quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PSDB e PM paulista

Compas. e amig@s,

       A grande mídia tem sido parte fundamental da ocultação da verdade e das mentiras deslavadas que têm sido ditas e propagadas pelos tucanos Alckmin e Cury e toda o resto da corja responsável pelo massacre no Pinheirinho e atual situação dos moradores. Há, inclusive, uma nefasta campanha de criminalização dos moradores, com claro objetivo de provocar pânico na cidade.

       Por isso mesmo, é fundamental que utilizemos dos nossos meios para divulgar a verdade. As matérias, vídeos e entrevistas em aúdio, abaixo, tem este objetivo. Retransmita-as da forma mais ampla possível. E, acima de tudo, mobilize o máximo de pessoas que puder para participar das atividades que estão sendo programadas (uma série de reuniões que ocorreram hoje, envolvendo vários movimentos sociais, preparou um calendário de atividades que começara a ser divulgado a partir de amanhã. Fiquem atentos(as).

       Não poderia encerrar sem dizer que, hoje, depois de participar do ato em São José dos Campos (a matéria também será publicada no site), estive em uma igreja que tem servido de refúgio para cerca de mil moradores. O que vi é indiscritível. O local está cercado por pesados batalhões de choque. Todo o comércio da região está fechado (assim como a policia, de forma escandalosa, fez com que todo o comércio do centro de SJC fosse fechado enquanto realizávamos uma caminhada). Não há ônibus na região. Mulheres, crianças, jovens, idosos estão espalhados por todos lados, com pouquíssima água, comida cedida por entidades e sindicatos, nenhuma roupa além daquela que eles vestiam no momento em que foram arrancados e expulsos de suas casas deibaixo de tiros e bombas.

       Ouvi dezenas de histórias de medo, de dor, sofrimento e perda. Cenas que fizeram até mesmo um dos cameraman de uma emissora que estava lá ter que interromper seu trabalho porque não conseguia conter as lágrimas. Para nós, que conhecemos muitas daquelas pessoas por termos estado lá ou tê-las encontrado em lutas tão diversas como a Parada LGBT de São Paulo, as portas de fábricas de São José ou as mobilizações populares e da juventude na região, a dor só não foi maior do que a revolta em ver aqueles lutadores e lutadoras num momento tão difícil. Gente que viu seus sonhos transformados repetinamente em um pesadelo que muitos deles só tinham visto pela TV, na Faixa de Gaza, nos campos de refugiados, nas zonas de guerras. Gente batalhadora que foi brutalmente vitimada pela ganância capitalista. Gente digna covardemente atacada por uma corja de burgueses (com e sem mandatos) e as instituições que eles criaram, sempre dispostas a marginalizar ou, sem pestanejar, matar quer quer for para assegurar as mordomias que este sistema lhes garante.

       Contudo, assim como eu, tenho certeza que todos os que passaram por aquela igreja ou, há dias, têm estado ombro a ombro com os moradores, só podem pensar em uma coisa: redobrar, triplicar, multiplicar ao limite do impossível, os esforços para seguir na luta. De todas as formas possíveis e necessárias. Até que consigamos reverter esta história e devolver a moradia e a paz aos moradores do Pinheirinho. Não há como não ser profundamente tocado pela esperança que vi transparecer em olhares mergulhados em lágrimas, transtornados pela indignação e a revolta, mas ainda vibrantes em esperança e vontade de seguir na luta. Não há como pensar em fraquejar diante de gente que, mesmo com feridas expostas, faminta, com amigos e parentes desaparecidos e jogada ao relento, ainda encontra forças para seguir resistindo.

        Acima de tudo, não há como não assumir o compromisso, com cada um deles, que nós, onde quer que estejamos, da forma que for possível, não os abandonaremos. Ao ver (ao vivo ou através das imagens que temos conseguido fazer atravessar o bloqueio da mídia) muitos daqueles que nós, orgulhosamente, chamamos de nosso "exército de brancaleones", como que caídos no campo de batalha, com suas tropas dispersas, mas ainda com forças para seguir lutando, nossa reação não pode ser outra: nos unirmos como um verdadeiro exército de indignados que os cerque de solidariedade (inclusive material, neste momento) e siga na luta para lhes devolver as conquistas que eles tiveram, com tanto sacrifício, nos últimos oito anos. É isto que eles merecem. É isto que lhes devemos.

