segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CAJU



30/08/2010 N° 10831
CA-JU 265
EMOÇÃO SEM VITÓRIA
Em um jogo eletrizante, Juventude abre 2 a 0 no primeiro tempo, mas cede o empate nos acréscimos do segundo. Resultado recoloca grenás na zona de classificação e mantém alviverde na lanterna do Grupo D da Série C
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Caxias do Sul – Poucas vezes houve um clássico tão trepidante do início ao fim como o de ontem, no Centenário. Poucas vezes um empate foi tão comemorado pelos donos da casa. Poucas vezes o visitante saiu tão derrotado com uma igualdade na casa do rival. Poucas vezes a situação de um time foi o combustível de motivação do outro. Nunca um estrangeiro havia marcado gol pelo Caxias no Ca-Ju, quanto mais dois, quanto mais dois decisivos. Nunca o 2 a 2 por uma competição nacional mexeu tanto com papos e grenás.O confronto definia o futuro dos clubes na Série C do Brasileiro. O Juventude vinha na lanterna do Grupo D e ameaçado de rebaixamento. O Caxias vinha para brigar pela liderança e para manter o sonho do acesso bem ao alcance. Mas nem o mais famoso roteirista de Hollywood poderia pensar em uma história tão emocionante, conturbada e épica.O Juventude, sem vitória e com apenas um gol na competição, foi tudo o que não tinha sido no ano. Ligado, insinuante, firme e perigoso. Resistiu aos primeiros ataques do rival, um de Cláudio Luiz e outro de Marcelo Costa, ambos de fora da área. Aos 17 minutos, uma falta bem cobrada na esquerda de ataque surpreendeu os juventudistas. Surpreendeu porque o autor da cobrança foi o uruguaio Christian Yeladian, uma inexplicável ausência no time titular antes de Beto Almeida. Habilidoso e com maestria para bater na bola, ele colocou na cabeça de Celsinho, outro renegado: 1 a 0.O gol perturbou o Caxias no minuto seguinte. Enquanto Marcelo Costa reclamava de um pênalti, uma bola sem aparente pretensão caiu quicando entre Anderson Bill e Cláudio Luiz. Bill ficou olhando, Espiga surgiu no meio dos dois e deu um toquinho sutil por cima de Fernando Wellington: 2 a 0. Os mais fracos na tabela estavam superando os mais fortes com extrema facilidade e elegância. O Caxias, organizado e mortal desde o Gauchão, estava desaparecido, sucumbindo em outro momento decisivo.Não havia indícios de que o Juventude poderia perder o seu clássico da vida após aplicar 2 a 0 no primeiro tempo. Estava aumentando as chances de escapar do rebaixamento e ainda prejudicando demais a sonhada classificação do rival. A torcida verde estava em êxtase como nunca havia ficado no ano. Ano em que só viu o time vencer em duas oportunidades. A do Caxias, por outro lado, não acreditava que o mundo estava desabando justamente no Ca-Ju, no clássico em que sonhara por anos empurrar o rival para o fundo do poço. Jonatas, o goleiro alviverde, fez até deboche ao defender um chute fraquinho de Palácios com o peito.Outro colombiano? – Eis que surge no horizonte uma luz colombiana. Depois de tanto martelar, insistir e ficar com a bola no pé, o Caxias ressurgiu. Recuperou o espírito guerreiro de outras épocas, empurrou o rival e chegou ao primeiro gol. Aos 33, Palácios, conterrâneo de Cristian Borja, aproveitou escanteio cobrado por Marcelo Costa da esquerda e cabeceou certeiro: 2 a 1. O som dos grenás se propagou por toda a Serra e atravessou o Brasil. Havia esperança. Esperança de empurrar o rival para o inferno e de voltar à Série B.E foi novamente Palácios quem fez o estádio explodir. Aos 49, Edenilson carregou a bola no último lance.– Eles foram abrindo e eu fui indo. Só cavei a bola para o Lê – disse Edi.Lê escorou e Palácios chutou no cantinho: 2 a 2. O colombiano saiu correndo, chorou, foi agarrado, vibrou e fez pela segunda vez homenagem para seu filho Iker Andrews, de um ano e sete meses:– Minha mulher (Jenny) não gosta de ver jogos, mas teve a sensação de vir neste. Meu filho veio pela primeira vez. Trouxeram-me sorte.Sorte que deixa o Caxias fortalecido para seguir a caminhada rumo ao acesso. Sorte que nunca antes os donos da casa tiveram com um empate no Ca-Ju. Sorte de empurrar o rival para baixo quando as circunstâncias não se apontavam favoráveis. O Caxias ganhou empatando. Nunca houve um Ca-Ju tão igual no campo e tão desigual em sentimentos.adao.junior@pioneiro.com ADÃO JÚNIOR
Julinho projeta
O empate no Centenário deixa o Caxias na obrigação de conquistar pontos fora de casa, é o que afirma o técnico Julinho Camargo:
– Acho que com 13 pontos a gente se classifica. Para isso, temos de vencer em casa e empatar fora, ou ganhar dois em três jogos, para ir a 14. Talvez com 12 classifica.
Sobre as circunstâncias do empate, o treinador resumiu em uma frase.
– Ficou um gostinho de vitória.

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