sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aimportância do Principe

O princípio da subsidiariedade



--------------------------------------------------------------------------------


Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br







Desconhecido da maioria dos brasileiros e ignorado por aqueles que desejam transferir responsabilidades, em especial ao Estado, por aqueles que o julgam com capacidade para solucionar a maioria dos problemas que afligem os brasileiros.



O princípio de subsidiariedade é um princípio fundamental da filosofia social, segundo o qual toda a atividade deve ter por objetivo ajudar a favorecer a autonomia e realização responsável dos indivíduos. E isso nos faz lembrar do conflito entre gerações, muito bem lembrado por Raul Seixas, em sua canção “Sapato 36”.



Eu particularmente divido os jovens, que se sucedem ao longo do tempo, nas novas gerações, e confesso, esta não é uma boa prática, a de dividir, pois nos limita a uma dicotomia. Mas ao menos vale como exemplo. Temos os jovens formando dois grupos, nem sempre distintos, um busca a autonomia, deseja realizar, formado por jovens que aspiram ser empreendedores, valorizam a criatividade, a inovação, o talento e fundamentalmente o estudo e o trabalho, reconhecem como fundamental o mérito.



São jovens que não querem ser dependentes, principalmente de outros, até mesmo de uma entidade virtual que é o Estado, a qual tem somente a capacidade de promover, e o faz de forma ineficaz e ineficiente, a transferência de responsabilidades.



São jovens que reconhecem que não é legítimo e muito menos lícito fazer uso do que foi conquistado por outros, outros que não seus pais, avós, etc.. São confiantes em si






"Quando a propriedade legal de uma pessoa é tomada por um indivíduo, chamamos de roubo. Quando é feito pelo governo, utilizamos eufemismos: transferência ou redistribuição de renda." (Dr. Walter E. Williams é professor de economia na Universidade George Mason em Fairfax, Va, EUA.)





São jovens que sabem e reconhecem suas responsabilidades. São jovens que sabem desenvolver o seu potencial, assim como são inconformados com suas limitações, buscam superá-las.

Em outro grupo encontramos jovens que se revoltam com a injustiça que é o nosso mundo, com a qual nenhuma pessoa munida de uma consciência crítica pode concordar ou aceitar.

Mas o grande problema neste segundo grupo, quando se afasta do primeiro grupo, não assumindo responsabilidades, é o de se julgar possuidor da razão e endossar ideologias que pregam como solução dos problemas uma maior presença do Estado.



São jovens que buscam transferir responsabilidades. Na sua maioria apóiam e se encantam com as chamadas ideologias de esquerda, buscam ressuscitá-las admirando Marx, Che e Fidel, são jovens que envelheceram antes de aceitarem os desafios de sua geração, são jovens que se encantam com ideologias que possuem um espectro que vai do comunismo, passa pelo internacional e nacional-socialismo (nazismo ou fascismo), e alcançam àqueles que se denominam social-democratas, numa alusão a serem assim democratas.

Muitas vezes também apoiam outras ideologias ou propostas que de uma maneira ou outra, pautadas por cientistas sociais ou até mesmo teólogos, pregam maior presença do Estado na solução dos problemas.

Não reconhecem sua insignificância, mas agem neste sentido. Buscam a contramão ou nos impõe a lombada, pois entre a causa e o efeito, acreditam que devem atuar no efeito. São jovens que sem conhecer, por conta de uma doutrinação, já aprenderam a ofender pessoas como Roberto Campos. São jovens que se limitam, buscam alternativas para transferir responsabilidades, sempre com propostas afastadas do Princípio da Subsidiariedade.





Sempre com propostas afastadas do princípio da subsidiariedade.



A questão é que quando entendemos e respeitamos este princípio, passamos a entender que antes de tudo é fundamental não aceitar a injustiça, como quando alguém ou um grupo de pessoas tem por objetivo subtrair do indivíduo o que ele pode realizar a partir de sua própria iniciativa e capacidade, para o confiar a uma outra pessoa ou a um grupo. Começa na família quando os pais impedem que seus filhos tenham a autonomia com responsabilidade, ou criam situações para limitar o seu desenvolvimento e sua independência.



Assim também é injusto conferir a autoridade e responsabilidade para a municipalidade, quando uma comunidade ou freguesia pode realizar e decidir por si.



O mesmo vale quando passamos para uma província o que poderia ser realizado e decidido com autonomia pelos burgos ou pela municipalidade. Ou quando transferimos o poder a um reino ou país quando seus desígnios são próprios das províncias ou estados.



É uma injustiça, um grave dano e perturbação da boa ordem social.



