terça-feira, 27 de outubro de 2009

Segundo Turno no Uruguai

Pesquisas indicam 2º turno no Uruguai; esquerda é franca favorita
As eleições presidenciais uruguaias devem ir para o segundo turno, conforme pesquisas divulgadas por emissoras locais de TV neste domingo (25), logo após o pleito. O senador e ex-guerrilheiro José “Pepe” Mujica, candidato da coalizão de esquerda no poder, a Frente Ampla, obteve 47% a 49% dos votos — pouco abaixo dos 50% dos votos totais necessários para faturar a disputa já no primeiro turno.
O conservador ex-presidente (1990-1995) Luis Alberto Lacalle deve ser seu adversário no turno decisivo, em 29 de novembro. Candidato do Partido Nacional “Blanco” (PN), Lacalle reuniu de 28% a 31% dos votos. Já o candidato direitista, Pedro Bordaberry, do Partido Colorado (PC), ex-ministro do Turismo e filho do ditador civil Juan María Bordaberry, conquistou de 17% a 18% dos votantes.

Pedro Mieres, do Partido Independente (esquerda), ficou com entre 2% e 3% dos votos, de acordo com os institutos Factum e Cifra, que apontaram mesma projeção para os votos brancos e anulados. Os dois grupos também informaram que o partido do ex-guerrilheiro Mujica conseguiu maioria parlamentar, o que pode pesar na disputa do segundo turno.

Cerca de 80% dos mais de 2,5 milhões eleitores uruguaios foram às urnas para designar o sucessor de Tabaré Vázquez, o primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, que não podia se candidatar novamente. O processo eleitoral se encerrou às 19h30 (horário de Brasília e Montevidéu).

Analistas políticos indicam que Mujica tem força para vencer Lacalle no segundo turno. Na disputa, o ex-guerrilheiro continuará a ter o apoio do presidente Vázquez, que possui 65% de aprovação popular. É provável, porém, que Bordaberry declare apoio a Lacalle — o PN e o PC já se aliaram várias vezes no passado para derrotar a Frente Ampla, que chegou ao poder pela primeira vez em 2004.

Além do futuro presidente do país e de seu vice, que tomarão posse no dia 1º de março de 2010, os uruguaios elegeram também o novo Congresso, com 30 senadores e 99 deputados. Houve ainda duas consultas: uma sobre possível anulação da Lei de Caducidade, que anistiou acusados por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura (1973-1985); e outra sobre o chamado Voto Epistolar, que, se aprovado, permitirá a uruguaios que vivem no exterior participar de processos eleitorais por correspondência a partir de 2014.

Os plebiscitos deste domingo tiveram resultado distinto, segundo as projeções. A mudança constitucional que permitiria o voto aos uruguaios residentes no exterior foi rejeitada, enquanto foi aprovada a que anula a Lei de Caducidade. Os resultados definitivos do pleito são esperados segunda-feira pela manhã.


Da Redação, com agências

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