segunda-feira, 23 de maio de 2016

Arquivo

Nossa Posição frente à eleição para Presidência da Câmara Federal.


                  Lula e o PT ficaram marcados pelos sucessivos escândalos de corrupção que atingiram em cheio o Congresso Nacional e deixaram perplexo o povo brasileiro. Assistimos de tudo: deputados recebendo "mensalões" para votar em propostas governamentais contra os trabalhadores e o povo pobre; ex-presidente da Câmara recebendo propina em troca de favores, caixa dois para financiar campanhas eleitorais milionárias, tráfico de influências, fraudes, enriquecimento ilícito, saque aos cofres públicos, sonegação, roubo e até a compra de dossiês.

O tomá-lá-da-cá encabeçado pela alta cúpula petista e palaciana, um verdadeiro balcão de negócios, fez com que o governo aprovasse suas medidas contra o povo trabalhador. Assim foi a "compra de deputados" para votar a Reforma da Previdência, entregando a previdência pública nas mãos da iniciativa privada, assim foi com a aprovação das Parcerias Público Privadas garantindo lucros seguros as empresas particulares, assim ocorreu com a aprovação da Lei de Concessão Florestal que privatiza nossas florestas, só para citar alguns exemplos. Da mesma forma, vivemos no governo FHC a compra de parlamentares para votarem favorável à reeleição.

Trata-se de uma verdadeira "máfia" dos sanguessugas que não poupou sequer o dinheiro público utilizado para a compra de ambulâncias, envolvendo algumas dezenas de parlamentares. Uma verdadeira crise de legitimidade que colocou em xeque a maioria do Congresso Nacional, na medida que, mesmo depois da comprovação das falcatruas, os deputados foram absolvidos com direito a "dança da pizza" para comemorar a absolvição.

Nem o judiciário escapou ileso: legitimou o "direito de mentir" concedendo hábeas corpus aos corruptos, que podiam ficar calados e/ou omitir informações em seus depoimentos, demonstrando a conivência com o executivo.

Esta situação de impunidade propiciou uma campanha eleitoral milionária, com o uso descarado da máquina pública, compra de votos e a contribuição milionários dos banqueiros e empresários, criando um clima propício para a reeleição da maioria absoluta dos "mensaleiros" e a volta ao cenário político brasileiro de velhas raposas acusadas e processadas por corrupção como Jáder Barbalho (em coligação com o PT)   e Paulo Maluf, só para citar os mais famosos.

Neste cenário de crise onde a política é movida por mensalões, compra de votos, de partidos e de parlamentares, assistimos os deputados tentarem reajustar seus próprios salários em mais de 90%, um verdadeiro escândalo repudiado pelo povo brasileiro, que esmagadoramente vive com um salário mínimo de miséria, ou com salários baixos e congelados como o caso do funcionalismo público.

Diante desse quadro de crise de representatividade é que se apresenta a eleição para Presidência da Câmara e do Senado. Tanto o ex "collorido" Renan Calheiros, quanto Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia, representam os mesmos métodos corruptos e os interesses da política neoliberal implementada pelo PT e por Lula e sua base aliada, com o apoio da velha direita do PFL e PSDB, que pretendem na próxima legislatura impor mais reformas que visam atacar os nossos direitos.

O PSOL que vem se construindo desde o início com uma postura de oposição implacável à "nova direita" representada por Lula e o PT, mas também contra a oposição de direita encabeçada pelo PSDB e PFL, que se unem para aprovar os projetos de interesses dos banqueiros e grandes empresários, deve apresentar uma verdadeira candidatura alternativa de esquerda à  Presidência da Câmara.

Esta foi a proposta que apresentamos na reunião da Executiva Nacional do partido. Apresentamos o nome da deputada Luciana Genro, como uma candidatura que não só combata a corrupção e os privilégios dos parlamentares, mas que principalmente combata a política neoliberal de Lula que utiliza o balcão de negócios para aprovar suas medidas. Uma candidatura de oposição de esquerda ao Governo, que tenha como pontos programáticos o combate implacável à corrupção; a revogabilidade do mandato; o salário dos parlamentares fixados pela população através de plebiscito e que seja no máximo de 20 vezes o salário mínimo; contra as reformas sindical,  trabalhista e previdenciária e que defenda projetos que possam verdadeiramente defender e atender aos interesses dos trabalhadores e da maioria do povo brasileiro. Não se trata de "moralizar" o balcão de negócios do capital, mas de propor políticas e medidas que promovam a participação e o controle por parte da população, dos trabalhadores e do povo, sem os quais qualquer mudança será superficial, no funcionamento das podres instituições políticas do país. No debate da Executiva, o representante da APS defendeu o voto em Aldo Rebelo, sendo que a maioria optou pela proposta de procurar uma candidatura mais ampla, com eixo no combate a corrupção, simbolizada para a maioria dos presentes na reunião pelo deputado Fernando Gabeira do PV/RJ, ficando assim minoritária nossa proposta de lançar candidatura própria.




CST - Corrente Socialista dos Trabalhadores – Tendência Interna do PSOL


Rio de Janeiro, 07 de janeiro de 2007
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim