quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Capoeira

21/10/2009 - 11h49
"É um filme de fantasia, não sobre capoeira", diz diretor de "Besouro"
ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema

João Daniel Tikhormiroff conta que se apaixonou por cinema ainda criança
dentro das cabines de projeção, quando seu pai, Daniel Michael Tikhormiroff,
era diretor da distribuidora Universal do Brasil. "Fiquei fascinado com o
universo hitchcockiano" , conta ele, em entrevista exclusiva ao UOL, por
telefone, direto de seu escritório no Rio de Janeiro. "Mas também aprendi
muito na
Naturalmente, Tikhormiroff seguiu carreira no cinema. Atuou como assistente
em vários filmes brasileiros, dirigiu curtas-metragens, fez um documentário
e, quando estava para estrear como diretor de longas-metragens de ficção, o
ex-presidente Fernando Collor extinguiu a Embrafilme. Depois de se dedicar à
publicidade e viver na Espanha durante quase uma década, ele finalmente
estreia na direção com "Besouro", definido pelo próprio cineasta como "um
filme de fantasia baseado nas lendas a respeito dO [lendário capoeirista]
Besouro".
Tikhormiroff diz que sua primeira inspiração foi o livro "Feijoada no
Paraíso", ficção inspirada no folclórico personagem da cultura brasileira,
escrito pelo publicitário e cartunista carioca Marco Carvalho. "Claro que o
livro me inspirou, mas também me atraiu a possibilidade de transformar essa
história em algo original, com personalidade, nunca antes feito", contou
ele. A despeito dos esforços do cineasta, não há como afastar "Besouro" de
filmes de ação, artes marciais e aventura, especialmente "O Tigre e o
Dragão", de Ang Lee.
O sucesso mundial de Lee foi, aliás, uma das referências apresentadas por
Tikhormiroff à equipe e atores de "Besouro". Na pequena Andaraí, vizinha a
Igatu, na Chapada Diamantina, onde o filme foi rodado, o diretor fazia
sessões com o objetivo de informar a equipe e os atores. Exibiu o faroeste
"Os Indomáveis", com Russel Crowe e Christian Bale, para exemplificar a
química de amor e ódio que deve se estabelecer entre os capoeiras Besouro e
Quero-Quero; "Sangue Negro", com Daniel Day-Lewis, para mostrar como se
constroi um personagem maquiavélico e também como referência de fotografia;
"Kill Bill vols. 1 e 2", de Quentin Tarantino, por conta das cenas de ação.
Entusiasmado com a repercussão antes mesmo da estreia, Tikhormiroff rejeita
o rótulo de "filme popular" para "Besouro". "Eu voltei para o Brasil
motivado pela possibilidade de fazer esse filme", disse ele. ""Queria contar
essa história dessa maneira, queria falar de uma época em que aqui ainda
tratavam os negros como escravos, em que a luta era tratada como dança ou
jogo para driblar a legislação."
Nas primeiras sessões feitas para amigos e conselheiros, Tikhormiroff
recebeu opiniões muito encorajadoras. Segundo o diretor, Hector Babenco
ficou surpreso com o risco que ele correu fazendo esse filme. Cacá Diegues,
por sua vez, disse que o diretor inventou um novo gênero, por acaso muito
original, com amplo apelo de público.
Não por acaso, "Besouro" entra em cartaz no dia 30 de outubro, com 160
cópias distribuídas pelas principais capitais brasileiras. "É um sinal de
que a distribuidora acredita no filme", disse ele.
http://cinema. uol.com.br/ ultnot/2009/ 10/21/ult4332u13 18.jhtm

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HEITOR (((((º_º))))) CARLOS
http://portodoscasa is.blogspot. com/
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Yeda Salva


Foto: Zero Hora
Assembléia Legislativa

Tratamento Penal

Departamento de Tratamento Penal da Susepe promove jornada de psicologia baseado na cultura do ritmo
21/10/2009 14:59


O Departamento de Tratamento Penal da Susepe (DTP) promoveu nesta terça-feira (20) uma jornada de psicologia fundamentada no projeto MC’s Para a Paz, iniciado na Penitenciária Estadual do Jacuí, que tinha como objetivo destacar os apenados de personalidade mais difícil e ter para eles um planejamento de reinserção e diagnóstico.

Estes presidiários passaram a ganhar destaque e a responsabilidade de serem multiplicadores de cidadania dentro das cadeias. E foram observados por toda a equipe do DTP. Passaram por escutas psicanalíticas, conversas com a assistência social e receberam ensinamentos divididos em seis módulos. Aprendem sobre cidadania, família e paternidade, drogas e violência, a história negra e cultura hip-hop. Durante a iniciação ao Projeto MC’s, o apenado aprende a aceitar que a periferia é realmente recusada pela sociedade de classes. Porém, é o lugar de onde ele veio e para onde ele volta depois de cumprir sua condenação.

A partir daí, o trabalho deste preso será levar a paz para a sua galeria. Ele possui conhecimento acumulado da casa prisional e passa a viver em território neutro: são aceitos, segundo o grupo de psicólogas da Susepe, por todas as galerias e facções “porque cantam a dor e o sentimento do cárcere e da pobreza”. Por outro lado, passam a se apresentar para a sociedade que antes lhe ignoraria. Prova disso, o projeto não só regenera a consciência social do preso, como chama atenção para resultados positivos. Recebeu o 1º lugar na categoria Instituição do Prêmio Educação 2009 do Sinpro/RS, através do professor doutor Celso Rodrigues, coordenador da Especialização em Ciências Criminais do IPA, envolvido no Projeto MC’s para a Paz.

A integração está brotando e expandindo horizontes. Os MC’s estão convidados para se apresentarem na Semana Acadêmica do IPA este ano, o Projeto agora é política pública da Susepe e deverá ser iniciado em mais seis casas prisionais do Rio Grande do Sul. A Jornada encerrou com a apresentação dos MC’s, (todos cumprindo regime semiaberto).

Fonte: Ascom Susepe

Festa na Assembléia


Fonte: Zero Hora

Concerto da Ospa Homenageia o Inter

Concerto da OSPA homenageia Internacional neste sábado
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Concerto da OSPA homenageia Internacional neste sábado

A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) realizará um Concerto para homenagear o Centenário do Sport Club Internacional e os dois anos do Projeto Interagir. O evento será realizado neste sábado (24/10), às 10h30min, no Centro de Eventos do Clube. Diretores, vice-presidentes conselheiros e funcionários do Inter, além de autoridades, marcarão presença na celebração.








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Fim do Impeachment

21 de outubro de 2009
| N° 16131
Alerta
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PLACAR: 30 A 17
Fim do impeachmentA governadora Yeda Crusius se viu livre ontem do fantasma de sofrer impeachment. Em uma sessão tensa, com incidentes e muitas movimentações de bastidores, a Assembleia decidiu, por 30 votos a 17, encerrar o assunto e barrar o afastamento de Yeda.

Atarde que deveria ser lembrada pelo impeachment que não vingou teve no arremesso de um tomate e em uma cabeçada os ingredientes do seu prato feito. Enquanto os deputados da base governista contabilizavam votos, preocupavam-se em manter quórum e contemplavam a passagem do tempo na sessão que enterrou a possibilidade de afastar a governadora Yeda Crusius, os corredores, gabinetes, plateia e até o banheiro do Legislativo gaúcho fervilhavam.

Eram 15h, e a tarde que viria a ser agitada estava morna no plenário. Nove sonolentos deputados assistiam ao Grande Expediente. Do banheiro logo abaixo da plateia, veio um grito. Poucos ouviram. O estudante petista Henrique Portoluza, o Pulga, 25 anos, saiu para a rua, rampa acima, escoltado por três seguranças. Ele se queixava de ter levado uma cabeçada no nariz ao sair do banheiro. Seus adversários o acusaram de gritar “cocoricó” para a deputada Zilá Breitenbach (PSDB). O fato é que Pulga, 25 minutos após depor no setor de segurança, se recompôs e passou a tarde aplaudindo seus deputados, entre os 80 companheiros que se posicionavam à direita, de frente aos 80 governistas, à esquerda.

No saguão, um grupo de 26 alunos da Escola Anita Garibaldi, de Cruzeiro do Sul, passava, da porta dos fundos para a da frente. As três professoras que os acompanhavam aceleravam a marcha na medida em que se davam conta do clima pesado.

– Vamos visitar o Solar dos Câmara – dizia uma delas, assustada.

Na entrada do plenário, uma guerra de pareceres: assessores da oposição sustentavam serem necessários dois terços de votos. Governistas olhavam com desdém. Era, mesmo, um terço.

