segunda-feira, 8 de março de 2010

Repórter Brasil

Com dados publicados em 2005 pelo sitio da Reporter Brasil vemos outra faceta da criminalização dos movimentos sociais, é vergonhosa a conduta no Congresso Nacional. Como reação ao dinheiro de projetos voltados para entidades ligadas aos trabalhadores, uma CPMI para apurar cada centavo, já para o bilhão entregue aos ruralistas silêncio e conivência.

Vejam fragmento da matéria abaixo.

Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória
(11) 3052-2141
(11) 9206-9284
www.armazemmemoria.com.br
mzelic@uol.com.br

Milhão x bilhão
O relatório toma como base, logo de início, o Cadastro Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para dar contornos quantitativos do nível de concentração fundiária. “De acordo com dados desse Cadastro, 1,6% dos proprietários com imóveis acima de mil hectares detêm 46,8% da área total existente no País, ao passo que as propriedades com área de até 10 hectares representam 32,9% do total de imóveis, mas possuem apenas 1,6% da área total”, destaca o relator.

A despeito dos quase inacreditáveis índices de concentração de terra no Brasil, a comparação entre as cifras e os privilégios ofertados às organizações camponesas, de um lado, e às entidades ruralistas, de outro, é ainda mais chocante. Acusadas de desvio e malversação de recursos públicos ainda durante a CPI, três organizações de trabalhadores e trabalhadoras sem terra - a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab) e o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra) – receberam nos últimos dez anos, em convênios com o governo federal, um total de R$ 41,758 milhões.

No mesmo período, cinco entidades ligadas aos chamados “ruralistas” - a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), a Sociedade Rural Brasileira (SRB), a Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) – amealharam juntas R$ 1,052 bilhão, por meio de convênios e repasses de valores arrecadados pelo Ministério da Previdência Social a título de contribuições mensal compulsória.

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