segunda-feira, 1 de março de 2010

Morte de Eliseu Santos

01 de março de 2010 | N° 16261AlertaVoltar para a edição de hojeA CAUSA DO CRIME
Por que a polícia suspeita de assalto
Delegados avaliam as hipóteses de homicídio e latrocínio na morte do secretário de Saúde de Porto Alegre, mas a segunda ganha força por identificarem falhas de uma execução premeditadaPassados dois dias da morte do secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, 63 anos, a Polícia Civil considera bem encaminhadas as buscas ao trio de criminosos, e crescem as suspeitas de que a vítima tenha sido assassinada com dois tiros em uma tentativa frustrada de assalto. O que mais anima a equipe da Delegacia de Homicídios é a possibilidade de obter o DNA do homem que ficou ferido após a troca de tiros com Eliseu e compará-lo com o código genético de suspeitos que sejam identificados posteriormente.

Ontem, o Instituto-geral de Perícias (IGP) começou o exame para mapear o código genético que revelará o DNA de um dos criminosos. A polícia já rastreou a vida de pelo menos cinco pessoas que entraram baleadas em hospitais da Região Metropolitana logo após a morte de Eliseu. Em um caso, em Viamão, a história de um homem de 36 anos, dizendo ter sofrido um assalto, não convenceu os policiais. Em no máximo três dias, o DNA do criminoso será conhecido e poderá ser comparado ao do suspeito de Viamão.

Os delegados garantem que avaliam as hipóteses de homicídio e latrocínio (roubo com morte), sem se deixarem apaixonar por uma ou outra. Mas a argumentação do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ranolfo Vieira Junior, é a favor do latrocínio. Ele enumera as falhas de uma execução premeditada.

– Má pontaria, um tiro na canela do secretário (o outro tiro atingiu o coração), má hora, momento em que muitas pessoas estavam na rua e seriam testemunhas, além de darem chance de a vítima, armada, reagir.

Mulher do secretário assassinado diz que não ouviu ser anunciado assalto

Até ontem, 10 pessoas tinham sido ouvidas pela polícia. Entre elas, a viúva do secretário, Denise Goulart Silva. Segundo a polícia, Denise confirmou que não chegou a ser anunciado um assalto no ataque, o que pelo menos outras duas testemunhas já haviam relatado.

Imagens de cerca de 35 câmeras dos arredores do local do crime (24 delas localizadas no infográfico ao lado) serão analisadas para tentar identificar os envolvidos. Sete já foram vistas e uma delas teria registrado cenas de um suspeito em fuga, mas a polícia evita comentar. Segundo testemunhas, o trio teria fugido em um Vectra, mas a polícia também se concentra na hipótese de ter sido um Astra.

Pelo menos oito desses modelos – quatro de cada – de cor clara foram furtados ou roubados entre 1º e 26 de fevereiro na Região Metropolitana. Um dos Vectra foi roubado, por coincidência, na Rua General Neto, próximo da esquina com a Rua Hoffmann, onde Eliseu foi assassinado. A polícia vai procurar os proprietários destes veículos para tentar identificar os suspeitos.

*Colaboraram Carlos Etchichury e Carlos Wagner

joseluis.costa@zerohora.com.br

JOSÉ LUÍS COSTA*
Fonte: Zero Hora

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