segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Novembro Negro

Por um Novembro Negro.
Novembro está acabando. Além da cor azul, que representou uma importante campanha de conscientização masculina, podemos dizer que outra cor predominou em destaque no pensamento de muitos durante o mês: a cor preta.  Sim, esse foi um Novembro Negro, pois celebramos, respectivamente, nos dias 20 e 25, o dia da Consciência Negra e o dia Internacional Da Luta Pelo Fim Da Violência Contra A Mulher. Aliás, misturando ambas as datas, o dia 18 de Novembro foi escolhido para ficar marcado na história brasileira. Nesse dia, vinte mil mulheres negras, de todo país, foram à Brasília marchar contra o racismo, à violência e pelo Bem Viver.
Movimentos sociais de mulheres negras, através dos comitês impulsores estaduais e municipais, nos vinte e sete estados da federação, promoveram, ao longo do ano, ações como debates, oficinas, passeatas e eventos formativos, para chamarem a atenção e prepararem as militantes para a marcha em Brasília.
Fomos à capital federal reivindicarmos nosso direito de ir e vir e nossos espaços de poder. Apesar de nos dizerem o contrário, sabemos que podemos ocupar o lugar que quisermos. Além da coragem, levamos também a força para enaltecer nossa identidade evidenciada através do estilo Black Power, dos turbantes e das tranças. Mostramos que a nossa beleza não é valorizada pela mídia, pois ela impõe o padrão europeu e julga feio tudo aquilo que for contrário.
Marchamos como forma de lutar contra as estatísticas, pois elas demonstram que nos casos de violências e abusos sofridos por mulheres, 55% são contra mulheres negras. É sobremaneira importante ressaltar que em 10 anos, os feminicídios cometidos contra mulheres negras cresceram 54%, enquanto os feminicídios contra mulheres brancas caíram 10% no mesmo período. As negras também são 60% da população carcerária feminina. E as que mais morrem durante o parto.
A população negra representa 52% da população brasileira, e a que mais sofre com as desigualdades. Infelizmente, as estatísticas mostram o quanto temos que lutar para viver e sobreviver nesse país. Jovens negros têm 2,6% vezes mais chances de morrer do que os jovens brancos. Ademais, nossos jovens geralmente são mortos por policiais apenas pela insígnia da cor ou por, simplesmente, estarem no “lugar errado”, na “hora errada”.
Durante a marcha, presenciamos tal situação de enfrentamento, quando alguns policiais civis, favoráveis à volta do regime militar, atiraram para o chão e para o alto, demonstrando sua “autoridade” e dispersando parte do contingente presente na manifestação.  Dessa forma, observamos o porquê de nossos jovens morrerem todos os dias nos becos e nas vielas dos morros e periferias das cidades.
Ao passo que marchávamos, uma carta, esclarecendo os objetivos do evento, fora entregue a presidente Dilma. Carta das Mulheres Negras propôs uma série de ações e orientações, para políticas públicas, no campo do direito à vida e à liberdade; da promoção da igualdade racial; do direito ao trabalho, emprego e território. Direito à terra, moradia e à cidade; à justiça ambiental, a defesa dos bens comuns e a não-mercantilização da vida. Direito à seguridade social, à educação e à justiça.
Queremos saúde e igualdade de condições para a nossa população. Lutaremos primeiro para igualar nossos salários ao das mulheres brancas e depois, aliadas a elas, vamos nos equiparar aos homens no mercado de trabalho. Continuaremos a marchar nos projetando nos espaços políticos e criaremos condições de empoderamento. Seguiremos o exemplo de Dandara, Tereza de Benguela, Antonieta de Barros e tantas outras heroínas negras, conforme o lema: nossos passos vem de longe!

Por um Novembro Negro.
Novembro está acabando. Além da cor azul, que representou uma importante campanha de conscientização masculina, podemos dizer que outra cor predominou em destaque no pensamento de muitos durante o mês: a cor preta.  Sim, esse foi um Novembro Negro, pois celebramos, respectivamente, nos dias 20 e 25, o dia da Consciência Negra e o dia Internacional Da Luta Pelo Fim Da Violência Contra A Mulher. Aliás, misturando ambas as datas, o dia 18 de Novembro foi escolhido para ficar marcado na história brasileira. Nesse dia, vinte mil mulheres negras, de todo país, foram à Brasília marchar contra o racismo, à violência e pelo Bem Viver.
Movimentos sociais de mulheres negras, através dos comitês impulsores estaduais e municipais, nos vinte e sete estados da federação, promoveram, ao longo do ano, ações como debates, oficinas, passeatas e eventos formativos, para chamarem a atenção e prepararem as militantes para a marcha em Brasília.
Fomos à capital federal reivindicarmos nosso direito de ir e vir e nossos espaços de poder. Apesar de nos dizerem o contrário, sabemos que podemos ocupar o lugar que quisermos. Além da coragem, levamos também a força para enaltecer nossa identidade evidenciada através do estilo Black Power, dos turbantes e das tranças. Mostramos que a nossa beleza não é valorizada pela mídia, pois ela impõe o padrão europeu e julga feio tudo aquilo que for contrário.
Marchamos como forma de lutar contra as estatísticas, pois elas demonstram que nos casos de violências e abusos sofridos por mulheres, 55% são contra mulheres negras. É sobremaneira importante ressaltar que em 10 anos, os feminicídios cometidos contra mulheres negras cresceram 54%, enquanto os feminicídios contra mulheres brancas caíram 10% no mesmo período. As negras também são 60% da população carcerária feminina. E as que mais morrem durante o parto.
A população negra representa 52% da população brasileira, e a que mais sofre com as desigualdades. Infelizmente, as estatísticas mostram o quanto temos que lutar para viver e sobreviver nesse país. Jovens negros têm 2,6% vezes mais chances de morrer do que os jovens brancos. Ademais, nossos jovens geralmente são mortos por policiais apenas pela insígnia da cor ou por, simplesmente, estarem no “lugar errado”, na “hora errada”.
Durante a marcha, presenciamos tal situação de enfrentamento, quando alguns policiais civis, favoráveis à volta do regime militar, atiraram para o chão e para o alto, demonstrando sua “autoridade” e dispersando parte do contingente presente na manifestação.  Dessa forma, observamos o porquê de nossos jovens morrerem todos os dias nos becos e nas vielas dos morros e periferias das cidades.
Ao passo que marchávamos, uma carta, esclarecendo os objetivos do evento, fora entregue a presidente Dilma. Carta das Mulheres Negras propôs uma série de ações e orientações, para políticas públicas, no campo do direito à vida e à liberdade; da promoção da igualdade racial; do direito ao trabalho, emprego e território. Direito à terra, moradia e à cidade; à justiça ambiental, a defesa dos bens comuns e a não-mercantilização da vida. Direito à seguridade social, à educação e à justiça.
Queremos saúde e igualdade de condições para a nossa população. Lutaremos primeiro para igualar nossos salários ao das mulheres brancas e depois, aliadas a elas, vamos nos equiparar aos homens no mercado de trabalho. Continuaremos a marchar nos projetando nos espaços políticos e criaremos condições de empoderamento. Seguiremos o exemplo de Dandara, Tereza de Benguela, Antonieta de Barros e tantas outras heroínas negras, conforme o lema: nossos passos vem de longe!



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