Ao lado, um outro grupo, com assessores do PT, do PDT e do PP esboçavam um banco de apostas. Uns diziam que a sessão duraria até as 18h30min. Outros, até as 20h. Um terceiro, com cara de cansado, garantia que as discussões só se encerrariam às 21h. Enfim, estava certo quem apostou nas 18h30min. O grupo heterogêneo também passava o tempo prevendo quanto tempo falaria o deputado Raul Carrión (PC do B), “nosso Fidel”, segundo um deles. Todos cravaram: ele falaria durante uma interminável hora. Erraram. Falou durante 40 minutos.

A sessão não avançou noite adentro por uma questão de estratégia governista. O combinado era que os deputados da situação evitariam os discursos. Os oposicionistas falariam tudo o que tinham para dizer, começaria a votação e o impeachment estaria encerrado.

Os deputados da oposição imploravam para o processo ir adiante, alegavam que a comissão especial não realizou sequer uma reunião, que não houve investigação para se chegar a um resultado. Eram interrompidos por vaias vindas da direita e aplausos vindos do lado esquerdo.

– Vocês são corruptos! Vocês são corruptos! – gritou Raul Pont (PT), olhando para a esquerda, ao encerrar seu discurso.

Carrion, de repente, atravessou o plenário e foi até a claque situacionista.

– Vocês me vaiaram muito? – indagou.

A resposta foi uma risada irônica de quem sabia estar perto do triunfo.

Do outro lado, nervosismo. O estudante Márcio Duarte apelou: jogou um tomate, cujo alvo seria o deputado Coffy Rodrigues (PSDB). Errou o alvo e foi carregado da plateia.

Aí, foi a vez de a deputada Stela Farias (PT) subir ao púlpito, esbravejar e, ao descer, escancarar duas páginas de reportagem da revista Isto é, negativa a Yeda.

Os deputados situacionistas se aprumaram e fizeram uma correria para estar no plenário quando a oposição pediu verificação de quórum, às 17h. Como vários fumavam, tomavam café ou conversavam no saguão, voltaram esbaforidos para evitar a surpresa de ver a sessão encerrada por um erro tão básico. O deputado Nelson Marchezan Jr. (PSDB) desceu da plateia, onde conversava com aliados, quase tropeçou nas escadas, mas garantiu presença. Aliviado, foi à sala onde colegas projetavam o resultado que estava por vir. Saiu de lá escandalizado:

– Pô, tem um baita cartaz que diz que é proibido fumar. E é proibido fumar em locais fechados.

O fumo, o cafezinho e a conversa no saguão eram formas de afastar a tensão. Até que ela se esvaiu, com a vitória garantida e a salva de três foguetes do lado de fora.

leo.gerchmann@zerohora.com.br

LÉO GERCHMANN
Como votaram os deputados
A favor do arquivamento:
- PSDB
Adilson Troca
Coffy Rodrigues
Jorge Gobbi
Mauro Sparta
Marchezan Jr.
Paulo Brum
Pedro Pereira
Zilá Breitenbach
- PP
Adolfo Brito
Francisco Appio
Frederico Antunes
Jerônimo Goergen
João Fischer
Marco Peixoto
Pedro Westphalen
Silvana Covatti
- PMDB
Alberto Oliveira
Alceu Moreira
Álvaro Boessio
Edson Brum
Gilberto Capoani
Sandro Boka
- PTB
Abílio dos Santos
Aloísio Classmann
Iradir Pietroski
Luis Augusto Lara
- PDT
Giovani Cherini
Kalil Sehbe
- PPS
Luciano Azevedo
- PRB
Carlos Gomes
Contra o arquivamento:
- PT
Adão Villaverde
Daniel Bordignon
Dionilso Marcon
Elvino Bohn Gass
Fabiano Pereira
Marisa Formolo
Raul Pont
Ronaldo Zülke
Stela Farias
- PDT
Gerson Burmann
Gilmar Sossella
Paulo Azeredo
- DEM
Marquinho Lang
Paulo Borges
- PSB
Heitor Schuch
Miki Breier
- PC do B
Raul Carrion

Fonte: Zero Hora

Editorial de Opinião


* Como amanhã é feriado municipal em nossa cidade, iremos emitir a nossa opinião sobre os 159 anos de emancipação de Vacaria RS. A nossa cidade uma cidade cheia de injustiças, de falta de oportunidade para o conjunto dos cidadãos e cidadãs de bem, falta de cultura, de saúde de qualidade e várias outras atividades. A grande maioria da juventude vai embora para Caxias do Sul e Porto Alegre, somente fica aqui quem não tem poder aquisitivo para morar em grandes centros urbanos. Eu que morei numa capital e voltei para cá sinto muita dificuldade e estou aqui não por opção mas por obrigação. Nós que sofremos muito com a falta de reconhecimento do nosso trabalho aqui, falta de oportunidade para desenvolver o nosso trabalho. Aqui ainda funciona o coronelismo, a politica das panelinha, dos grupinhos fechados quase semelhante a máfia italiana, o fascismo, a ditadura cultural somente os que tem poder econômico é que são cidadãos quem é de condições econômica inferior tem que viver mau e não pode usufruir das coisas da vida é condenado a ficar pobre a vida inteira. Esta é pelo menos na minha visão a Vacaria dos Pinhais que parece que está longe de mudar, ame ou a deixe esse é o lema quem não segue a cartilha está fora do contexto.
Paulo Furtado
Editor

Poemas


..........repassem.



Lançamento em São Paulo : 24 de outubro de 2009 – a partir das 11 horas
Memorial da Resistência – Largo General Osório. 66 - Luz´ - SP - SP


Este livro conta parte importante da história da ditadura militar sob o ponto de vista dos presos políticos, homens e mulheres, que continuaram sua luta dentro das prisões políticas sem se render ao inimigo.



A partir de um diário de greve de fome, escrito numa cela da enfermaria da Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, extremo oeste de São Paulo , em 1972, feita para impedir a separação e a repressão dos combatentes encarcerados, é contado o cotidiano das pessoas presas por um Estado que sequer admitia a existência de presos políticos.

Resgatado 37 anos depois e transcrito na íntegra, tal qual foi escrito na época, somam-se a esse diário vários documentos importantíssimos, nunca antes publicados ou que nunca foram analisados adequadamente, para entender o que movia os repressores na sua sanha e quem eram os militantes contra a ditadura.



A lógica da repressão e as muitas tentativas de quebrar a determinação de continuar o combate, mesmo presos, contra um regime ilegal e ilegítimo surgem nitidamente neste livro, que desnuda as diferenças políticas daquelas pessoas nas mãos do inimigo.

Resistência atrás das grades é um retrato fiel de uma época cruel. Acima de tudo, este livro mostra que a generosidade de uma geração de brasileiros foi maior do que a barbárie do terrorismo de Estado, implantado com o golpe de Estado em 1964.


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Perdemos a noção do tempo

Escrito por Pedro Tierra
Out-2009

"Perdemos a noção do tempo". Esse é o primeiro verso dos: "Poemas do Povo da Noite". A versão definitiva do poema foi escrita em outubro de 1974, na Penitenciária do Carandiru, quando eu já cumprira o segundo ano de prisão. Antes fora rabiscada em pedaços de papel de cigarro, em letra miúda, ou memorizada para escapar das revistas constantes nas celas do 10º. Batalhão de Caçadores – 10º. BC, Goiânia; do Pelotão de Investigações Criminais – PIC, no Setor Militar Urbano, em Brasília; da OBAN/DOI-CODI do II Exército; do DOPS; do Presídio Tiradentes; do Presídio do Hipódromo; ou da Casa de Detenção e da Penitenciária do Estado de São Paulo, no complexo Carandiru e do Presídio Romão Gomes, em São Paulo. Não exatamente porque os carcereiros dessas instituições cultivassem especial interesse pela poesia...


"Perdemos a noção do tempo"


Cabe uma breve reflexão sobre ele. É possível perceber o tempo de várias formas. Quinze anos depois dos acontecimentos que o livro narra, um general confortavelmente instalado em sua poltrona de reformado diria numa entrevista em que contava reminiscências sobre sua participação em interrogatórios de prisioneiros políticos, durante a vigência do AI – 5, a seguinte frase: "O primeiro objetivo do interrogador é fazer com que o interrogado perca a noção do tempo." Impressionou-me a coincidência dos termos. Assim começam a ruir as defesas dos prisioneiros. O método consistia, além da brutalidade dos espancamentos, dos choques elétricos, do pau-de-arara, da cadeira-do-dragão, em oferecer a comida em horários diferentes, sem nunca repetir o mesmo ciclo; despertar altas horas da madrugada quem passara os últimos dias sem saber distinguir o dia da noite, encerrado numa cela sem luz; enfiar a cabeça do preso num capuz para que não fosse capaz de compor uma idéia clara sobre os espaços por onde era conduzido; chamá-lo para o interrogatório e devolvê-lo para a cela sem nenhuma pergunta; destruir metodicamente todas as referências, todos os laços com a realidade que antes o cercava para deixá-lo inteiramente vulnerável. No século XX em que, mais do que em qualquer outra época da história, a ciência foi posta, de forma monstruosa, a serviço da dor e da morte, é necessário registrar que o general tinha razão, e mais, que alcançou, em parte, seu objetivo.


