segunda-feira, 16 de agosto de 2010

FARC

Caros do Grupo,

com referência a crise entre a Venezuela e a Colômbia, o tema merece de fato algumas reflexões, em especial frente ao texto que lhes encaminho abaixo. E, sobre a questão brasileira neste conflito, respostas, no mínimo, às seguintes perguntas:

1.Qual o volume de cocaína e crack produzido hoje na Colômbia, em especial pelas milicias para-militares ligadas ao Governo Uribe e pelas FARC?
2.Qual a produção de cocaína e crack produzida na Bolívia?
3.Qual a produção de cocaína produzida no Perú e no Equador?
4.O que efetivamente estes países (Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Perú e Equador) estão fazendo para erradicar o arbusto Erythroxylum coca Lamarck de seu território?
5.Em quais países a Erythroxylum coca Lamarck pode ser cultivada legalmente? E nestes o que é feito de efetivo para impedir a produção de pasta e refino da coca?
6.Qual a quantidade desta droga, incluindo também a pasta que vem da Bolívia, entra no Brasil e é aqui processada e consumida?
7.Qual o número de mortes imputadas à cocaína e ao crack no Brasil?
8.E destas, qual o número de menores?
9.E destas, qual o número de negros e demais afrodescendentes?
10.E destas, qual é o número de adolescentes grávidas?
11.E qual o número de pessoas que estão em tratamento?
12.E destas sob tratamento na área de saúde pública?
13.Qual o gasto público com o tráfico de drogas, em especial junto à justiça e a polícia judiciária, junto à área de saúde e na área da prevenção ao crime?
14.Qual a justificativa da presença norte-americana na Colômbia? E qual o poderio militar deste país presente naquele país?
15.Qual a justificativa da presença de militares cubanos na Venezuela?
16.Qual o poder de armamentos nas mãos de milicias bolivarianas e por que pessoas identificadas com a repressão cubana estão hoje assessorando o Governo de Chávez?
17.Qual a razão da produção do arbusto Erythroxylum coca Lamarck ter aumentado exponencialmente após o atual presidente Juan Evo Morales Ayma da Bolívia, conhecido como índio cocalero, ter sido eleito?
18.Dentre os seguintes países, quais possuem entidades que participam do Foro San Pablo, incluindo as entidades ilegais: Brasil, Uruguay, Paraguay, Argentina, Nicaragua, Honduras, El Salvador, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Perú, Barbados, Cuba, Chile, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, México, Porto Rico, Estados Unidos, Canadá e Equador?
19.Dentre as seguintes entidades, legais ou ilegais em seus respectivos países, quais delas fazem ou fizeram parte do Secretariado Permanente do FSP - Foro San Pablo: Partido dos Trabalhadores; FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo); Izquierda Unida (Peru); Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador); Frente Sandinista de Libertação Nacional (Nicarágua); Partido Comunista de Cuba; Frente Ampla do Uruguai; Partido da Revolução Democrática (México); Movimiento Lavalás (Haiti); Movimiento Bolivia Libre e MST (Movimento dos Sem-Terra - Brasil)?
20.Quais são as principais ações que o Brasil está tomando, no campo das Relaões Exteriores e da Defesa (Exército, Marinha e Aeronáutica) para coibir o tráfico de drogas e a presença de traficantes dos países produtores atuando no Brasil?
21.E internamente, quais são as principais ações desenvolvidas pelas polícias judiciárias (Polícia Federal, Policia Civil e Polícia Técnico-cintífica), que são responsáveis pelos primeiros passos da justiça, e pelas Polícias e Brigadas Militares e pelas Polícias Rodoviárias Federal e Estaduais, que são responsáveis, entre outras atribuições, pela preservação da ordem pública através de serviços de policiamento ostensivo e preventivo?
22.Qual a razão da candidata Dilma Vana Русев Russév Linhares e os principais membros de seu partido, o PT - Partido dos Trabalhadores, evitarem de falar sobre o Foro San Pablo?
23.Qual a razão de jornalistas e a mídia noticiarem o envolvimento de membros do PT e das FARC, dentro e fora do Foro San Pablo e estes não serem denunciados, darem ao PT "Direito de Resposta", ou ainda o PT ou seus membros virem a público esclarecendo os fatos denunciados?
24.Quais são as ações educativas, e de esclarecimento aos pais, desenvolvidas nacionalmente, e nos Estados, visando a prevenção ao uso de drogas, com destaque ao uso da cocaína e do crack?
25.Quais são as ações desenvolvidas junto a gestores educacionis e aos professores desenvolvidas nacionalmente, e nos Estados, visando a prevenção ao uso de drogas, com destaque ao uso da cocaína e do crack?
26.Qual o percentual de maconha apreendida que contém percentuais de crack na sua composição?

E para finalizar:

Qual a razão que os seguintes partidos apresentam para justificar o apoio à candidatutura da Sra. Dilma Vana Русев Russév Linhares do PT - Partido dos Trabalhadores: PMDB, PR, PSB, PDT, PC do B, PSC, PTC, PRB, PTN, e aqueles que também apoioam o candidatos do PT em São Paulo: PSDC, PPL, PT do B, PRP e PSL?

