segunda-feira, 1 de março de 2010

Grêmio Cameão do 1º Turno do Gauchão





01 de março de 2010 | N° 16261AlertaVoltar para a edição de hojeGRÊMIO CAMPEÃO DA TAÇA FERNANDO CARVALHO
Com a cara de FerdinandoÀs 19h02min de ontem, o dirigente mais vitorioso da história do Inter, Fernando Carvalho, entregou a taça que leva o seu nome ao presidente do Grêmio, Duda Kroeff, oficializando o clube do Olímpico como campeão do primeiro turno do Gauchão 2010. Foi o que de melhor aconteceu ao Grêmio no domingo azul da decisão. Porque em campo, na bola, quase todas as notícias foram ruins para o time do técnico Silas.

O único gol da vitória sobre o Novo Hamburgo foi um símbolo disso. Pelo seu autor: o mediano Ferdinando, que, como sempre, teve uma atuação mediana. E pela forma como ocorreu: de uma cobrança de falta da intermediária.

O Grêmio, ontem, foi precisamente assim. Foi todo ele Ferdinando. Alguns menos ainda, entre esses os dois de quem se esperava criatividade, os meias Douglas e Hugo. Vez em quando, Douglas recebia a bola e arremedava o velho Mário Sérgio: olhava para um lado e passava a para o outro. Só que, ao contrário de Mário Sérgio, errava o passe. Hugo, nem isso. Nem enfeitar, enfeitava. A melhor participação de Hugo na partida foi sofrer a falta que originou o gol de Ferdinando. Esses dois, Hugo e Douglas, deram ao Grêmio um ritmo de bolero, enquanto o Novo Hamburgo era punk rock até os ossos.

O Novo Hamburgo dominou o jogo.

Todo o jogo.

Com um minuto, o Noia já tinha dois escanteios. A tarde inteira o time do Vale do Sinos ficou rondando a área do Grêmio. Não marcou porque faltou refinamento aos seus atacantes. E porque, debaixo do travessão, havia Victor. Aos 12 minutos do segundo tempo, Rodrigo Mendes chutou forte de perna esquerda, a bola desviou na zaga e Victor defendeu com o pé. Foi o lance mais perigoso da partida.

O Grêmio construiu apenas uma chance real de marcar, aos 10 minutos do primeiro tempo, quando Borges fez de cabeça, mas em impedimento. Nesse momento, Fernando Carvalho chegava ao Estádio Olímpico, em silêncio. Assistiu a 80 minutos de um Grêmio abúlico, sem gana na marcação ou talento na criação, sem esquema ou estratégia, perdendo rebotes, sendo envolvido e não sabendo reagir.

Aos 35 minutos, mais uma má notícia para os gremistas: o goleador Borges saiu de campo lesionado. Entrou em seu lugar William, centroavante egresso do Avaí, que jogou como se no Avaí estivesse. A tarde caiu sobre Porto Alegre sem que William tivesse acertado uma só jogada. O jogo terminou com o Grêmio perfilando quatro volantes em frente à área: Rochemback, Ferdinando, Adilson e Maylson. Mário Fernandes ganhava tempo demorando a cobrar um lateral. Victor simulava falta na área. O árbitro reserva mandava que os gandulas repusessem a bola com maior velocidade. Tudo se justificava, porque o Novo Hamburgo era o gigante do Vale dentro do Olímpico. Quando Carlos Simon indicou quatro minutos de descontos, todo o banco do Grêmio, aflito, reclamou. Quando ele trilou o último apito, os quase 35 mil gremistas das arquibancadas, aliviados, festejaram. O constrangimento havia terminado. E trocara de lado. Estava desenhado no rosto sisudo de Fernando Carvalho, que, com evidente contragosto, mas com elogiável elegância, repassou a taça, a sua taça, ao eterno rival. Duda Kroeff era todo alegria ao recebê-la. É a primeira da sua gestão. E é sempre preciso a primeira para se ganhar muitas.



DAVID COIMBRA
MultimídiaFerdinando comemora o golaço de falta com Rochemback: o Grêmio se assemelhou ao volante tanto pela valentia quanto pelas limitações técnicasBORGES PREOCUPA - A Substituído aos 36 minutos do primeiro tempo por lesão muscular na coxa direita, o centroavante Borges realiza hoje exame de ressonância magnética......Sua última lesão desse tipo havia sido no São Paulo, há três anos. Foi a segunda lesão muscular em três dias. Na sexta-feira, o mesmo ocorreu com Leandro, que para por um mês.Ficha técnica
Fonte: Zero Hora

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