quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quilombo

Esperamos que esteja tudo bem com você.

Três textos que fizeram parte do bate-papo realizado durante os saraus afro-mix estão disponíveis no nosso site. Dê uma olhada: Lima Barreto, Rap e Abolição.
www.quilombhoje.com.br



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A entidade "Memória Lélia Gonzalez" nos lembra que a lei das cotas que estabelece 50% de vagas nas universidades federais para egressos de escolas públicas, negros, pardos e indígenas, está em tramitação no Senado Federal e deve ser votada em breve. Um outro projeto, que estabelece cotas só para egressos de escolas públicas, excluindo a reserva para negros, pardos e índigenas, também está sendo analisado.

Sabemos que essa questão é polêmica e muitos ainda não se decidiram se são contra ou a favor das cotas.

Mas se você acha que as cotas devem ser aprovadas, mande uma mensagem para os senadores (e-mails seguem abaixo, fornecidos por "Memória Lélia Gonzalez").

Particularmente achamos necessária a adoção de políticas públicas em relação a negros, pardos e indígenas (já que nunca ocorreram neste país), dentre elas as cotas, e enviamos a mensagem reproduzida abaixo.

Exmo. Sr. Senador, Exma. Sra. Senadora.



Por que as cotas são necessárias?

Sem dúvida nosso país vive um momento ímpar em que uma injustiça histórica pode ser reparada. E o Sr., a Sra., são agentes dessa transformação. Na história deste país, a instituição desumana e cruel da escravidão permitiu que o trabalho de milhões de seres humanos fosse explorado durante séculos a fio, sem que esses seres subjugados tecnologicamente tivessem tido, após a abolição da escravatura, políticas públicas que os resgatassem da condição subumana a que foram submetidos. Coisa muito diferente se deu com os imigrantes europeus no final do século XIX e início do século XX, que vieram ao Brasil com algumas garantias que não foram dadas aos afro-descendentes, que literalmente derramaram seu sangue por esta terra durante quase quatrocentos anos.

Entendemos a adoção de políticas de ação afirmativa em parte como uma reparação dessa barbárie. Em segundo lugar, como uma transição para uma sociedade desenvolvida, que pressupõe educação e igualdade de condições entre seus cidadãos.

As COTAS são um exemplo dessas políticas de ação afirmativa. São uma dentre várias ações que se podem tomar visando ao atenuamento das desigualdades que se perpetuam e que são exemplarmente mostradas ano a ano pelas pesquisas empreendidas por órgãos idôneos.

A título de ilustração, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), junto com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, publicou no final de 2008 uma pesquisa sobre desigualdades raciais, com alguns números alarmantes. Na educação, por exemplo, enquanto 95% de crianças negras e brancas cursam o ensino fundamental, no ensino médio há uma diferença: os brancos são 60% e os negros, 37% (a pesquisa não aborda o ensino superior, mas pode-se supor uma diferença maior). Em termos de renda, em média homens negros recebem metade do que os brancos, as mulheres brancas recebem 63% e as negras, 32% do que ganham os homens brancos. São números que confirmam de forma exata e incontestável o que a gente sabe e sente no dia-a-dia. Antes que tome corpo a tentação de se atribuírem tais diferenças a características de personalidade individuais ou coletivas, é necessário relembrar que elas têm raízes históricas.

Não consideramos que as cotas sejam um privilégio. Ao contrário, são uma reparação do privilégio existente hoje, em que apenas uma minoria de negros, pobres e indígenas consegue acesso ao ensino superior, e não porque não se esforcem, ao contrário, se esforçam e muito, trabalhando de dia para sustentar famílias e estudando à noite, mas no cotidiano a discriminação os empurra para a base da pirâmide social.

Não negamos que o ensino público merece ser alvo de uma melhora constante, mas as cotas não excluem as ações que possam fazer isso acontecer.

Se essas políticas de ação afirmativa seriam transitórias ou permanentes é outra discussão.

Diante disso conclamamos V.Sa. a permitir que as cotas sejam adotadas nas universidades públicas, VOTANDO A FAVOR do PL 180/2008.

Seria um passo gigantesco para este país, o reconhecimento de que caminha para a maturidade, permitindo a igualdade de condições de acesso ao ensino superior por seus cidadãos.

Assim, contamos com sua colaboração para que possamos construir um Brasil com mais justiça social.



Quilombhoje Literatura



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E-mails dos senadores:

sergio.zambiasi@senador.gov.br; sarney@senador.gov.br; j.v.claudino@senador.gov.br; jose.agripino@senador.gov.br; jtenorio@senador.gov.br; sergio.guerra@senador.gov.br; roseana.sarney@senadora.gov.br; rosalba.ciarlini@senadora.gov.br; romeu.tuma@senador.gov.br; romero.juca@senador.gov.br; renatoc@senador.gov.br; renan.calheiros@senador.gov.br; raimundocolombo@senador.gov.br; simon@senador.gov.br; paulopaim@senador.gov.br; paulo.duque@senador.gov.br; patricia@senadora.gov.br; papaleo@senador.gov.br; osmardias@senador.gov.br; neutodeconto@senador.gov.br; mozarildo@senador.gov.br; marisa.serrano@senadora.gov.br; mario.couto@senador.gov.br; maria.carmo@senadora.gov.br; marconi.perillo@senador.gov.br; marco.maciel@senador.gov.br; crivella@senador.gov.br; maosanta@senador.gov.br; magnomalta@senador.gov.br; lucia.vania@senadora.gov.br; leomar@senador.gov.br; katia.abreu@senadora.gov.br; josenery@senador.gov.br; jose.maranhao@senador.gov.br; jonaspinheiro@senador.gov.br; joaquim.roriz@senador.gov.br; joaoribeiro@senador.gov.br; joaodurval@senador.gov.br; jefperes@senador.gov.br; jayme.campos@senador.gov.br;



jarbas.vasconcelos@senador.gov.br; inacio.arruda@senador.gov.br; ideli.salvatti@senadora.gov.br; heraclito.fortes@senador.gov.br; gilvamborges@senador.gov.br; gerson.camata@senador.gov.br; geraldo.mesquita@senador.gov.br; garibaldi.alves@senador.gov.br; francisco.dornelles@senador.gov.br; flexaribeiro@senador.gov.br; flavioarns@senador.gov.br; fernando.collor@senador.gov.br; fatima.cleide@senadora.gov.br; expedito.junior@senador.gov.br; ecafeteira@senador.gov.br; eliseuresende@senador.gov.br; efraim.morais@senador.gov.br; eduardo.suplicy@senador.gov.br; eduardo.azeredo@senador.gov.br; edison.lobao@senador.gov.br; demostenes.torres@senador.gov.br; delcidio.amaral@senador.gov.br; cristovam@senador.gov.br; cicero.lucena@senador.gov.br; cesarborges@senador.gov.br; augusto.botelho@senador.gov.br; arthur.virgilio@senador.gov.br; antval@senador.gov.br; acm@senador.gov.br; alvarodias@senador.gov.br; mercadante@senador.gov.br; almeida.lima@senador.gov.br; alfredon@senador.gov.br; adelmir.santana@senador.gov.br; wellington.salgado@senador.gov.br; valterpereira@senador.gov.br; valdir.raupp@senador.gov.br; tiao.viana@senador.gov.br; tasso.jereissati@senador.gov.br; siba@senador.gov.br; serys@senadora.gov.br;



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