"Há um amontoado de corpos no vagão, esta dor lancinante no joelho direito. Os dias e as noites. Faço um esforço e tento contar os dias, contar as noites. Isso talvez me ajudará a ver claro. Quatro dias, cinco noites. Mas talvez eu tenha contado mal ou então há dias que se transformam em noites. Tenho noites a mais, noites a revender. Uma manhã, é seguro, foi numa manhã que esta viagem começou. Toda aquela jornada. Em seguida uma noite. E depois uma outra jornada. Estávamos ainda na França e o trem apenas tinha se mexido. Ouvíamos vozes, às vezes ferroviários além do ruído das botas dos sentinelas. Esqueça esta jornada, isto foi o desespero. Uma outra noite. Levanto um outro dedo na penumbra. Um terceiro dia. Uma outra noite. Três dedos da mão esquerda. É nesse dia que estamos. Quatro dias, então, e três noites. Avançamos rumo à quarta noite, ao quinto dia. Rumo à quinta noite, ao sexto dia. Mas somos nós que avançamos? Estamos imóveis, amontoados uns sobre os outros, é a noite que avança, a quarta noite rumo a nossos futuros cadáveres imóveis".**


Reproduzo aqui a íntegra do parágrafo de onde extraí as linhas que me serviram de epígrafe. Com ele, o espanhol, Jorge Semprún abre sua pequena obra-prima de denúncia: "A grande viagem". Por que essa obsessão em contar os dias e as noites? Por que a desesperada determinação de não deixar escapar o comboio das horas? De alimentar a patética ilusão de sobre ele exercer algum controle? Ainda que a visão só antecipe os futuros "cadáveres imóveis"?


Talvez porque naqueles primeiros dias, o prisioneiro perceba o tempo como arrimo, amparo, um muro, enfim, que o protege na batalha em que é lançado nu diante do desconhecido. Cada instante que passa será um tijolo no abrigo construído para defender o que resta de sua remota humanidade, devorada pela tortura e pelo medo. Contudo, se o tempo é um muro que o protege, também será o lobo que o sitia. Pelas artes do medo, vaza para dentro e morde a medula. O medo desumaniza. Impõe a cegueira do reflexo e do instinto. Cava até chegar aos ossos. Liberta o animal que pulsa sob o verniz da razão. Coragem não é precisamente ausência de medo. É quando a razão, ao medo se sobrepõe pela porta do delírio e devolve ao prisioneiro, num lampejo brusco, aquela esperança contra toda esperança: o torturador pode me matar, mas não pode me vencer. Porque a minha morte é a minha vitória sobre sua força. O tempo então se converte no fio que mede os limites de sua resistência à dor. Os limites da lealdade às suas convicções e aos seus companheiros que, por uma palavra que lhe escape, podem perder a liberdade e, naquelas circunstâncias, freqüentemente, a vida.


Essas foram, em parte, as circunstâncias em que foram escritos e remetidos para fora das prisões, os Poemas do Povo da Noite. Durante cinco anos de pena eles iludiram a censura e cegaram os olhos dos carcereiros. Pelas mãos e pelo desassombro de pessoas que perceberam na poesia uma sutil e misteriosa habilidade para resistir à brutalidade dos tiranos. E acender, ainda que tênue, um lume de esperança no coração dos que lutam. Talvez elas, as circunstâncias, de algum modo, contribuam para que o leitor compreenda os tempos subterrâneos que esses versos denunciam. E, com Bertolt Brecht, esta geração que declina possa pedir "Aos que vão nascer":


(...)"Vós que vireis na crista da onda

em que nos afundamos,

pensem

quando falarem de nossas fraquezas

também nos tempos de treva

que haveis escapado.

Andávamos então, trocando de países como de sandálias

envolvidos em lutas de classes, desesperados

quando havia só injustiça e nenhuma revolta.


Entretanto, sabemos:

também o ódio à baixeza deforma as feições.

Também a ira pela injustiça torna rouca a voz.

Ah, e nós

que queríamos preparar o chão para o amor,

não pudemos, nós mesmos, ser amigos ."


Mas, vós, quando chegar o tempo

do homem ser parceiro do homem

pensai em nós com simpatia."


A indagação que permanece para a sociedade brasileira hoje e para os que virão é essa: "Mas somos nós que avançamos? Ou "(...) é a noite que avança", sobre nós como afirma Semprún?


*Pedro Tierra é poeta. Cumpriu cinco anos de cárcere durante a vigência do AI-5. É Conselheiro da Fundação Perseu Abramo.


**Jorge Semprún, romancista, roteirista de cinema e militante espanhol. Sobreviveu ao Campo de Concentração de Buchenwald. Autor, entre outras obras, de "A grande viagem", "A segunda morte de Ramón Mercader", "Autobiografia de Federico Sánchez", "Um belo domingo".


Ficha técnica


Editora: Editora Fundação Perseu Abramo em co-edição com a Publisher Brasil Editora

Título: Poemas do povo da noite

Autor: Pedro Tierra

ISBN: 978-85-76430-73-5 (Perseu Abramo)

ISBN: 978-85-85938-58-1 (Publisher Brasil)

Número de páginas: 248pp

Valor: R$ 35,00


Mais informações nos sites da editora http://www.efpa.com.br/ ou da Fundação Perseu Abramo http://www.fpabramo.org.br/




-----Anexo incorporado-----


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Blog do Zé Dirceu




Fernando Morais
Por Fernando Morais


No Brasil, não faltam personagens


A constatação é de um dos principais biográfos do país, o escritor e jornalista Fernando Morais. Autor de vasta obra iniciada em 1976, quando sob a ditadura militar publicou "A Ilha", um dos maiores sucessos editoriais do país, Fernando também trouxe ao grande público a trajetória de personagens como Olga Benário e Assis Chateubriand, entre outros.

Seu último trabalho, "O Mago", sobre a vida do escritor Paulo Coelho ocupa atualmente a lista dos mais vendidos. Agora ele escreve um novo livro, desta vez sobre a saga de cinco patriotas cubanos presos e condenados nos EUA

Nesta entrevista, além de falar sobre seu trabalho como escritor e jornalista - Fernando explica como se dá a escolha de seus personagens e adianta que o método muda segundo o biografado -, conta também sobre sua incursão no mundo da política a partir de 1978, quando elegeu-se para o primeiro de dois mandatos de deputado estadual pelo PMDB.

Do semi-anônimato a 5º deputado estadual mais votado do país, Fernando passou por dois mandatos até que em 1986, candidato a Constituinte, foi derrotado - junto a outros parlamentares da esquerda - pelo atual governador [José] Serra. "Ele impediu que pelo menos dez candidatos de esquerda de São Paulo fossem para a Constituinte".

Secretário de Cultura durante o governo Quércia em São Paulo e da Educação, na gestão Fleury, Fernando também conta como em 2002, candidato ao governo de São Paulo, pelo PMDB, largou tudo depois que foi avisado que ele (o candidato a governador) e o outro candidato ao Senado pelo partido seriam cortados no horário de propaganda na TV para que só o ex-governador Orestes Quércia aparecesse.


[Zé Dirceu] O que é necessário para ser um biógrafo? Você se considera mais um escritor ou um jornalista?

[Fernando Morais] O meu trabalho de biógrafo não tem absolutamente nenhuma diferença do que eu fazia quando era jornalista no cotidiano. Nenhuma. Quais as vantagens em relação ao trabalho no jornal ou aos tempos da Veja? Primeiro, eu sou o pauteiro, escolho o meu tema; segundo, sou o editor, portanto sai o que quero e não o que o dono quer; terceiro, tenho absoluta liberdade de espaço – posso ir de 100 a 800 páginas - e de tempo, posso entregar um livro para o editor em quatro meses ou em quatro anos. No caso da biografia do Paulo Coelho, por exemplo, foram quatro anos e mais de 400 horas de gravação; 110 entrevistas, além da que fiz com ele.

O meu trabalho é um trabalho jornalístico. Considero a qualidade dos meus livros superior ao trabalho que fazia na imprensa porque tenho tempo, reescrevo dez a vinte vezes cada parágrafo. Cada vez que releio um texto na tela do computador, eu melhoro. Agora, todos os meus livros poderiam ser publicados num jornal ou numa revista.

“O Brasil é ótimo, falta gente para contar isso”

[Zé Dirceu] E os personagens, Fernando. Como se dá esse processo de escolha e de pesquisa?

