terça-feira, 18 de agosto de 2009

Celulares

Não foi o crime que se organizou, mas a sociedade que se desorganizou", conclui como Relator da CPI do Crime Organizado de 2000. Esta teoria sobre a desorganização veio com a desburocratização do Ministro Beltrão, desculpem a rima. Por exemplo, quando foi suprimida a "matrícula", documento pelo qual o proprietário autorizava determinado motorista a conduzir o veículo, a bandidagem fez a festa. Quando um caminhão é furtado/roubado, se o bandido tiver CNH leva o caminhão até o Paraguai, sem ser importunado, a menos que a quadrilha libere o motorista/vítima e o alarme seja dado. Na maioria das vezes, o condutor inocente fica preso "sequestro-relâmpago", amarrado no mato por 19 horas, como aconteceu com um caminhoneiro de Eldorado do Sul, perto de Vacaria, há três meses.



Quando um dos assaltantes atravessou a fronteira, usou o celular para avisar o sequestrador que poderia soltar o caminhoneiro. E apesar da luta para resgatar "a matrícula", encontramos barreiras. Dizem que burocratiza as empresas, não reconhecem que dificulta a ação criminosa. Uma emenda de nossa autoria entrou no Projeto de Lei 187/2007 do deputado Mário Negromonte, na Câmara Federal. Foi transformado na Lei Complementar 121/2006, mas a parte da matrícula não foi implementada. Apelamos ao Alfredo Perez, presidente do Contran, para que conclua esta cadeia de dificuldades para os bandidos, mesmo que algumas empresas reclamem da burocracia. Na próxima, escrevo sobre os celulares não identificados a serviço do crime organizado.





Deputado Estadual Francisco Appio - www.appio.com.br

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