O fim natural da sociedade e da sua ação é subsidiar os seus membros, não destruí-los nem absorvê-los através de políticas demagógicas e paternalistas ou atribuindo ao Estado deveres e direitos que cabem ao indivíduo e à sociedade de forma livre empreender. E muito menos subjugá-los como o fazem os regimes submetidos às ideologias de esquerda, direita e os totalitários. E muito menos dar ao cidadão total liberdade como pregam os anarquistas, que não se submetem ao poder da lei, do Estado de Direito, aos princípios democráticos e até mesmo a responsabilidade social.



A ordem social será tanto mais sólida, quanto mais tiver em conta este fato e não contrapuser o interesse pessoal ao da sociedade no seu todo, mas procurar modos para a sua coordenação, de forma que seja eficaz e produtiva.

Se observarmos atentamente a história da humanidade, sempre onde o interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade. Assim foi com as monarquias absolutistas, assim foi com os países que se submeteram ao socialismo, seja ele o internacional ou o nacional-socialismo, ao comunismo, ou mesmo a regimes totalitários, muitas vezes denominados erroneamente de direita.



Se olharmos estes dois grupos, os quais possuem sobreposições, vemos como fundamental primeiro acreditar em si, desenvolver o seu potencial. É a forma inteligente de mudar o mundo, começando ao que está ao nosso alcance e não transferindo poder a políticos ou líderes demagogos, paternalistas, populistas ou clientelistas, este caracterizados pelo seu capitalismo de comparsas ou socialismo de privilegiados. Estes preocupados em formar uma base para a oclocracia e não para a democracia, que inclui a alternância do poder. Já o disse o Dr. Martin Luther, no início da Reforma, e o mesmo foi dito por Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II, que foi por nós conhecido como Papa João Paulo II. Luther mencionou que o exemplo do cristão deve começar por ele mesmo, colocando os assuntos terrenos em primeiro plano sob sua responsabilidade, depois da família e viver em comunidade. Lançou o desafio que hoje é próprio dos luteranos: Cada cristão deve viver sua comunidade, em cada comunidade edificar uma igreja e ao lado desta uma escola.



Já Wojtyła nos alertou, quando empenhado em por fim aos regimes opressores, que a exemplo do que ocorreu em seu país, com seu povo, que passou pelo jugo e divisão imposta pelos nacional-socialistas, perdeu partes de seu território e ganhou outras no final da Segunda Grande Guerra, passando depois da destruição imposta pelos nacional-socialistas, por mais de cinquenta anos sob o jugo dos internacional-socialistas. Wojtyła soube viver seu tempo, deixou seu legado como Papa, mas de minha parte, como luterano, reconhece nele seus valores, soube aproximar as igrejas, e soube ser um grande líder espiritual e moral que trabalhou incansavelmente pela paz e pela justiça social, viajando mundo afora em prol da unidade da igreja e do compromisso da fé.



Como professor, foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. E merece ser destacada a sua passagem por esta cidade, pelo seu significado na história, Desde a segunda a metade do século XVI, movimentos da Reforma surgiram em Lublin, e uma grande congregação de irmãos poloneses esteve presente na cidade. Uma das mais importantes comunidades judaicas da Polônia também se estabeleceu em Lublin neste período. Ela continuou sendo uma parte vital da vida da cidade até quando deixou de existir durante o Holocausto promovido pelos nacional-socialistas (nazistas).



Ele nos deixou o alerta, sobre o qual devemos refletir, principalmente quando lhes trago a reflexão à importância da observação do princípio da subsidiariedade: “Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar”. Infelizmente isso nos remete para América Latina da atualidade, agora submetida aos ditames de um Foro San Pablo, com seu bolivarianismo ou chavismo, que alia narco-traficantes a líderes carismáticos e populistas, que em nada se afasta do existiu de pior entre os latino-americanos, que foi, e de certa maneira ainda o é: o castrismo. Hoje disseminam a violência e adotaram a mentira como praxis diária. Seja ele PAC ou piriPAC, Pan ou ... Pré-.



Olhando esta triste realidade, fica a certeza de que o primeiro grupo de jovens, não importando a sua verdadeira idade, são os que efetivamente apresentam a melhor proposta, mas isso não os devem afastar daqueles que não concordam com a injustiça que nos salta aos olhos no nosso dia a dia. Nos agride em nosso coração.

O que não podemos fazer é tentarmos impor a nossa felicidade aos outros, antes devemos entender e observar o princípio da subsidiariedade e sermos exemplo, entendendo a importância da nossa responsabilidade individual e cobrarmos dos outros também a responsabilidade.





E para concluir deixo a pergunta:



Quer isto dizer que a questão toca a todos... sim, a nós também.



Se estamos próximos de uma realidade e se temos meios ou sugestões para melhorar essa realidade porque não arregaçar mangas? Devemos esperar, por exemplo, que sejam as instituições oficiais, transferindo responsabilidades, a solucionar todos os problemas da freguesia ou comunidade onde vivemos?









Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br

(41) 8877-6354

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80811-970 Curitiba - PR

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim