Compas,
Estou lhes repassando a mensagem enviada pela companheira Zezé, do Núcleo de Consciência Negra, sobre o ato pró-cotas, na USP. Grande vitória. O principal objetivo do protesto -- a coleta de 20% de assinaturas, para garantir a inclusão do debate na pauta -- foi atingido. Agora, é intensificar a mobilização para garantir um fortíssimo ato no dia (ainda não definido) em que o Conselho Universitário da USP se reunir. Há um vídeo feito pela TVT com cenas do ato.
Saudações negras,
Wilson
Quilombo Raça e Classe
Prezad@s,
Como sempre faço questão de deixá-los informados, repasso nota pública da Frente Pró-cotas na USP do ato que ocorreu ontem na reitoria da USP.
Adoraríamos saber a opinião de vocês.
Segue também link do vídeo do ato: http://www.tvt.org.br/watch.php?id=9863&category=201
*Nota Pública sobre a:*
* *
*Inclusão da pauta “Implementação de Cotas Raciais na USP” n**o Conselho
Universitário***
* *
A inclusão da pauta “Implementação de Cotas Raciais na USP” na próxima
Reunião Ordinária do Conselho Universitário da USP não ocorreu por livre e
espontânea vontade da atual gestão da Universidade e nem foi fruto do
acaso, ela é resultado da coleta da assinatura de mais de 20% dos membros
do Conselho Universitário (CO) para que, com base no Parágrafo 6º do Artigo
11 do Regimento do Conselho
Universitário<http://www.usp.br/leginf/reg/rco.html>não houvesse
alternativa à USP senão realizar pela primeira vez em sua
história, um debate visando implementar um Sistema de Reserva de Vagas com
recorte racial.
O Abaixo-Assinado subscrito por mais de 20% dos membros do
Conselho Universitário foi precedido por diversas solicitações de diversas
entidades e movimentos sociais que nunca foram atendidos e/ou tiveram seus
anseios e propostas ouvidos, mas que nunca desistiram de lutar pela
inclusão dos grupos historicamente excluídos do acesso ao conhecimento nela
gerado e das oportunidades de desenvolvimento que ela oferece aos seus
alunos.
Mais de 50% da população brasileira é negra, enquanto isso, a
USP nunca teve mais de 15% de seus ingressantes negros
(Pretos+Pardos)[1]<#_ftn1>,
sendo que estes estão concentrados principalmente nos cursos de
licenciatura e de menor potencial de mudança social. A USP continua subindo
nos rankings internacionais de universidades e uma quantidade enorme de
dinheiro público é investida nela anualmente, mas ela nada fez para incluir
o povo negro que ela mantém fora de seus muros desde que ela “foi fundada
para formar a elite paulistana”.
Há pouco tempo, o Brasil aprovou a Lei 5.465/1968, conhecida
como 'Lei do Boi', que beneficiava filhos de fazendeiros nos cursos
universitários de Ciências Agrárias através de um Sistema de Cotas[2]<#_ftn2>.
Essa lei vigorou até 1975 os beneficiados nunca foram chamados de
inferiores como os inimigos das Cotas Raciais tentam nos impor. Enquanto
isso, a população negra e branca pobre, que foi escravizada, depois foi
culturalmente perseguida, impedida de exercer seus direitos civis básicos e
submetida a um processo de exclusão que perdura até hoje, os negros nunca
foram beneficiados por políticas voltadas à superação do racismo[3] <#_ftn3>
.
A constitucionalidade das Cotas Raciais foram homologadas pelo STF há um
mês, mas a sua validade científica como instrumento de Ação Afirmativa
voltada à reparação histórica de grupos excluídos. A USP nunca quis fazer a
discussão sobre a Implementação das Cotas Raciais em seu sistema de
seleção, mas ela não é capaz de manter-se contra o pensamento crítico e
formação de opinião construída dentro e fora de seus muros.
* *
Vemos a inclusão da pauta Cotas Raciais no Conselho Universitário da USP
como uma esboço de vitória imposta pela união do Movimento Negro, Sindical
e Estudantil contra o conservadorismo que, ainda e infelizmente, existe nas
Universidades Paulistas.