[Fernando Morais] Num país com uma histórica riquíssima como a do Brasil, não falta personagem. O Darcy Ribeiro (antropólogo, ex-senador do PDT-RJ) tem uma frase ótima que todos os escritores deveriam colocar na tela dos seus computadores: “o Brasil é ótimo, o que falta é gente para contar isso”. Gosto muito do período que vai da Proclamação da República, passa pela Revolução de 30 e chega até a deposição de Getúlio Vargas em 1945. Você tem personagens fascinantes como Pinheiro Machado, e como o general Setembrino de Carvalho, conhecido como Mata Cachorro, escolhido para reprimir todos os movimentos sociais do Brasil. Gosto de Canudos à Coluna Prestes, passando pela Guerra do Contestado (Santa Catarina). Personagens e fatos não faltam.

Se não fosse esse livro que estou escrevendo [a respeito dos cinco patriotas cubanos] faria um sobre a República de Princesa. Veja só, uma cidade no sertão da Paraíba, na fronteira com o Rio Grande do Norte, decretou sua independência em fevereiro de 1930. Fez Constituição, hino e dinheiro próprios. A República de Princesa durou oito meses porque veio a Revolução de 30 e passou por cima da cabeça deles. Imagine se não fosse a Revolução de 30! Eram dois mil jagunços armados liderados pelo Zé Pereira - que deu até a música de carnaval: “viva o Zé Pereira, viva o Zé Pereira que a ninguém faz mal...”. Depois ele foi homenageado pelo Luiz Gonzaga num xote. Na realidade, eu estava pesquisando esse tema quando surgiu a oportunidade de escrever sobre os cubanos.

Portanto, a escolha de um personagem não é um negócio tão difícil no Brasil. Nos Estados Unidos talvez seja. Você entra numa livraria, na parte de biografias, só da Jacqueline Onassis tem 23 biografias diferentes. Imagine do marido, do Kennedy, que foi presidente, deve ter umas 200. Num país como os EUA deve ser difícil a escolha dos personagens, mas num país como o nosso, eles estão todos por aí.

[Zé Dirceu] E quanto a apuração das fontes, as entrevistas, o seu trabalho de pesquisa?

[Fernando Morais] A apuração varia muito, principalmente se o biografado está vivo ou não. O Paulo foi a primeira experiência de escrever sobre uma pessoa viva, o que não é bom desse ponto de vista. O livro está vendendo no mundo inteiro, 1º lugar na Hungria, na República Tcheca, nos EUA. Passei nas livrarias do aeroporto de Miami e “O Mago” estava lá. Mas é muito difícil você fazer a biografia de um sujeito vivo exatamente pelo fato de que ele está vivo. Como dizia o Prestes aos 90 anos, quando eu tentava biografá-lo: “ainda posso errar muito nessa vida”.

O método, primeiro, é pegar as testemunhas mais velhas, porque cada dia que passa morre um. Para escrever “Olga”, eu fui para a Alemanha Oriental pegar o pessoal comunista que tinha sido companheiro dela e todos tinham mais de 90 anos. Então, você entrevista os personagens mais velhos, e vai atrás de fontes documentais onde tiver - museus, arquivos, cartórios etc. Aí, com todo esse material em mãos, começa a escrever. E vale a máxima: Washington Luis dizia que governar é abrir estrada; já Machado de Assis dizia que escrever é cortar palavra. Eu estou mais para o Machado de Assis.

O curioso é que dessa vez, com o livro sobre os cubanos, depois de 30 anos como autor, estou fazendo uma nova experiência: pesquisando e escrevendo ao mesmo tempo. Passei três semanas em Havana, e três em Miami, nesta, no meio da extrema direita. Voltei e já estou escrevendo. Tenho mais duas viagens para fazer, uma para Miami, outra para Havana e vou visitar duas prisões de segurança máxima nos EUA (onde estão presos os cubanos).

Muda a personagem, muda a metodologia

[Zé Dirceu] Você tem contato com todos os cubanos presos?

[Fernando Morais] Já conversei com três (dos cinco) deles por telefone e estou entrevistando um pela internet. Tenho falado muito com eles. O Gerardo Hernández, inclusive, condenado a duas prisões perpétuas, na primeira vez que conversei por telefone, falei: “E aí doutor? Estou te esperando com um mojito no Malecon (Havana)”. E ele respondeu: “me espera no Rio de Janeiro com uma caipirinha”. O cara com duas perpétuas...

Então estou agora, pela primeira vez, tendo essa experiência de escrever e pesquisar ao mesmo tempo. Isso significa que terei que mexer mais ainda nas coisas já escritas, porque sempre entra informação nova, fulana diz “aquela tarde, não foi aquele dia, mas três meses depois”. Isso desmonta tudo o que você fez. Na realidade, não tenho uma metodologia de trabalho, nem poderia dar uma aula aqui de como fazer, mesmo porque o processo muda de personagem para personagem. Vou fazer uma biografia sua, por exemplo... É completamente diferente de fazer a biografia do Paulo Coelho ou do marechal Montenegro [Casimiro Montenegro Filho]. Muda a personagem, muda a metodologia.

[Zé Dirceu] Qual a diferença no trabalho entre retratar um país, como você faz em seu livro “A Ilha” (Cuba), ou uma pessoa...

[Fernando Morais] O livro "A Ilha" [publicado em 1976] mudou a minha vida. Não era para ser um livro, mas uma série de reportagens publicadas na (extinta) revista Visão. O dono (Henry Macksoud) não concordou e em seguida mandou o diretor que era o Roberto Muylaert me demitir. Um cara com enorme capacidade. Eu saí, levei a reportagem comigo e aí, matam o Vlado [Vladimir Herzog], com quem eu trabalhava na Visão. Eu havia trabalhado com ele na TV Cultura, em 1970, ele era chefe de reportagem à tarde e eu de manhã. Quando fui para a Visão, ele era o editor de cultura e fui ser repórter primeiro de política, depois de cultura.

O Vlado quando voltou para a TV Cultura (quando foi assassinado no DOI-CODI) indicou-me para o lugar dele, para ser editor de cultura da Visão. Com sua morte, percebi que não poderia publicar minha reportagem (sobre a Ilha), mas aí, havia outro problema. Os órgãos de segurança sabiam que eu tinha ido à Cuba, mas não sabiam o que eu tinha feito por lá. Imaginavam que minha viagem era para ter contato com vocês (que estavam exilados em Havana) – para levar e trazer coisas. Então, em minha própria defesa, precisei publicar o livro, mesmo sob a ditadura. E o Vlado tinha sido morto. Enchemos três kombis, levamos o livro ao sindicato e os 3 mil exemplares venderam na noite do lançamento. A Ilha ficou 150 semanas em 1º lugar na lista dos mais vendidos e, principalmente, me mostrou um caminho novo. Eu poderia continuar sendo jornalista, mas sem ter que dar satisfação para patrão, nem gramando em redação. E também ganhando melhor.

“Em 78, fui o 5º mais votado”

Foi quando comecei a pensar em Olga. O meu nome que antes era pouco conhecido, mais só entre os jornalistas, passou a ser conhecido pela sociedade, sobretudo pelo pessoal da esquerda. Isso levou o MDB a me chamar para sair candidato do partido a deputado estadual em 1978.

Eu, que não era ninguém, fui o 5º mais votado, atrás do [Eduardo] Suplicy, do [Antônio] Rezk, de uma mulher que cantava música sertaneja, a deputada Nodeci Nogueira e do deputado Manoel Sala. Quatro anos depois, fui reeleito numa votação maior ainda; e depois em 1986, candidato a deputado federal, fui derrotado pelo [José] Serra. Aliás, eu sou da turma que o Serra passou o caminhão em cima. Ele foi nas cidades onde tinha deputado eleito por voto de esquerda e arrebentou conosco: comigo, com João Hermann Neto, Audálio Dantas, Darcy Passos Flávio Bierrenbach - o Flávio que denunciou isso na televisão. O Serra impediu que pelo menos dez candidatos de esquerda de São Paulo fossem para a Constituinte e dessem a sua contribuição. Eu (em 1986) não tive nem 20 mil votos, quando na eleição anterior cheguei quase nos 60 mil.

[Zé Dirceu] E você escreveu Olga durante esse período?

[Fernando Morais] Sim, foi aí que terminei Olga e comecei a trabalhar no “Chatô, o rei do Brasil”. Então, o Quércia me chamou para ser Secretário de Cultura e depois Secretário de Educação de São Paulo.

[Zé Dirceu] Como foi sua experiência na gestão dessas duas pastas?

