quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Anistia

Anistia Ontem e Hoje
Roberto Ribeiro Martins. São Paulo: Editora Brasiliense,2010.
3ª edição revista e ampliada, 264 páginas.
O Brasil do século XXI ainda resiste em discutir
a anistia em todo o seu histórico. Passados mais de 30 anos da lei promulgada em 1979, a terceira edição atualizada deste livro Anistia ontem e hoje de Roberto Ribeiro Martins torna-se ainda mais necessária diante da recusa estatal em abrir plenamente os arquivos do período militar e promover abertamente o debate em torno desse período histórico do Brasil. Em seu Posfácio a esta 3ª edição, Anistia ontem e hoje aborda
a votação havida no Congresso Nacional em 22 de agosto de 1979, bem como o caráter da lei então aprovada.
Como acentua o jurista Hélio Bicudo ao prefaciar esta 3ª edição:
Todo esse percurso vem contemplado no livro de Roberto Ribeiro Martins, de leitura aconselhável num momento em que o alcance da anistia da lei 6.683/79 vem sendo debatido, tendo em vista a submissão ao devido processo legal de quantos,
como agentes do Estado, prenderam ilegalmente, sequestraram, torturaram e eliminaram aqueles que buscavam com o fim da ditadura militar, a volta ao Estado

Democrático de Direito.
Este livro, que teve a colaboração de Paulo Ribeiro Martins e Luis Antonio Palmeira, apareceu em suas duas primeiras edições com o título de Liberdade para os brasileiros – Anistia ontem e hoje (Editora Civilização Brasileira, 1978) chegando na época a situar-se na lista dos mais vendidos no país, agora, de forma revista e ampliada, mas com o mesmo conteúdo original, reacende o debate
em torno deste tema candente. E se aproxima do que sentenciou o historiador Hélio Silva na Apresentação à 1ª edição:
O livro de Roberto Ribeiro Martins (...) deveria tornar-se um manual de leitura obrigatória para as crianças, nas escolas, e para os adultos, nos quartéis, nos escritórios e nas oficinas (...) Agora é oferecido a todos os leitores que anseiam pela conclusão da anistia como um processo histórico completo, e aos que não viveram aquele período tão rico da história nacional para que possam conhecê-lo em sua plenitude.

Glória Partida ao Meio
Paulo Martins. Rio de Janeiro: Editora 7 Letras,
2009. 313 páginas
Segundo Hélio Pólvora, escritor:
O título, conforme me observou Valdomiro Santana, lembra um filme de John Ford, com a diferença que, neste romance de Paulo Martins, a glória partida se refere não a um sentimento
de exaltação, patriotismo e memória histórica, mas à Glória — aquela guerrilheira metralhada na rua, após o estouro do “aparelho” de uma ala do PC do B que havia aderido à luta armada, em
São Paulo. (...) Impressiona em Glória partida ao meio o tom de contínua inquirição.
O personagem de Martins se questiona, se condena, se absolve, se deixa matar e encontra meios de reviver. (...) Quem foi jovem e participou, ainda que de forma discreta, do seu foco narrativo, o lerá para não mais o esquecer. Um belo romance o de Paulo Martins, cheio de vida e rebeldia, em tudo e por tudo diferente dos dessangrados e esotéricos romances dos nossos dias. (Na orelha do livro)
Por Ruy Espinheira Filho, poeta e escritor, no Caderno 2+ do jornal A Tarde,
de Salvador (24/10/2009):
Os tempos sombrios da ditadura militar brasileira encontram, finalmente, seu romancista. Outros textos ficcionais já haviam feito referência ao período, mas sem dúvida o livro de Paulo Martins nos oferece a mais ampla e contundente visão da época.
E de uma forma surpreendente: contando uma história de amor. (...) O autor, que por
muitos anos viveu na clandestinidade, tendo sofrido também prisões e torturas, pôs no
livro muito de sua própria experiência, mas não escreveu uma autobiografia: escreveu um romance. De um tempo de medo e ódio, conseguiu (do que só um escritor de verdade seria capaz) extrair uma história de amor. Contada por um personagem de
carne e sangue, pleno de reflexões e sentimentos. (...) Ser humano como todos nós,
feito de fraquezas e forças. Mas, quando tudo parece desabar, quando a felicidade fica
impossível, quando a fraqueza parece ocupar todos os espaços, o espírito não perde seu rumo. É o que dizem as linhas finais: “O trem já marchava a toda velocidade, num balanço cadenciado. E quando as últimas luzes desapareceram, e até a mirrada luz do vagão se apagou, vi que não havia mais cidade. Então, puxei a cortina e fechei os olhos.
Não tinha outra alternativa imediata, senão entrar de novo no pesadelo.”

