segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quilombo

Que cada um faça a sua parte para construir um mundo melhor!


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SALVE!!!



Queremos mandar um Salve especial para as pessoas que mandam e-mails para o Quilombhoje e estão ligadas no trabalho do grupo: estamos juntos. Aqueles que, mesmo não escrevendo, guardam o grupo num cantinho especial do coração também estão com a gente. A energia de vocês é estimulante. Muito axé, muito irê, muita paz! E, é lógico, muito amor!

Seguem informes sobre acontecimentos em São Paulo e um texto sobre o escritor que nasceu no dia 13 de maio.



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BREVE REFLEXÃO



Escrever é, em última instância, um ato solitário e que se completa quando há a leitura. Sozinho(a), quem escreve enfrenta o papel ou o monitor do pc para trazer todo um universo que talvez venha a ser partilhado por outras pessoas.Escrita e leitura, faces da mesma moeda, dependem de posições de raça, gênero e classe. Há coisas de mulheres que só elas podem escrever, coisas que só os índios, que só os negros podem transformar em conto, poema, romance, peça de teatro. Se o leitor não estiver aberto a essa viagem, criará muros e deixará de viver uma experiência fascinante.


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É QUARTA DIA 13 DE MAIO - DAS 19H ÀS 21H - PÍLULA DE CULTURA DA FEIRA PRETA NO FNAC PINHEIROS


Exibição do curta Laroyê, leitura de poemas por parte de autores do Quilombhoje e apresentação do Grupo Umojá, que mostrará músicas e danças das culturas afro-brasileiras: Cirandas, Cocos, Afoxés, Maracatus e Sambas.

Maiores informações: E-mail feirapreta@uol.com.br

Horário: Das 19 às 21h. Entrada: Livre e Gratuita (haverá distribuição de senhas 1h30 antes do evento) .

FNAC Pinheiros: Avenida Pedroso de Moraes, 858 (Valet Park na Entrada).
Tel: Pretainfo (11) 3031-2374



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MAS NA TERÇA, DIA 12
A EDUCAFRO marcou um desfile de modelos afro-descendentes na Praça da Sé. É assim: "Desfile de Negros - Cotas sim no Fashion Week". Às 17h.

Mais tarde também rola a já tradicional Marcha Noturna, promovida pelo Instituto do Negro Padre Batista e outras entidades.




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SEMANA DA ÁFRICA - CURSOS SOBRE ÁFRICA (DE 26 A 28), FILMES - IMPERDÍVEL (PROMOVIDA PELO FÓRUM ÁFRICA)

"XI SEMANA DA ÁFRICA 2009"




A "XI SEMANA DA ÁFRICA 2009" terá a sua programação entre os dias 25 e 31 de maio e contará com atividades culturais, recreativas e de reflexão, envolvendo mesas redondas, cursos, exposição, projeção de filmes e o Premio Kabengele Munanga, sobre temas voltados à África. O evento organizado pelo Fórum África, já é tradição no mês de maio, quando se comemora, no dia 25, "O Dia da África".

O evento tem caráter sociocultural e visa a desconstrução dos estereótipos, criados sobre a África e a construção de um novo olhar acerca da população africana.

Os debates e as reflexões serão feitos sobre o tema "África: História, aspectos socioculturais e políticos", com a perspectiva de contribuir e identificar oportunidades para a compreensão da África e aproximação do Brasil com os países daquele continente.


EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

De 09 a 31 de maio de 2009


"Pontos de Vista: Arte e Cultura".

Sob esses pilares a Exposição da "XI SEMANA DA ÁFRICA 2009", revela imagens inusitadas de países africanos e amplia os horizontes do observador, sob o ponto de vista de diversos especialistas.


LOCAL: UNESP – Universidade Estadual Paulista, ao lado do terminal Barra Funda,

acesso para veículo: Entrada pela Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271.

Pedestre: Entrada pela lateral do terminal Barra Funda, lado mais próximo da Av. Marquês de São Vicente.

VISITAÇÃO: De 09 a 31, de segunda a sábado, das 9:00 às 17:00hs.

PRODUÇÃO E CURADORIA: Eufrate Almeida – repórter fotográfico.


O evento ainda contará com uma palestra, sob o tema Cabo Verde: Música, Pintura e Literatura, ministrada pela professora Simone Caputo Gomes – FFLCH/USP – e apresentação do Grupo Koteban.


A Exposição "Pontos de Vista: Arte e Cultura" é uma iniciativa do Fórum África em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes, da UNESP-Universidade Estadual Paulista Campus de São Paulo.

Instituto de Artes Coordenação: Prof. Dra. Lalada Dalglish.

Contato: 11- 5627 7012.