[Fernando Morais] Na Secretaria de Cultura foi ótimo, deu para fazer muita coisa. O Quércia, com quem não tenho mais relações, é um governante que não tem meio termo. Para ele é sim ou não, o que é muito bom. Geralmente você pede recursos e o cara responde “não tem dinheiro nem pra bala da polícia militar”. Com ele não tinha disso. Por exemplo, em 1989 o presidente [Fernando] Collor tinha arrebentado com o cinema nacional, acabou com a EMBRAFILME, com tudo. São Paulo foi o único Estado capaz de levantar o cinema de nacional financiando dez longas. Na época, ele me deu R$ 20 milhões para lançar dez filmes e dar esse respiro no cinema nacional.

No Memorial da América Latina (construído por Fernando no governo Quércia) fiz quase vinte oficinas culturais para ensinar música, teatro, cinema para a criançada de baixa renda. E quem ensinava eram os maiores artistas brasileiros. Eu levava Gianfrancesco Guarnieri para dar aula de interpretação para os moleques de periferia de Ribeirão Preto; Mário Prata para dar aula de roteiro. Era uma forma, ao mesmo tempo, de dar trabalho para os artistas. Você pagava a eles, mas era de graça para as crianças.

Nesse período, eu consegui trazer até o Tom Jobim de Nova York para criar a Universidade Livre de Música. Hoje, chama-se Instituto Tom Jobim. O Tom passou um ano aqui ensinando para nós como se montava um conservatório musical gigantesco. Outro dia, ouvi um moleque tocando oboé na Sinfônica de Israel. Ele era morador de favela aqui e começou numa dessas oficinas culturais. Então, na área de cultura, minha avaliação é que foi muito bom.

[Zé Dirceu] E na secretaria de Educação?

[Fernando Morais] Na educação foi um desastre. No meio do caminho eu descobri que o governador [Luiz Antônio] Fleury Filho não queria fazer nenhuma revolução nesse setor, e eu não estava ali para ser chamado de excelência e andar em carro oficial. Pedi demissão e desisti.

2002: o apoio de Quércia a Lula

[Zé Dirceu] Você voltou a se candidatar pelo PMDB em 2002, a governador.

[Fernando Morais] Caí em tentação novamente em 2002. O Quércia me chamou para ser candidato a governador de São Paulo. Respondi que só saia se o partido apoiasse o Lula, naquele ano, candidato à presidência. Na época, o deputado Michel Temer (presidente nacional do PMDB) era da outra direção do partido, e estava comprometido com o (candidato à presidência) Serra, tanto que indicaram a deputada Rita Camata (PMDB-ES) como vice de sua candidatura.

Consegui com o Quércia, o PMDB de São Paulo, apoiar o Lula. Tanto que no dia do lançamento do meu comitê de governador estão lá você e o Lula quebrando a garrafa de champanhe no palanque.

Durante essa campanha para governador, a minha expectativa era o tempo de televisão. Eu tinha 5 minutos na hora do almoço e do jantar, uma eternidade. Como minha vida é transparente e não tenho dificuldade em falar em público, a televisão era o caminho. Eu estava com 3% a 4%, lá embaixo. Quem eram os meus adversários? Geraldo Alckmin (PSDB) e o José Genoíno (PT). Pensei: “aí, eu pego os dois”. Participei de um único debate, dei uma cacetada no Alckmin - isso me valeu um processo por injúria, calúnia e difamação, que ele perdeu em todas as instâncias - e ali meu nome começou a amadurecer por causa do bate-boca que tivemos.

Então, quando faltavam cinco dias para o programa eleitoral começar (e finalmente o meu tempo de televisão), o Quércia mandou me avisar através do marqueteiro dele, o Toni Cotrim, que o horário seria dele. Ele era candidato a senador, tinha vaga para dois senadores, mas já usava o tempo do outro candidato, um laranja do ABC, deputado estadual, que topou se candidatar para dar o tempo do Quércia. Eu falei, “de maneira nenhuma, isso nem passa pela minha cabeça”. Primeiro, pela ilegalidade, segundo pela imoralidade comigo. Como vou dizer para a minha filha e para a minha mulher que sou candidato se não apareço? “Não, mas isso e aquilo...” Então, respondi: “não, estou fora”.

No dia seguinte, puseram um pastor evangélico no meu lugar para dar o tempo ao Quércia - e mesmo assim, ele perdeu a eleição, apesar de ter na TV o tempo de dois senadores e de um governador.

Eu retirei a candidatura num dia e no seguinte estava na campanha do Lula, no Rio de Janeiro, quando sugeri uma frase que acabou virando mote na campanha. A Regina Duarte tinha ido à TV (na propaganda tucana) falar que estava com medo. Nas vésperas de ir ao Rio, descobri um poema do Gilberto Freyre escrito em 1929 - nem sabia que ele escrevia poemas - muito bonito chamado “Um novo Brasil” que me parece uma premonição da Revolução de 30. Esse texto caiu como uma luva na candidatura do Lula e foi uma resposta indireta à Regina Duarte. Ao invés de discursar, eu disse no encontro do Rio que daria a palavra ao Gilberto Freyre e li o poema. Terminei dizendo o seguinte: “60 anos atrás o Gilberto Freyre já estava ensinando para nós que a esperança era maior do que o medo”.

Fui para a campanha do PT e fiquei por lá. Nunca mais me meti pessoalmente em política. De lá pra cá, fiz todas as campanhas do PT. Em São Paulo, a campanha do Genoino; depois a da Marta (Suplicy) para a prefeitura; vou campanha da Dilma ano que vem, mas, pessoalmente, eu não quero mais.

ABC: “é melhor você ficar porque parece que a barra vai pesar”.

[Zé Dirceu] E como foi sua experiência de oito anos como deputado estadual, você cumpriu mandato em duas legislaturas.

[Fernando Morais] O primeiro mandato foi de luta contra a ditadura. Do meu tempo como deputado, devo ter passado 80% nas portas do DOPS, nas greves do ABC. Inclusive, eu estava com o Lula e o (ex-deputado) Geraldinho Siqueira, na noite em que o Exército invadiu o sindicato dos metalúrgicos. Naquele dia, o Fernando Henrique Cardoso tinha estado lá, nós conversamos e saímos para comer um frango em São Bernardo. Na hora de ir embora, o Fernando falou: “eu vou para São Paulo.” Nós respondemos: “é melhor você ficar porque parece que a barra vai pesar”.

Na época, o Fernando era suplente de senador (de Franco Montoro), portanto, uma personalidade e tal. Ele fez uma análise da conjuntura ali, provando por A+B que não corríamos riscos de o sindicato ser invadido, e foi embora para São Paulo. Isso quem conta é o Lula naquele livro O Sapo e o Príncipe [do Paulo Markun]. Então, o Fernando Henrique veio embora para São Paulo e nós ficamos. Quando deu 23h, meia noite por aí, nós ouvíamos o barulho dos helicópteros. Olhamos pela janela, estava tudo cercado (pela repressão) em volta do sindicato.

Então, esse primeiro mandato foi muito rico, muito vivo. Eu levava comida no DOPS para eles, quando foram presos - Djalma Bom, Lula, José Cicotti. Levávamos fruta, eu e Luis Eduardo Greenhalgh que não era deputado ainda. Na verdade, eu tinha uma relação respeitosa com o (delegado Romeu) Tuma, embora ele tivesse me prendido – eu e minha mulher – quando voltamos de Cuba pela primeira vez. Nós fomos presos na escada do avião, mas não bateram na gente, nem fomos colocados na cela. Ficamos numa cela ao lado da sala do Tuma no prédio do DOPS. Então, eu conseguia levar comida para o pessoal desde que não fosse de dia para não chamar atenção da imprensa e desde que não fosse com carro oficial (de deputado).

Já no segundo mandato, com o Montoro governador, o deputado virou uma espécie de despachante de luxo. O prefeito tem 4 mil votos, precisa ter uma audiência com o secretário de Educação, você não vai acompanhar? Agora, como eu tinha voto em todas as cidades, sem exceção, era deputado estadual, havia uma lista de prefeitos... Então, leva o prefeito e vai no secretário tal, depois em outro. Não que isso diminua alguém, mas não era o meu projeto de vida, nem com cem mil votos. Então, foi uma experiência muito frustrante o meu segundo mandato.

[Zé Dirceu] Fernando, dos teus biografados, é possível comparar e escolher qual foi o mais fascinante?

[Fernando Morais] Impossível. Como comparar Olga com Chateaubriand? Como comparar o Paulo Coelho com o marechal Montenegro? Quer história mais dramática do que a do Paulo? Drogas, vício, homossexualismo, missa negra, suicídio, tudo. Hospício! Moleque, o pai o internou - ele tinha 14, 15 anos - três vezes no hospício para ser tratado com eletrochoque na cabeça. Agora, você pega uma Olga, uma mulher que deu a vida por uma idéia! Ela não estava atrás de bem material, nada. Deu a vida por um ideal. Então, é muito difícil estabelecer esse tipo de comparação.