Entendo que estas são perguntas que os candidatos à presidência devem nos responder ou, quando muito, repassar os questionamentos e acompanhá-los nas suas respostas.


Abraços,

Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80530-970 Curitiba - PR


"Os analfabetos deste novo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender." (Alvin Toffler)



Não é uma só uma "marolinha verbal"


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Economista Roberto Fendt
fendt@terra.com.br
http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=49320


O mundo, em especial os países vizinhos, não podem ficar indiferentes ante a cumplicidade do governo Chávez com o narcotráfico das FARC, que opera impunemente na Venezuela.
Manda a boa norma de conduta no relacionamento entre as nações que um chefe de Estado não dê palpites sobre assuntos que dizem respeito apenas a outras nações. Desrespeitar essa norma geralmente produz efeitos desagradáveis. É que se constata após os infelizes comentários do senhor presidente da República sobre a crise em evolução entre a Colômbia e a Venezuela.
Disse o senhor presidente que não via crise de espécie alguma, exceto verbal. Deixou a impressão de que se tratava de pinimba entre Chávez e Uribe. Nada mais distante da realidade. Infelizmente, não estamos diante de uma "marolinha" diplomática. Nem de um capricho de um presidente que vai para casa no próximo dia sete de agosto.
No último dia 22, o embaixador colombiano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, mostrou as provas da agressão venezuelana à Colômbia. Falando perante o Conselho Permanente da Organização, o embaixador Hoyos apresentou os fatos: o conteúdo do computador do comandante Raúl Reyes, apreendido em março em território equatoriano. Junto com os documentos apreendidos, apresentou também fotos de satélite e vídeos que atestam cabalmente que a Venezuela se transformou em santuário para os terroristas narcotraficantes das FARC.
De novidade, somente o conjunto dos documentos apresentados e a surpresa da apresentação. Há anos a Colômbia queixa-se da presença das FARC em território venezuelano. Como queixou-se, repetidamente, dessa mesma presença em território equatoriano. Agora, a Colômbia pretende que a Venezuela permita que uma comissão internacional visite os locais apontados como santuários das FARC. A resposta de Hugo Chávez foi um solene "não" à proposta colombiana apresentada na Unasur.
O acordo proposto incluía cinco pontos – os primeiros três consistindo na criação de uma zona de paz e cooperação na América do Sul; o compromisso de todos os Estados membros de buscar a solução de controvérsias exclusivamente por meios pacíficos, pelo entendimento diplomático e pelo respeito à inviolabilidade dos Estados e ao princípio da não intervenção; e o compromisso dos Estados membros de combater as ameaças provenientes da ação de grupos armados irregulares, ou de organizações criminosas e do narcotráfico. Para esse fim propôs-se a criação de mecanismos eficazes – bilaterais e multilaterais – de cooperação para garantir a segurança e a paz na região.
A esses três pontos, agregaram-se mais dois: rever as propostas dos países membros para assegurar a paz e criar um conselho de chefes de Estado na América do Sul, responsável por colocar em prática as demais recomendações.
A resposta de Chávez à proposta de entendimento não tardou. Na sexta-feira, o presidente venezuelano afirmou estar repassando "planos de guerra" contra a Colômbia, por julgar que Uribe é "capaz de tudo" antes de passar o poder ao sucessor eleito no próximo dia sete de agosto.
A paranoia lhe é conveniente. A economia "bolivariana" da Venezuela está em escombros, por conta do seu desastrado desgoverno. A inflação gira em torno de 30% e não há, como havia no Brasil, nenhum mecanismo de correção de preços e salários.
Nesse contexto, nada melhor que encontrar um bode expiatório externo. Até porque o território venezuelano já está abrigando cerca de 1.500 narcotraficantes das FARC, treinando e descansando dos sequestros e de outros atos de violência praticados contra civis colombianos e venezuelanos.
O que poderia ter feito a Colômbia, se não alertar a comunidade internacional de que está sendo agredida pelo narcotráfico abrigado na Venezuela? O alerta está feito e somente há a lamentar o silêncio dessa mesma comunidade diante da gravidade do fato.
O mundo, e particularmente os países vizinhos, não podem ficar indiferentes diante da cumplicidade do governo de Caracas com o narcotráfico das FARC operando impunemente em solo venezuelano. Foi omissão semelhante diante da continuada agressão aos países vizinhos que criou as condições para a Segunda Guerra Mundial.
Pior ainda foi a reação brasileira, que procurou ridicularizar as denúncias colombianas. Mais uma vez, o nosso ministério de Relações Exteriores expôs o presidente e o Brasil a uma situação desconfortável. Seja porque omitiu-se e não esclareceu o senhor presidente da República sobre a gravidade da denúncia do governo colombiano e dos riscos para o nosso próprio país da existência de santuários das FARC na Venezuela; seja porque não emitiu uma nota apoiando a formação de uma comissão internacional para apurar essas mesmas denúncias em território venezuelano.

Roberto Fendt - 2/8/2010 - 19h52

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