       E estejam certos, a batalha para que os moradors do Pinheirinho nào sejam despejados e resgatem suas vidas é apenas uma parte da luta para que um dia, da forma devida, vinguemos cada injustiça, cada lágrima, cada ferido ou morto que Cury, Alckmin e todos aqueles que se colocarem como cúmplices destes assassinos (inclusive aquelas e aqueles que hoje, no governo federal, têm mantido uma criminosa omissão diante desta tragédia).   

        Desculpem-me pela introdução/desabafo. Quem me conhece, sabe que não sou de deixar nós na garganta. O fundamental é que as notícias circulem e todos se engajem nas atividades que estão sendo programadas.

        Abraços,
        Wilson
        Movimento Quilombo Raça e Classe
        Secretaria de Negros e Negras do PSTU

      

PSDB e PM dizem não haver mortos nem feridos. Até quando vão mentir?

Luciana Candido, direto de São José dos Campos (SP)


• O governo de Geraldo Alckmin, a prefeitura do PSDB e a polícia insistem em dizer que a “desocupação foi tranquila”. Chegaram a dizer em entrevistas que não houve nem mortos e nem feridos na desocupação.

Afirmar que não houve feridos na ocupação é algo absolutamente ridículo. Basta andar por alguns minutos entre as pessoas que foram desalojadas pra perceber que o número de feridos é incalculável. São homens, mulheres e crianças que exibem marcas das balas de borracha e fragmentos de bombas de gás.

Há imagens, em fotos e vídeo, de pessoas feridas sendo transportadas aos hospitais (veja o vídeo). Há cenas da Guarda Municipal atirando com revolver do tipo 38 contra os moradores! Mas o governo e prefeitura estão “blindando” as informações sobre as reais condições destes moradores feridos.

Um radialista divulgou um depoimento de uma moradora que relata ter visto criança gravemente ferida chegar ao Hospital Municipal.

A violência foi tão grande que até o secretario nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, foi ferido na desocupação. Maldos foi atingido por uma bala de borracha disparada pela PM.O PSDB vair querer erconder isso também?

A reportagem constatou que há apenas um assessor de comunicação com permissão para falar sobre o número de feridos. Pedir informação em qualquer hospital significa ser despachado para falar com este funcionário. Constatamos que, mesmo jornalistas da grande imprensa, estão visivelmente irritados com a falta de informação.

Ou seja, a centralização é total e a mentira sobre que “não há feridos” é parte da ação militar. Vomitam mentiras para impedir que a opinião pública possa se voltar contra a ação criminosa do governo do PSDB. Assim, tratam os moradores do Pinheirinho pior do que tratam bandidos. Como informou o ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, na Rede Globo, teve mais policiais no Pinheirinho do que na ação de combate ao tráfico na Rocinha.

Para evitar o contato entre os moradores, a prefeitura de São José dos Campos isolou as famílias do Pinheirinho no Centro de Triagem montado na zona sul. A imprensa está impedida de entrar no local para entrevistar os moradores.

Muitos outros moradores também relatam que houve sim assassinatos por parte da polícia. Uma das histórias mais ouvidas aqui é de que havia três corpos dentro do acampamento. A OAB já está percorrendo os necrotérios.

Até quando que o PSDB e a polícia irão esconder a verdade? Onde estão os feridos e desaparecidos do Pinheirinho?



Assista o vídeo "Massacre no Pinherinho", na TVPSTU e escute o aúdio da entrevista, feita por uma Rádio Livre de Campinas, no qual uma moradora do Pinheirinho testemunha que viu cirança gravemente ferida pela polícia: http://www.pstu.org.br/principal.asp.

Também assista o vídeo, feito por uma moradora, no momento em que a PM ataca o alojamento cedido pela própria prefeitura: http://www.pstu.org.br/movimento_materia.asp?id=13826&ida=0

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