[Zé Dirceu] E há algum personagem interessante, mas sobre o qual você jamais escreveria? Você precisa se identificar com os biografados que escolhe?

[Fernando Morais] Não, diferentemente de outros biógrafos. O Ruy Castro, por exemplo, disse que só escreve sobre pessoas pelas quais ele tem algum tipo de simpatia, alguma afinidade. Eu já pensei, inclusive, em escrever sobre o delegado (Sérgio Paranhos) Fleury. Vou escrever sobre o Antônio Carlos Magalhães. Passei nove anos gravando com ele. Devo ter quase mil horas gravadas e ele me deu uma cópia do seu arquivo pessoal. Seguramente, Zé, tem o seu nome lá, porque ele gravava todos os telefonemas. Ligava para o presidente da República com o gravador ligado e não informava o interlocutor que estava gravando. Particularmente, eu não tenho afinidade com o ACM, estamos em pólos opostos política e filosoficamente. Então, honestamente não há personagem sobre o qual eu não escreveria.

[Zé Dirceu] E sobre o restaurante Piantella, de Brasília?

[Fernando Morais] Há algum tempo, estou pensando em fazer a história do Piantella porque é possível fazer esse trabalho de biografia num livro que não seja biográfico, mas sobre um episódio. Escrevi Corações Sujos [2000] que não é uma biografia. Cem quilos de Ouro [2003] e a própria A Ilha [1976] também não são. Se dependesse de mim, já teria feito o Piantella, mas o Marco Aurélio (dono do restaurante) me enrolou um pouco. Na verdade, através da história do Piantella você conta um pouco da história do país, sobretudo, a do fim da ditadura militar. Ali era o lugar onde se conspirava. Eu pretendo fazer o livro sobre o Piantella, tenho até o modelo. O (jornalista) Ricardo Boechat fez um livro muito bonito sobre o Copacabana Palace, é um livro com fotos que ao mesmo tempo você lê, tem história sobre as pessoas que se hospedaram lá, o que aconteceu, brigas e paixões. O Piantella dava um livro, guardadas as diferenças, como este.

Cinco cubanos e a luta contra o terrorismo de Miami

[Zé Dirceu] Conte um pouco para os leitores do blog, sobre seu livro atual, a respeito dos cubanos.

[Fernando Morais] O livro está indo bem. É uma história incrível porque são 15 caras que Cuba infiltra em organizações de extrema direita na Flórida, para combater o terrorismo partido dali contra a Ilha. Eles se apresentam nos EUA como desertores, traidores da revolução cubana e cada um foi de uma maneira.

René González, por exemplo, roubou um avião em Cuba e pousou dentro da base aérea naval mais bem armada dos EUA. E, pior, com o tanque seco. Foi um negócio heróico. Ele teve que voar baixo para os radares de Cuba não o pegarem e ainda em zigue-zague porque a gasolina acabou. No momento em que viu as luzinhas de Key West, nos EUA, o tanque já estava seco, seco, seco. Ele entrou no rádio 14 da Marinha, da base aéreo naval e disse “sou desertor cubano, chamo-me René González e preciso pousar”. O cara respondeu, “na pista tal”. Ele desceu, foi recebido como herói e começou a trabalhar. Lá foi cooptado por uma organização de extrema direita [contra os cubanos] e logo depois, cooptado pelo FBI para passar informações desta organização de extrema direita para eles.

Então, ele começa a fazer o jogo de dupla infiltração. Como ele, foram mais 14 cubanos e um não sabia do outro, apenas um que controlava todos sabia dos demais. Cada um foi de uma forma, quase todos como traidores da revolução, e houve os que saíram dentro da cota dos 20 mil vistos concedidos por ano. Os cubanos chegaram nos EUA no começo dos anos 90, quando acabou a URSS, e Cuba entrou no chamado período especial de dificuldades muitos grandes.

Nessa fase, o país salvou sua economia através do turismo. Vendo isso, os americanos começaram a fazer atentados em Cuba, exatamente na área turística. Colocaram bomba em avião, em hotel de luxo para espantar os turistas. Você vai para o Iêmen passar férias? Não vai, tem medo. O Egito durante muito tempo passou por isso. Então, os americanos queriam quebrar a indústria do turismo de Cuba com o terrorismo, e Cuba não tinha como combater esses caras, porque eles moravam nos EUA, na Flórida e a polícia e o governo ou os apoiava ou fechava os olhos. Por isso, mandaram 15 caras para lá.

O primeiro foi em 1990 e até 1998, foram oito anos de trabalho, [infiltrados em organizações de extrema direita]. Eles mandavam informações para Cuba. Por exemplo, “fulano de tal vai entrar dia tal vindo de El Salvador com uma televisão portátil debaixo do braço dizendo que está levando de presente para uma tia”. Os cubanos abriam a televisão e achavam 4 kg de explosivo lá dentro, de centex, de explosivo líquido e plástico.

Até que na madrugada de setembro de 1998, o FBI e a Swat invadiram 15 casas na mesma hora, numa operação na Flórida. Cinco fugiram antes deles chegarem, um na véspera da cana... ficaram dez. Desses, 5 fizeram acordo de delação premiada com o governo americano. Neste período já tinham informações e dedaram os outros cinco em troca de serem libertados com identidade falsa e com bolsa do governo. Até hoje, eles estão nos Estados Unidos em lugares diferentes, com nomes diferentes. Os cinco presos [Gerardo Hernández, Ramon Labañino, Antonio Guerrero, Fernando e René González] foram condenados a penas de 20 anos e a duas perpétuas. Essa é a história.

[Zé Dirceu] Então, o FBI estava vigiando a atividade deles antes?

[Fernando Morais] Eles estavam vigiando os caras há dois anos. Já tinha escutas dentro das casas. Um morava num apartamento e o FBI alugou outro apartamento exatamente na frente para fotografar e ver a hora em que saia. Eles iam lá, abriam, tiravam o disco rígido do computador, copiavam e o recolocavam. Pegaram mais de 20 mil mensagens enviadas pelos cubanos, e o julgamento foi um negócio absurdo. Não há nenhuma prova, no meio dessa documentação toda, de que eles tenham espionado os EUA [o objetivo era obter informações das organizações de extrema direita que faziam terrorismo em Cuba]. Nunca pegaram nenhum documento norte-americano, nunca tiveram acesso a nenhuma informação sigilosa ou secreta, e quem diz isso foram três almirantes e um general americano ligados à Agência Nacional de Segurança. Depoimento do júri, homologado pelos advogados com testemunha de defesa dos cinco, e tudo.

Um camarada, inclusive, tinha o emprego de encanador numa base aérea americana, e o general que comandava essa base disse que ele nunca chegou por perto dos prédios que tinham informações que pudessem ser consideradas de segurança nacional. Outro cara tinha sido comandante de uma coluna de tanques em Angola e entrou nos EUA para ser professor de salsa.



Educação: o nó está no ensino de primeiro e segundo graus

[Zé Dirceu] Fernando, mudando de assunto, como você avalia a educação e a cultura nesses quase sete anos de governo Lula?

[Fernando Morais] Cultura deu um salto significativo. Educação, a minha esperança é que o Lula realmente use o dinheiro do pré-sal para fazer uma revolução nessa área. Não só como autor de livros, mas sobretudo tendo sido secretário do Estado com maior número de estudantes no Brasil – em São Paulo são seis milhões de estudantes e hoje deve ser um pouco menos, é a população da Dinamarca, e na época, o orçamento da Educação no Estado era de US$ 4bi - aprendi um pouco e descobrir onde está o nó.

Em primeiro lugar, não é ensino superior, mas o de primeiro e segundo graus. E, principalmente, só conserta na hora em que você tiver educação em tempo integral. O projeto do (ex-governador do Rio, Leonel) Brizola era verdade – e não era do Brizola, mas do Anísio Teixeira (educador dos anos 50). Não tem nenhum segredo. Se você pegar todos os países que deram certo no mundo...O caso do Japão, destruído no final da II Guerra e agora, segunda maior potência do mundo... Eles não tem nada de especial em relação a nós, mas num dado período gastaram 70% do orçamento em educação. Não tinham dinheiro para gasolina de viatura policial, mas tinham para educação de melhor qualidade.

A minha esperança é essa. O Lula vai pro céu se fizer isso. Pode cometer todos os pecados, mas se de fato fizer o que está prometendo, de usar os recursos do pré-sal para fazer uma revolução na Educação, daqui a 500 anos quando os nossos tataranetos olharem para o Brasil e tiverem que citar um estadista, dirão que é o Lula. Mais do que o Getúlio Vargas, porque Vargas tem uma mancha na história dele: (a ditadura e) a própria Olga é um exemplo disso.

