sexta-feira, 16 de julho de 2010

Conversas Com o professor

Vu-Vu-Vu Vuvuzela
Ruy Carlos Ostermann

A vuvuzela é um instrumento de sopro. Foi a melhor definição que consegui aqui na África do Sul. Um instrumento de sopro não contém nenhum elogio prévio nem o anúncio de um acréscimo significativo para a produção de sons em geral.

É muito simples, quase simplória: trata-se de uma corneta reta, de plástico, que começa pela embocadura e termina 60 centímetros depois, com uma abertura. O som é inconfundível, repetitivo, variável apenas na intensidade do sopro.

Tenho observado os vuvuzeleiros. São de todas as idades e parecem saber, crianças e adultos, que ali está um modo de se individualizar na multidão. Verdade que as vuvuzelas se reproduzem por solidariedade e podem crescer, dependendo do número de participantes.

De certa forma, há uma vuvuzela para cada três assistentes do jogo. Muitas vezes não importa o que esteja acontecendo, pode não ser nada, mas basta que os vuvuzeleiros percebam que é importante a sua intervenção.

Estava chegando ao Ellis Park, subindo a imensa escada em caracol, quando fui interceptado por meninas tal qual mesmo as minhas netas – uma como a Gio, loira e enigmática, a outra, morena como a Natália. E assopraram valentemente as duas vuvuzelas para mim. E depois do intenso som, começaram a rir do meu espanto.

Mas me vinguei. Peguei uma das vuvuzelas e consegui um sopro bem forte.

Aí estávamos todos rindo de nós mesmos.

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