ABERTURA OFICIAL DA "XI SEMANA DA ÁFRICA"


TEMA: África: História, aspectos socioculturais e políticos.

ABERTURA: Prof. Dr. Saddo Ag Almouloud (PUC/SP) - Presidente de Fórum África

Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP) - Presidente de Honra de Fórum África

Prof. Dr. Boni Yavo (Universidade Nove de Julho) - Presidente de Honra de Fórum África.




LOCAL: Câmara Municipal de São Paulo - Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista, 1º andar.

DATA: 25/05/09

HORÁRIO: 19:00hs.


DEBATES E REFLEXÕES


CONVIDADOS

Prof. Dr. Boubacar Barry - University Cheikh Anta Diop, Senegal.

Prof. Dr. Bahi Aghi - Universidade de Cocody, Côte d´Ivoire.

Prof. Dr. Simão Souindoula - Vice-Presidente do Comitê Científico Internacional

do Projeto da UNESCO "A Rota do Escravo".


CURSOS

De Terça a Quinta-Feira - de 26 a 28 de maio

LOCAL: Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da PUC/SP, Rua Marquês de Paranaguá, 111, Consolação, São Paulo-SP (entre as ruas Consolação e Augusta)

TEMA NORTEADOR: África: História, aspectos sócio-culturais e políticos

As inscrições serão prévias e o curso dará direito a certificado de participação.

HORÁRIO: das 14:00 às 17:00hs.


PROGRAMAÇÃO DO CURSO


TEMA 1: Guerras e etnias na África

DATA: 26 e 27 de maio

CARGA HORÁRIA: 6 horas


CONVIDADOS

Prof. Dr. Augustin Emane - Faculdade de Direito de Nantes – França.

Prof. Dr. Fily Kanouté - CECAFRO/PUCSP, Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora da PUC/SP.


TEMA 2: África e Arte Negra: Significação pelo Povo e para o Povo.

DATA: 28/05/09

CARGA HORÁRIA: 3 horas


CONVIDADOS

- Prof. Dr. Simão Souindoula - Vice-Presidente do Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO "A Rota do Escravo".

- Profa. Maria Cecília Felix Calaça – Professora Mestre da Universidade Paulista.


PROJEÇÃO DE FILMES

CINECLUBE, RUA AUGUSTA, 1239


FILME: Hotel Ruanda

DATA: 26/05/09

HORÁRIO: 19:00hs


FILME: Diamante de Sangue (Edward Zwick)

DATA: 27/05/09

HORÁRIO: 19:00hs


FILME: Bamako (Abderrahmane Sissako)

DATA: 28/05/09

HORÁRIO: 19:00hs


PRÊMIO KABENGELE MUNANGA

Sexta-Feira: 29 de maio de 2009


LOCAL: Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da PUC/SP, Rua Marquês de Paranaguá, 111, Consolação, São Paulo. (entre as ruas Consolação e Augusta).

HORÁRIO: Das 14:00 às 17:00hs.

PRÊMIO KABENGELE MUNANGA

Apresentação em forma de sessões coordenadas, seguidas de debates sobre os trabalhos selecionados para concorrer ao prêmio.

JANTAR CULTURAL

Sábado: 30 de maio de 2009

O evento festivo será um jantar, com prato típico africano e apresentação cultural.

DATA: 30 /05/09.

HORÁRIO: Jantar e apresentação cultural: das 20:00 às 23:00hs.

LOCAL: Rua dos Franceses, 518 – Bela Vista- São Paulo - Buffet Hasbaya


CONVITES: R$ 70,00. (Compra antecipada até o dia 28/05).

TRAJE: Social completo ou vestimenta típica africana.


Maiores informações sobre os convites:

Vanderli Salatiel – Diretora Administrativa (11-3333 5029 /8293 7526).

Maria Conceição de Oliveira - Diretora de Eventos (11-9145 7577).

Meité Hamadou – Diretor Financeiro (11-9208 8472).


Maria Aparecida Ribeiro – Diretora de marketing (11-9286 6436).

Lurdinha ou Maria Odete (11-3091 3744) das 14:00 às 18:00hs.


e-mail: secretaria@forumafrica.com.br

site: www.forumafrica.com.br





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DE 13 A 15 DE MAIO

Acontece a II FEIRA DO LIVRO DA UNIFESP que será realizada nos dias 13 a 15 de maio, das 14:00 as 22:00, no galpão do campus da UNIFESP Guarulhos. Os livros do Quilombhoje estarão por lá.

Aliás, uma agradável surpresa foi o respeito com que a conferência pela promoção da igualdade racial de Guarulhos tratou a literatura afro. A literatura afro tem mostrado que literatura não precisa ser só um passatempo. Ao contrário, pode estimular descobertas, ajudar nas transformações. Mesmo assim, é vista como algo que pode ser usado e descartado.