E Getúlio foi três: o revolucionário de 30, que deu ao Brasil a condição de nação - antes o país era uma república de coronéis e barões do café; o Getúlio ditador que reprimiu tanto a esquerda - Olga é um exemplo disso - quanto a direita, como fez com os integralistas, arrancaram por exemplo unha do tenente Fournier; e o terceiro Getúlio, o nacionalista, o antiimperialista, o da Petrobras.

Foi o da Petrobras que o DEM da época (1950-1954), a UDN, tentou derrubar e que termina com o gesto heróico de dar um tiro no coração. Então, com absoluta certeza, se o Lula encerrar o seu mandato consertando a educação brasileira, vai precisar muito milênio para termos um outro estadista como ele.

Hoje, todo mundo pode ser o seu próprio Roberto Marinho.

[Zé Dirceu] Fernando para fechar, como você vê o jornalismo hoje no país e a mídia como um todo?

[Fernando Morais] Um horror, uma verdadeira tragédia. Toda generalização é injusta - se você me pedir para apontar um ou outro que não esteja nesse meio, eu consigo. Agora, no geral, a imprensa e os veículos se transformaram em partidos políticos de direita, sem assumir isso. Porque se assumisse não tinha problema. Você cria uma referência. Essa é uma revista de esquerda, esse é o é o blog do Paulo Henrique Amorim que não gosta do Fernando Henrique Cardoso. Pronto, você já avisa ao leitor o que ele está lendo.

Se você pega uma revista como a Veja, por exemplo, ela tem todo o direito de fazer o que bem entender. Numa sociedade como a nossa, quem tem dinheiro para montar uma revista, pode fazer o que quiser, inclusive, não tem que ter nenhuma preocupação com a ética. Agora, esclareça o leitor que aquilo ali é um partido político, que você está defendendo interesses. Isso realmente não acontece.

Veja que isso não é de hoje. Se você pegar o Estadão de quando o Juscelino (Kubitschek) deixou a presidência da República, vai ver que o jornal dizia que o presidente era a quinta maior fortuna do mundo. Juscelino morreu e dona. Sara teve que vender casa para pagar despesas familiares. “A quinta maior fortuna do mundo” segundo o Estadão. Isso piorou de lá prá cá, mas para a nossa sorte, acabou.

Eu sempre acreditei que até a democratização dos meios de comunicação seria uma luta política. Acabei descobrindo que se tornou uma conquista tecnológica. Hoje, todo mundo pode ser o seu próprio Roberto Marinho. Se você botar um notebook aqui na frente e ligar uma câmera de vídeo - custa baratinho - e falar o dia inteiro, se disser o que as pessoas querem ouvir, terá audiência, ganhará anúncio e terá recursos para sustentar e ampliar a sua estrutura.

Felizmente, essas publicações (tradicionais) estão com os dias contados.

Piratini


Educação
Yeda envia projeto ao Legislativo para financiar notebooks a professores
Projeto regulamenta a compra dos equipamentos com financiamento do Banrisul. Ensino
Governadora entrega título de Educador Emérito para seis professores
Medalha premia profissionais com ações relevantes à educação e mais de 20 anos de serviço. Logística
Cooperação com os EUA visa à expansão do sistema aeroportuário
Acordo firmado busca atrair novos investimentos na área aeroportuária para o território gaúcho. Energia
Estado comemora 40 anos da CRM com ampliação da produção de carvão
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Redução do tempo para exame teórico alinha RS aos demais Estados
Medida tem como base a média de tempo de resolução, que é de 40 minutos, e alinha o Estado ao restante do país. Educação
Governo inaugura Escola Técnica de Polícia Militar em Osório no dia 21
Unidade será novo polo de formação da Brigada Militar para qualificar o serviço no Litoral Norte.

Inter


Inter conta com ajuda dos sócios para lotar o Beira-Rio
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Sócio Presente: clube disponibiliza sistema de comunicação de presença no estádio.

O Beira-Rio lotado é um espetáculo à parte. Por isso, o Internacional conta com a ajuda dos sócios com lugar garantido para otimizar as acomodações do estádio. A partir de agora, é possível comunicar ao Clube a presença em cada partida no Gigante sem sair de casa, na comodidade da internet. O Sócio Contribuinte pode informar com apenas um clique se estará presente ou ausente no estádio, facilitando dessa maneira o controle da oferta de lugares nas arquibancadas.

O serviço já está disponível para o Gre-Nal deste domingo. Os sócio poderá comunicar se vai ou não ao clássico 378 até às 23h da próxima sexta-feira (23/10). Os sócios locatários de cadeiras poderão fazer a comunicação somente a partir do jogo contra o Botafogo, com o sistema sendo liberado a partir do dia 26 de outubro.

Acesse: http://www.sociopresente.internacional.net.br/

Sabendo que o sócio não virá ao Beira-Rio em um determinado jogo, o Inter poderá disponibilizar o lugar para outro colorado. As arquibancadas terão menos espaços vazios e mais torcedores terão a oportunidade de assistir às partidas. A probabilidade do estádio lotar será maior. O espetáculo na casa dos colorados será ainda mais bonito.

O 'Sócio Presente' é uma moderna tendência adotada pelos principais clubes do mundo. É uma questão cultural. Depois de incurtida, será natural para os sócios realizar esta comunicação: 'Vou ao jogo' ou 'Não vou ao jogo'.

O Sport Club Internacional está dando um importante passou rumo à otimização do Beira-Rio em dias de jogos. A participação do sócio será fundamental para o sucesso deste programa. Participe e passe a ideia adiante para outros sócios. A maior beneficiada é a torcida colorada!







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Preso Assassino de Taxista em Porto Alegre

Polícia Civil prende na Capital suspeito de matar taxista
20/10/2009 19:47


Agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), coordenados pelo delegado Juliano Brasil Ferreira, prenderam nesta terça-feira (20) por volta das 7h, na Capital, um homem de 27 anos.

Segundo Ferreira, ele é suspeito de matar o taxista Vidalvino Borges Lindholz, em 07 de fevereiro deste ano, fato ocorrido no bairro Vila Nova, em Porto Alegre. O homem foi reconhecido por testemunhas e é foragido do Instituto Penal de Viamão, com antecedentes por assaltos e atentado violento ao pudor. O suspeito foi encaminhado ao Presídio Central, na Capital.

Fonte: Ascom PC

Táxi da Vez



Yeda Crusius participa da abertura do 20º Congresso da AGERT em Canela
A governadora, Yeda Crusius, em seu discurso durante a solenidade de abertura do 20º Congresso Gaúcho de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), no hotel Laje de Pedra, em Canela.


Local: Canela - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32193

Yeda Crusius prestigia abertura do 26º Congresso Brasileiro de Agronomia em Gramado
A governadora, Yeda Crusius, em seu discurso durante a solenidade de abertura do 26º Congresso Brasileiro de Agronomia, no hotel Serrano, em Gramado.


Local: Gramado - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32191

Yeda Crusius recebe o presidente do CAT, de Tupanciretã
A governadora, Yeda Crusius, recebe a visita de cortesia do sr. Almir Rebelo de Oliveira, presidente do Clube dos Amigos da Terra - CAT, de Tupanciretã, que veio manifestar o apoio dos produtores rurais da região à chefe do executivo.

Local: Porto Alegre - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32188

Yeda Crusius durante a entrega da Medalha Educador Emérito
Governadora Yeda Crusius, durante a entrega da Medalha Educador Emérito a Maria Guimarães, no Espaço de Eventos Luiz Quartieri, da Secretaria da Educação.

Local: Porto Alegre - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32186

Tarsila Crusius com a coordenação da vigilância sanitária
A presidente do Comitê de Ação Solidária, Tarsila Crusius, durante reunião com Dr. Francisco Paz da vigilância e saúde do estado, e com a coordenadora de vigilância das hepatites virais do municipio, Maristela Fiorini.

Local: Porto Alegre - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Antonio Paz / Palácio Piratini
Código: 32177

Yeda Crusius durante café da manha com o secretariado
Governadora Yeda Crusius, durante café da manha com o secretariado, onde o Secretário da Educação, Ervino Deon fala sobre a PL, Professor Digital, encaminhada a Assembléia Legislativa.

Local: Porto Alegre - RS
Data: 20/10/2009
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32176

Piratini





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Código: 32193

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Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini
Código: 32176

Jovem Assume Crime

Adolescente assume crime ocorrido em Esmeralda


Após contatos mantidos pela Defensoria Pública, um adolescente de 16 anos apresentou-se na Delegacia de Polícia de Vacaria, assumindo o homicídio ocorrido em Esmeralda neste final de semana. O jovem prestou declarações acompanhado de advogado.

