quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ruy Carlos Ostermann


Apenas uma bobagem

Ruy Carlos Ostermann


Decidi separar um velho livro de minha predileção, leitura daqueles dias incendiados pelas descobertas e pelas revelações vividas quase em silêncio, como um avanço sobre a inocência e as primeiras descobertas do corpo e da mente. Sorri logo que li a autodedicatória, que se praticava muito àquela época, fim dos anos 1950. Era mais uma ingenuidade, mas servia para demarcar um território de possível leitura e, no meu caso, com letra redonda e assinando Ruy Carlos, que nunca soube como entrou nos tenros escritos.

O livro que separei para reler nessa viagem pela Toscana até chegar a Roma me transferiu um ligeiro orgulho, trata-se de um James Joyce que vi antes no cinema: Os Vivos e os Mortos. Um livro de contos que não tem tanta invenção como Stephan Dedalus, por exemplo, ou os fragmentos de romance, mas é tanto que faz volume na minha bolsa, ainda no original, The Dubliners.

Uma pequena magia que me concedo sem exigências suplementares são os prazeres de me imaginar ditando dessa vantagem intelectual. Sempre tive certeza poética de que lendo em inglês ou francês, essas línguas, se encontradas na conversão, na fluidez, ou, ao menos, na naturalidade, seriam uma inevitável conquista da convivência.

Bobagem, eu sei. Mas gosto dela e não me arrependo.

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