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LIMA BARRETO - NASCIDO EM 13 DE MAIO

AFONSO HENRIQUES DE LIMA BARRETO

Profa. Joyce Cristina Rodrigues


Negro, perdeu a mãe aos seis anos; aluno brilhante, afastou-se da faculdade, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, quando o pai adoeceu. As experiências com jornalismo, que vinham dos tempos de estudante, continuaram e se transformaram em profissão. Era jovem quando se tornou jornalista do Correio da Manhã.

Seu primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha, foi publicado em Lisboa. Com fortes elementos autobiográficos, o romance trata dos bastidores dos jornais brasileiros de opinião na época e do preconceito racial, preconceito do qual sempre foi vítima.

Mais tarde publicou, em forma de folhetim, seu romance mais conhecido, Triste Fim de Policarpo Quaresma, narrando a vida de um modesto funcionário público em três estágios diferentes, que correspondem, mais ou menos, às três partes em que se divide a obra. A primeira parte relata sua vida como funcionário público; a segunda, como proprietário rural; a terceira, como soldado voluntário na Revolta da Armada, de 1893.

As partes desse romance focalizam o mundo carioca em três níveis diferentes e complementares: a vida simples do subúrbio, o cotidiano familiar e político da zona rural e a atmosfera política da Primeira República. Policarpo Quaresma, grande sonhador, segue rumo a uma reforma cultural, agrícola e política. Ao fim dessa caminhada ufanista, o país revela-se inóspito, precário, infecundo, cruel, opressor e odioso. Ao abordar o tema do patriotismo brasileiro, o romance problematiza um dos conceitos mais arraigados do caráter nacional, expondo-o ao ridículo, numa impiedosa anatomia da alma coletiva.

Os Bruzundangas é obra póstuma de Lima Barreto e proporciona uma leitura deliciosa e ao mesmo tempo dolorida pela brutalidade com que as verdades são ditas. É uma coletânea de crônicas, onde o autor, com a percepção aguda e crítica, não deixa escapar nada. Satiriza uma fictícia nação onde ele mesmo teria residido. Seus capítulos enfocam, entre outros temas, a diplomacia, a Constituição, transações e propinas, os políticos e eleições em Bruzundanga.

Critica os privilégios da nobreza, o poder das oligarquias rurais, a futilidade das sanguessugas do erário, desigualdades, saúde e educação tratadas com desdém, enfim, mazelas parecidas às de um país real. Ao lê-lo, tem-se impressão de que o escritor não se fez arauto de seu tempo; o Brasil é que patinou nos descaminhos de si. Nas raízes do imaginário país grassam oportunistas, apaniguados, retrógrados e escravocratas de quatro costados.

Sobre os usos e costumes das autoridades, escreve que não atendem às necessidades do povo, tampouco lhe resolvem os problemas. Cuidam de enriquecer e firmar a situação dos descendentes e colaterais. Diz: “Não há homem influente que não tenha parentes e amigos ocupando cargos de Estado; não há doutores da lei e deputados que não se considerem no direito de deixar aos filhos, netos, sobrinhos e primos gordas pensões pagas pelo Tesouro da República.

Enquanto isto, a população é escorchada de impostos e vexações fiscais; vive sugada para que parvos, com títulos altissonantes disso ou daquilo, gozem vencimentos, subsídios e aposentadorias duplicados, triplicados, afora os rendimentos que vêm de outras e quaisquer origens”.

Lima Barreto é mestre da ficção de escárnio. A proximidade entre o jornalista e o escritor torna a literatura de Lima Barreto mais acessível ao grande público, a utilização dos recursos da crônica jornalística é visível em seus textos, nos quais a simplicidade da linguagem, sua aproximação da fala cotidiana e a ironia sempre contundente estão voltadas para a denúncia de injustiças e arbitrariedades cometidas no Brasil pós-republicano, de que o autor traça um verdadeiro painel crítico e repleto de indignação.

Infelizmente nós nos fazemos até hoje muitas destas indagações de Lima Barreto. Será que Lima Barreto, um escritor espetacular, crítico, observador, detalhista também era visionário ou nós que nos achamos numa nova era, que pouco evoluímos?

Fontes:
SANTOS, Ivair Augusto Alves dos Santos; TESE DE MESTRADO EM CIÊNCIAS
POLITICAS;O MOVIMENTO NEGRO E O ESTADO (1983-1987); São Paulo: CONE e Prefeitura da Cidade de São Paulo, 2001.
www.portrasdasletras.com.br
www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/quaresma.html
http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RL/article/viewFile/53/44




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