A Polícia Civil não informou detalhes sobre versão do adolescente para o homicídio, pois ainda pretende realizar outras diligências e confrontar depoimentos antes de concluir o caso.



Data: 20/10/2009 - 17:33
Fonte: DP Vacaria

Moradores não queriem CTG em Vacaria RS

Altos da Glória não quer doação de terreno para CTG


Os moradores do bairro Altos da Glória que reune os loteamentos Jardim das Oliveiras, Parque do Sol e Seminário, não querem que o executivo municipal faça a doação de um terreno para o CTG Gaúchos de 35.

Esse espaço está localizado no loteamento Jardim das Oliveiras e a comunidade quer que seja construída uma creche.

Na noite desta terça-feira 20, os moradores se reunem para discutir a situação e ratificar a decisão de não aceitar a doação.

A presidente da Associação de Moradores do bairro Altos da Glória Olésia Padilha Brandt, disse a entidade vai realizar uma assembléia para ouvir os moradores e aí poder tomar uma posição.

O prefeito Elói Poltronieri afirma que se os moradores forem contrários a essa doação, ela não será feita mas garante que é preciso que haja essa manifestação.


Data: 20/10/2009 - 15:30
Fonte: Miro Santos/Rádio Esmeralda

Recursos para Vacaria para Combate às Drogas

Vacaria é contemplada com recursos para combate às drogas


A relação dos projetos que receberão R$ 1 milhão para combater o crack foi divulgada pelo governo do Estado. Depois de 60 dias de análise dos 267 projetos recebidos pela Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social, foram escolhidos 46, que beneficiarão 33 municípios a partir do ano que vem.

Nove projetos estão concentrados em sete cidades da Serra: dois em Caxias do Sul, dois em Farroupilha, um em Bento Gonçalves, um em Vacaria, um em Cambará do Sul, um em Ipê e um em Veranópolis. A ideia do secretário Fernando Schüler é formar uma rede de prevenção às drogas e de atendimento a dependentes químicos no Rio Grande do Sul, que já tem 55 mil usuários de crack, conforme estimativa da Secretaria Estadual da Saúde.

Ao anunciar a seleção dos projetos, o secretário Schüler já garante mais R$ 1 milhão para um novo edital para combater a drogadição. A expectativa é lançar a seleção pública no início do ano que vem, uma vez que os recursos já teriam sido reservados no orçamento da Secretaria para 2010.



Data: 20/10/2009 - 17:26
Fonte: Jornal Pioneiro

Obras na Praça Daltro Filho em Vacaria RS

OBRAS NA PRAÇA DALTRO FILHO


Em entrevista ao programa Comando Geral da Rádio Esmeralda, na segunda-feira, dia 19, o Secretário de Desenvolvimento, Tecnologia, Trabalho e Turismo, Alessandro Dalla Santa Andrade, confirmou que as obras de melhoramentos na Praça Daltro Filho, devem iniciar em breve.

Existem recursos federais no valor de 110 mil reais, sendo que o município entra com a contrapartida. Inicialmente será feito melhorias na rede elétrica e na segunda etapa serviços no calçamento, canteiros e retiradas de algumas árvores e colocação de outras.

O secretário confirmou que as obras no entorno da Catedral Nossa Senhora da Oliveira, o edital de licitação deve ser lançado nos próximos dias.

Existem recursos em torno de 240 mil reais, também do governo federal, sendo que o município entrará com contrapartida. Estas obras devem iniciar possivelmente no mês de dezembro.


Data: 19/10/2009 - 14:52
Fonte: Betão Carneiro

Preso Ladrão de Cheques em Vacaria RS

Preso ladrão de cheques em Vacaria


Três agentes da DP vacaria prenderam nesta tarde um homem de 42 anos de idade, que tentava trocar um cheque de oito mil reais em uma instituição bancária (HSBC).

O homem havia furtado um talão dias atrás de uma clínica veterinária localizada na rua Marechal Floriano, e já havia conseguido descontar um cheque de R$ 900,00 e outro de R$ 1.800,00 dias antes.

Na terceira tentativa, foi localizado e detido pelos policiais civis, sendo levado a Delegacia de Polícia, autuado em flagrante e levado ao presídio.




Data: 20/10/2009 - 17:27
Fonte: DP Vacaria

Ruy Carlos Ostermann



Aprender com os cachorros
Ruy Carlos Ostermann


Já tive muitos cachorros e nunca me arrependi. Não é que seja o companheiro do homem como se repete toda vez que falam de cachorros em casa ou no pátio. É bem mais do que um amigo de baixa exigência se não as afetivas e as da atenção. Exige o olhar, a mão, às vezes o colo ou o abraço - essa é toda atenção que cobra. Se não late as suas canções de abandono ou ronrona a certa distância, sempre para não se intrometer demais.

Mas é uma relação que precisa ser construída afetivamente. Ela não é espontânea ou súbita e nem fica à espera de que nos fatos se confirmem. Ela está represada, posta à disposição, mas sem movimento, é sempre uma possibilidade da convivência. Esse aprendizado de parte a parte, do homem e do cachorro, se faz por clareza de objetivos recíprocos, com rigoroso respeito pelo espaço de um e de outro.

Verdade que o cachorro tem uma percepção mais nítida dessa relação carinhosa, sabe esperar e, dificilmente, toma uma decisão equivocada ou apressada, sem sentido. Por isso, é naturalmente mais calmo do que o homem e olha com maior interesse e fidelidade para o que possa acontecer nessa relação frente a frente.

Sair para fazer outra coisa na sala ao lado significa uma suspensão e só pode ser substituída pela resignação do cachorro ou por sua curiosidade em saber do que se trata.

Há muito o que aprender com os cachorros.

Justiça Suspende Terceirização em Vacaria RS

Justiça suspende terceirização de serviços de saúde
A Prefeitura de Vacaria fica impossibilitada de terceirizar alguns serviços da área de saúde. A decisão do juiz Silvio Tadeu de Ávila atende a uma ação ajuizada pelo Ministério Público

O Ministério Público obteve julgamento de procedência em ação ajuizada para coibir novas contratações da Prefeitura de Vacaria com a empresas da área de saúde, que estavam sendo realizadas em discordância com os preceitos legais.

Na sentença, o Juiz Silvio Tadeu de Ávila considerou que a Prefeitura para terceirizar serviços de saúde deve possuir lei autorizativa da Câmara, o que no caso em análise não houve, bem como a alegada situação de emergência para realizar a contratação sem licitação não ficou comprovada, havendo, desta forma, burla a licitação, pois, conforme o magistrado, "a contratação emergencial decorre de situação imprevisível, e não de inércia e falta de planejamento administrativos" e é "claro que não se pode conferir caráter emergencial a contratos sucessivamente renovados, há mais de dois anos".

Também foi consignado na sentença pelo Juíz que somente pode a Prefeitura Municipal terceirizar de forma complementar na área de saúde, nesse ponto, porém, o Ministério Público ainda vai recorrer da decisão, pois, segundo o Promotor de Justiça Luís Augusto Gonçalves Costa, "o MP possui a posição de que a atenção básica da saúde (que não é complementar) não pode ser terceirizada, mesmo com lei municipal autorizativa, devendo os municípios promoverem concurso público para prestarem diretamente a saúde básica a comunidade, principalmente nas áreas de clínica geral, pediatria, ginecologia e obstetrícia, bem como no caso dos médicos do PSF e é essa declaração explícita é que vamos buscar ainda no Poder Judiciário".
O secretário de saúde Paulo Gilberto Santos da Silva disse que somente vai se manifestar na tarde desta terça-feira, 20 de outubro.


Rádio Fátima AM (Jornalismo), 20/10/2009, 09h02

Musa Italiana do Voleibol



Musa italiana, Francesca Piccinini revela intimidades em entrevista
20 de Outubro de 2009 19:20 66 Recomendações Recomendar Comentar
Por Redação Yahoo! Esportes

A jogadora de vôlei da seleção italiana Francesa Piccinini novamente está dando o que falar. Apesar do bom desempenho dentro das quadras, a atacante vem à tona mais uma vez por uma de suas polêmicas atitudes e declarações. Em 2005, Piccinini ficou famosa por fazer um calendário sensual para a revista "Men's Health". Desta vez, em entrevista ao programa de TV italiano "Le Iene Show", a jogadora confessou ter feito sexo com o namorado vestida com seu uniforme do Bergamo, clube que defende, e outras intimidades.

A italiana disse não ter nada contra as jogadoras que são homossexuais e contou que existe um hábito feminino de uma olhar os seios das outras no vestiário. "Conheço algumas meninas [homossexuais do vôlei]. Inclusive já fui assediada por algumas delas". "Sobre os seios, eu sou a que tem os menores", garantiu.

Fonte: Yahoo