sábado, 7 de março de 2009

Revista Veja

7 de março de 2009
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Caro leitor,


antes de mais nada, para quem quiser ir direto para o índice completo da revista, sem meus comentários, o link é este: http://veja.abril.com.br/newsletter/newsletter.html


Nesta semana, a apuração de reportagens pelos jornalistas de VEJA e seus resultados levaram-me a pensar sobre o papel do jornalismo, a meu ver um dos sustentáculos das sociedades abertas e um ofício exercido sempre, ou quase sempre, em oposição ao mundo oficial dos governos e seus burocratas. Precisamente, o que me levou a essa reflexão foi o fato de que, na mesma semana em que a CPI dos Grampos terminava melancolicamente sem conclusões definitivas nem punições exemplares, os jornalistas de VEJA Expedito Filho e Otávio Cabral, ambos da sucursal de Brasília, levantavam as provas de que o alvo das investigações da comissão parlamentar, a escuta clandestina, continua em franca e impune atividade no Brasil.
Expedito teve acesso ao conteúdo dos arquivos do computador apreendido pela Polícia Federal na casa do notório delegado Protógenes Queiroz, material que a CPI oficialmente não teve tempo de examinar e deu por encerrados os trabalhos.
Ao mesmo tempo, Otávio Cabral desvendava no Recife outra investida ilegal da espionagem política, a confissão de um araponga que procurou Jarbas Vasconcelos para contar ter sido sondado por emissários supostamente ligados ao PMDB com uma proposta para devassar a vida privada do senador, que, em entrevista a VEJA há três semanas, denunciou corrupção no partido.
O trabalho da dupla de repórteres teve imediato efeito sobre o mundo oficial e sua sonolenta tendência de não apurar nada que prejudique os políticos e suas ambições.
Advertido sobre a gravidade das provas levantadas por Expedito, o deputado Marcelo Itagiba, do PMDB, presidente da comissão, prometeu exigir a prorrogação dos trabalhos de investigação da CPI. Não seria a primeira vez que isso ocorreria. A prorrogação, se vier desta vez, prestará um grande serviço ao país, pois são de estarrecer as provas do descontrole a que chegou a operação de espionagem clandestina promovida pelo delegado Protógenes.
Já o senador Jarbas Vasconcelos ocupará a tribuna do Senado na próxima terça-feira para denunciar oficialmente o caso de espionagem que o repórter Otávio Cabral ajudou a esclarecer.
Diz, com propriedade, a Carta ao Leitor de VEJA: "Esse é o papel do jornalismo, garantir que os cidadãos saibam o que se faz em seu nome e com seu dinheiro, ser os olhos e os ouvidos da nação e, como resultado disso, um dos esteios da democracia".
http://veja.abril.com.br/110309/p_084.shtml
http://veja.abril.com.br/110309/cartaleitor.shtml


Bem, a vida não é feita apenas de momentos dramáticos nem é uma emergência permanente. Por isso, uma boa revista, como VEJA, precisa dar ao leitor opções de assuntos leves mas ainda assim não menos relevantes. É o caso da entrevista de Páginas Amarelas desta semana estrelada, e esse é verbo preciso, pelo estilista da Louis Vuitton, o americano Marc Jacobs, de 45 anos. Imperador da futilidade e do luxo, Jacobs conta como a indústria de alta moda – com suas bolsas de 20.000 reais – está sendo atingida pela crise econômica mundial. Antes de condenar, lembre-se de que os criadores de alta moda criam dezenas de milhares de empregos diretos e milhões de indiretos – e, como dizia o irlandês Oscar Wilde, "só as pessoas superficiais não dão valor às aparências".
http://veja.abril.com.br/110309/entrevista.shtml


Tendo sido a revista que mais investigou as falcatruas cometidas por Fernando Collor e seus asseclas quando ocuparam o governo no começo dos anos 90, VEJA não podia enxergar com naturalidade a volta de Collor ao cenário político, erguido da lama pelas mãos de Lula e do PT. É, caro leitor, Elle voltou. Lula e o PT trouxeram à vida todos os vampiros corruptos que, de alguma maneira, haviam tido sua atuação suprimida ou pelo menos atenuada por algum tipo de punição – da renúncia à execração pública. Lula e o PT ressuscitaram Jader Barbalho, Renan Calheiros, Severino Cavalcanti e, agora, para culminar, Fernando Collor. Com a ajuda de Lula e uma fingida oposição dos senadores petistas, Collor se tornou o presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado – é o inspetor das obras do PAC. A raposa agora vigia o galinheiro. Nossa reportagem conta como o PT e Lula patrocinaram a volta de Collor, desde quando negaram votos para a cassação de Renan, o grande patrono do único presidente brasileiro a sofrer impeachment.
http://veja.abril.com.br/110309/p_060.shtml


A seção de assuntos internacionais traz uma pequena mas perturbadora reportagem sobre a prevalência da brutalidade no continente africano. O século XXI caminha para sua segunda década e a África ainda permanece imersa na selvageria: os eventos da semana passada na Guiné-Bissau e no Sudão mostram o tamanho do desafio de civilizar o continente, que já foi chamado de "negro" e, pela sua impenetrabilidade, era pintado de preto no mapa-múndi.
http://veja.abril.com.br/110309/p_100.shtml
http://veja.abril.com.br/110309/p_100a.shtml


São esses, caro leitor, os assuntos que mais me motivaram a comentar. Espero que tenha gostado.

Se quiser mandar-me comentários, sugestões e críticas, por favor, use o endereço diretorveja@abril.com.br



Um forte abraço e até a próxima semana,


Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação


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http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/110309/sumario.shtml#trailer

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