sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tijuca Campeã no Rio

DIÁRIO DO RIO | CLÁUDIO BRITOMagia da Tijuca triunfa no Rio
Escola responsável pelo desfile mais comentado de 2010, a Unidos da Tijuca venceu o Carnaval do Rio de Janeiro. A agremiação não triunfava desde 1936 no Grupo Especial. Comandada pela inspiração do carnavalesco Paulo Barros, a escola travou uma disputa apertada com Beija-Flor e Grande Rio. Abaixo, uma análise do desfile deste ano na Marques de Sapucaí:


O futuro chegou
Paulo Barros revelou o futuro. Seus temas arrojados e inovadores, a concepção e a execução de seus desfiles vão além do Carnaval. Acusavam-no de só fazer espetáculo. Não há mais dúvidas. Paulo, um visionário, e a Tijuca, uma escola tradicional, acertaram o passo e mostraram que é possível avançar sem desrespeitar questões fundamentais. Bom samba, bateria de primeira e uma comunidade participativa e exuberante, uma família, tudo isso é a Unidos da Tijuca, que reúne a classe média da Tijuca ao morro do Borel com muita felicidade. Ontem, na apuração, o último quesito divulgado foi o de enredo. A Tijuca já era a campeã, com justiça, desde as notas anteriores, para a comissão de frente. Se o enredo “É Segredo” conseguisse 9,6 ninguém mais quebraria a vitória tijucana. Os mistérios da vencedora estavam devassados. As notas máximas, quesito a quesito, correspondiam ao planejado por Paulo Barros, o carnavalesco revolucionário que a Viradouro e a Vila Isabel não compreenderam e a Tijuca trouxe de volta. Se algum segredo ainda existe nesta conquista, revelo mais, logo conto dois: o presidente Fernando Horta e o diretor de harmonia, Ricardo Fernandes.

O presidente dá liberdade ao carnavalesco e defende a ideia de que todo artista tem que ser feliz para render. Horta cuida disso com carinho, nada falta para que Paulo Barros se sinta muito bem. Ricardo é militar por formação e profissão, o que explica seu trabalho disciplinador. Meticuloso, passa meses organizando o desfile. Nada escapa de seu planejamento e a execução é primorosa. Foi tricampeão na Imperatriz e campeão na Vila Isabel antes de chegar à Tijuca, onde já foi vice-campeão antes do título de agora. Horta e Ricardo, dois segredos da Tijuca.

Paulo Barros chegou à maturidade, venceu os pontos vulneráveis em sua obra, que, diziam, estavam em fantasias e alegorias. Duvidavam do acabamento em seu barracão e atelier.

A nota 10 foi total, sem chance para os descartes e serve de afirmação. Ninguém tem mais nada para dizer, Paulo Barros está no rumo certo e traçando o caminho do Carnaval. É dele o futuro. Paulo Barros e a Tijuca vão à frente, muitos vão segui-los de agora em diante.

Ainda bem. Quem gosta de arte e cultura no Carnaval agradece. Os desfiles ficarão mais bonitos.


Mais do que segredos, a Tijuca levou encanto à avenida


Grande Rio
Se o vice- campeonato chegou a surpreender, não foi injusto. O Carnaval da Grande Rio teve conteúdo e execução para chegar onde chegou. Relembrar grandes momentos dos 25 anos do Sambódromo funcionou. O lixo e o luxo de Joãosinho Trinta ajudaram. Houve festa em Duque de Caxias.


Beija-Flor
O enredo de Brasília talvez seja a maior causa do 3º lugar que a escola não queria, pois sempre pensa maior. Falar dos 50 anos da Capital Federal tirou pontos no quesito específico e em outros fundamentais, como alegorias e adereços.


Mudanças
O resultado do Carnaval provoca mudanças na Imperatriz e na Mangueira. Max Lopes e Jaime Cesário, carnavalescos, devem ser dispensados.

Fonte: Zero Hora

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