O Estádio Era Mais Alegre
Nilton Bahlis dos Santos. Rio de janeiro:
Arquimedes Edições, 2010. 90 páginas
Há 37 anos, no dia 11 de setembro de 1973, a “mais sólida” democracia da América do Sul sofreu um atentado, que deixou milhares de mortos no seu rastro. O Chile foi vítima de um golpe militar, perpetrado pelas três Forças Armadas, com o objetivo de quebrar a esperança de se construir um país socialista pela via
eleitorial. Allende foi derrubado e morto. O cotidiano dos milhares de presos no Estádio Nacional, logo após o golpe, é o cenário desse romance depoimento.
Nilton Bahlis dos Santos conta como foi preso no Chile, depois de lá ter se exilado devido à perseguição da ditadura brasileira que prendia, assassinava e desaparecia com os militantes que lhe resistiam. Com uma impressionante
memória, lembra como se organizavam dentro do estádio, a fome com a qual se “acostumaram”, as músicas que cantavam, enfim de como coseguiam driblar a repressão e se manter vivos. Tudo com um estilo que prende o leitor da primeira à última página. E embora testemunha de tantas barbaridades que ali aconteceram, ele ainda se diz uma pessoa de sorte.
Gostei de ter vivido momentos e ter passado por lugares a que forças tão poderosas me levaram. Tive o prazer de viver situações onde sonho e realidade se aproxima, até se confundirem. Vivi, intensamente, acreditando em um mundo diferente.
Nos lançamos de corpo e alma para alcançá-lo; com a vontade de quem acredita que a diferença entre o possível e o impossível é que este é, apenas, um pouco mais difícil.
O estádio era mais alegre é uma grande contribuição para a compreensão da história do Brasil e da América Latina, já que continuamos a lutar pela memória dos fatos que fizeram as ditaduras das décadas de 60 e 70.
O autor já escreveu vários livros, entre eles E também lhes ensine a ler: A experiência
da Cruzada Nacional de Alfabetização da Nicarágua.

A Grande Partida – Anos de Chumbo
Francisco Soriano. Rio de Janeiro: Plena Editorial, 2010.
2ª edição revista e ampliada, 496 páginas.
Acompanha CD-Rom com depoimentos Quatro décadas após a instalação de uma cruel ditadura
no Brasil, Francisco Soriano narra, em A Grande Partida: Anos de Chumbo, a saga vivida com seus companheiros na legalidade, na necessária ilegalidade e clandestinidade.
O resgate histórico, escrito em tom revolucionário, mas também romântico, toca o leitor porque o convida a uma caminhada pela dignificação do ser humano, aguçando a convicção de que sempre é gratificante viver, sonhar e lutar pelo que é justo, sobretudo junto a bons companheiros, ainda que não haja vitórias aparentes.
Com 496 páginas, em sua segunda edição ampliada e atualizada, A Grande Partida:
Anos de Chumbo nos passa informações preciosas para uma análise mais apurada dos últimos cinquenta anos do Brasil, com destaque para a década de 60. Descreve o endurecimento forçado de um humanista em sua trajetória para libertar uma sociedade submetida ao terrorismo do Estado policial. É também um chamamento à luta, ao evidenciar que quando se equacionou a contradição predominante da ditadura versus democracia, outras passam a explicitar-se: neoliberalismo versus economia solidária, soberania nacional versus dominação norte-americana.
Depois do livro, o autor toma para si uma segunda missão: reunir vários companheiros, sobreviventes da ditadura de 1964, para relembrarem e contarem marcantes episódios da luta, também retratada no vídeo homônimo, com
relatos, antes silenciados pelos traumas do regime.
É uma renovação de esperança pela emancipação do povo e da nossa nação.

Ditadura e Anistia: História e Ficção
Lançamento de livros e mesa-redonda
17 hs, 29/9, salão nobre do IFCS
Largo de São Francisco, Centro, Rio de Jarneiro
Ficha técnica
Produção do evento: HEXIS editora
Chefia e Execução: Guilherme Celestino
Divulgação e Revisão: Luiza Miriam
Assitência e Desing: Renan Pinto
Assitência e Venda de Livros: Felipe Ridolfi
Contato: guilherme@alicomunicação.com.br
Apoio: Lidador



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