses países ficaram frutos de seu trabalho?

Boal – Sim, até hoje e cada vez mais. Na internet existe um página internacional do Teatro do Oprimido.





BF – Qual o endereço?

Boal – O nome é em inglês, porque a página é holandesa: www.theatreoftheoppressed.org/en. Então, você acessando aí vê que tem um mapa-mundi e aí você clica em qualquer continente e aparecem todos os países onde se pratica o Teatro do Oprimido. São, setenta, oitenta países. É o primeiro método da América Latina, de um continente do Hemisfério Sul, que é praticado no mundo inteiro.





BF – Por que você e o Teatro do Oprimido são excluídos da grande mídia?

Boal – Eu acho que todos aqueles artistas que fazem alguma coisa que é extremamente útil para a população e tudo, mas que não tem um gancho, como por exemplo um ator de televisão conhecido, ou algum outro evento que individualize as pessoas, esses são excluídos. Não é o Teatro do Oprimido, nem eu. É qualquer artista que não fizer assim. É excluído mesmo. Em geral, a mídia se interessa pela individualidade, só. E o que nós estamos tentando é fazer com que o Teatro do Oprimido seja usado em todo o tecido social. Não é ver, por exemplo, onde estão os talentos da favela da Maré. Nós não queremos transformá-los em atores de televisão, não é isso. Agora estamos lançando um projeto novo, que é a Estética do Oprimido. Nosso objetivo não é descobrir qual é o melhor poeta de Jacarepaguá, ou qual é o melhor pintor de tal lugar.





BF – Então, o que vocês querem não é o produto final, mas o processo de elaboração.

Boal – Sim, o processo estético é mais importante que o produto artístico. Agora, para quê a gente quer isso, não é um capricho, não é? É que a gente vive na Terceira Guerra Mundial, clara, e estamos perdendo. E essa guerra mundial que estamos perdendo é a guerra da informação. Liga a televisão, hoje, e você vai ver somente filmes estadunidenses, e só de violência. Você nota se o filme é estadunidense ou não, de inspiração em Hollywood ou não, se em cada cinco minutos tem um soco, um tiro, ou uma explosão. Aí isso é estadunidense. O filme europeu raramente tem isso.





BF – E o Teatro do Oprimido, também por não fazer isso não sai na mídia?

Boal – Não sai. Porque a gente quer é o contrário, quer que as pessoas em vez de ficar assimilando, produzam, produzam. Então elas vão questionar, inclusive, as informações recebidas. Se você é obrigado a escrever um poema, depois você se anima, porque os poetas se animam. Entre as domésticas, tem uma que não pára de escrever. Atola a gente de poemas.



BF – Essa é a Estética do Oprimido?

Boal – É isso, é fazer com que as pessoas se apropriem da arte. Não sejam massacradas pela informação.





BF – E como é o seu trabalho com os movimentos sociais?

Boal – Com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o trabalho é muito bom, mas seria melhor se a gente tivesse meios para isso. Há alguns anos, eles começaram a vir ao Rio de Janeiro, do Brasil inteiro. Trabalharam com a gente durante algum tempo, e passamos para eles o que podemos. Depois eles voltaram para seus Estados, Rio Grande do Sul, Pará, Pernambuco etc., e lá eles começaram a desenvolver o Teatro o Oprimido.




BF – São dificuldades logísticas?

Boal – E econômicas. Mas a gente trabalha com eles. E também com os sindicatos dos bancários, dos professores. E estamos trabalhando com dez grupos da periferia. Nas prisões, em seis ou sete Estados brasileiros. Com um projeto de um ano e meio, com o Ministério da Justiça apoiando. E sai caro, porque você imagina ir daqui para Recife e voltar.





BF – Trabalho com os prisioneiros?

Boal – Fazemos as duas coisas. Desta vez tentamos fazer com os funcionários, para que se sintam também participantes desse processo. Quer dizer, que eles entendam que são oprimidos também, e que não resolvem a opressão deles oprimindo outros.





BF – E o que é para o senhor a democratização da cultura e meios de produção cultural?

Boal – Democratização da cultura é uma expressão que está sendo muito usada, mas num sentido que não me agrada. Porque é como se dissessem assim: existem algumas pessoas excepcionais, que são os produtores de cultura. Então, esses produtores de cultura vão democratizá-la levando a um maior número de pessoas. Mas o maior número é entendido como de consumidores, e não como de produtores de cultura. Acho mais importante ainda que as pessoas que recebem o filme sejam também capazes de poder pensar em fazer filme. Ou as pessoas que recebem um livro para ler sejam também incentivadas a escrever elas mesmas.





BF – É o que acontece com a democratização da comunicação, também queremos democratizar os meios de fabricar o jornal.

Boal – É, se você só democratizar a leitura, a exibição e tal, e transformar os outros somente em consumidores, é ruim. Mas tem que ser complementado com dizer: bom, nós viemos mostrar a vocês esses poemas. Agora escrevam vocês mesmos, vocês têm que escrever também. Democratizar a cultura é permitir que as pessoas criem cultura. É democratizar os produtores de cultura e não apenas da produção terminada. Senão se está criando mercados, e criar mercados não é o objetivo da cultura. E na informação é a mesma coisa, a gente tem que criar meios de informar, de contra-informar, de se opor informações para que dessa confrontação, para que dessas dúvidas, inclusive, nasçam certezas. E é isso o que a gente está tentando fazer.






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