*FRENTE DE LUTAS PRÓ-COTAS RACIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO***
------------------------------
[1] <#_ftnref1> http://www.prg.usp.br/site/ (Informação da Pró-Reitoria de
Graduação da USP)
[2] <#_ftnref2>
http://elegisbr.com/cefor/index.php/e-legis/article/view/55(O Negro na
Universidade - Fund. Palmares)
[3] <#_ftnref3>
http://www.uel.br/projetos/leafro/pages/arquivos/O%20Negro%20na%20Universidade.pdf#page=148(Nunes,
2010)
--
Núcleo de Consciência Negra na USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, Trav.4 Bloco 3- Cidade Universitária
São Paulo - SP / CEP:05508-900 / Tel.: (11) 3091-4291
Estou lhes repassando a mensagem enviada pela companheira Zezé, do Núcleo de Consciência Negra, sobre o ato pró-cotas, na USP. Grande vitória. O principal objetivo do protesto -- a coleta de 20% de assinaturas, para garantir a inclusão do debate na pauta -- foi atingido. Agora, é intensificar a mobilização para garantir um fortíssimo ato no dia (ainda não definido) em que o Conselho Universitário da USP se reunir. Há um vídeo feito pela TVT com cenas do ato.
Saudações negras,
Wilson
Quilombo Raça e Classe
Prezad@s,
Como sempre faço questão de deixá-los informados, repasso nota pública da Frente Pró-cotas na USP do ato que ocorreu ontem na reitoria da USP.
Adoraríamos saber a opinião de vocês.
Segue também link do vídeo do ato: http://www.tvt.org.br/watch.php?id=9863&category=201
*Nota Pública sobre a:*
* *
*Inclusão da pauta “Implementação de Cotas Raciais na USP” n**o Conselho
Universitário***
* *
A inclusão da pauta “Implementação de Cotas Raciais na USP” na próxima
Reunião Ordinária do Conselho Universitário da USP não ocorreu por livre e
espontânea vontade da atual gestão da Universidade e nem foi fruto do
acaso, ela é resultado da coleta da assinatura de mais de 20% dos membros
do Conselho Universitário (CO) para que, com base no Parágrafo 6º do Artigo
11 do Regimento do Conselho
Universitário<http://www.usp.br/leginf/reg/rco.html>não houvesse
alternativa à USP senão realizar pela primeira vez em sua
história, um debate visando implementar um Sistema de Reserva de Vagas com
recorte racial.
O Abaixo-Assinado subscrito por mais de 20% dos membros do
Conselho Universitário foi precedido por diversas solicitações de diversas
entidades e movimentos sociais que nunca foram atendidos e/ou tiveram seus
anseios e propostas ouvidos, mas que nunca desistiram de lutar pela
inclusão dos grupos historicamente excluídos do acesso ao conhecimento nela
gerado e das oportunidades de desenvolvimento que ela oferece aos seus
alunos.
Mais de 50% da população brasileira é negra, enquanto isso, a
USP nunca teve mais de 15% de seus ingressantes negros
(Pretos+Pardos)[1]<#_ftn1>,
sendo que estes estão concentrados principalmente nos cursos de
licenciatura e de menor potencial de mudança social. A USP continua subindo
nos rankings internacionais de universidades e uma quantidade enorme de
dinheiro público é investida nela anualmente, mas ela nada fez para incluir
o povo negro que ela mantém fora de seus muros desde que ela “foi fundada
para formar a elite paulistana”.
Há pouco tempo, o Brasil aprovou a Lei 5.465/1968, conhecida
como 'Lei do Boi', que beneficiava filhos de fazendeiros nos cursos
universitários de Ciências Agrárias através de um Sistema de Cotas[2]<#_ftn2>.
Essa lei vigorou até 1975 os beneficiados nunca foram chamados de
inferiores como os inimigos das Cotas Raciais tentam nos impor. Enquanto
isso, a população negra e branca pobre, que foi escravizada, depois foi
culturalmente perseguida, impedida de exercer seus direitos civis básicos e
submetida a um processo de exclusão que perdura até hoje, os negros nunca
foram beneficiados por políticas voltadas à superação do racismo[3] <#_ftn3>
.
A constitucionalidade das Cotas Raciais foram homologadas pelo STF há um
mês, mas a sua validade científica como instrumento de Ação Afirmativa
voltada à reparação histórica de grupos excluídos. A USP nunca quis fazer a
discussão sobre a Implementação das Cotas Raciais em seu sistema de
seleção, mas ela não é capaz de manter-se contra o pensamento crítico e
formação de opinião construída dentro e fora de seus muros.
* *
Vemos a inclusão da pauta Cotas Raciais no Conselho Universitário da USP
como uma esboço de vitória imposta pela união do Movimento Negro, Sindical
e Estudantil contra o conservadorismo que, ainda e infelizmente, existe nas
Universidades Paulistas.
*FRENTE DE LUTAS PRÓ-COTAS RACIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO***
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[1] <#_ftnref1> http://www.prg.usp.br/site/ (Informação da Pró-Reitoria de
Graduação da USP)
[2] <#_ftnref2>
http://elegisbr.com/cefor/index.php/e-legis/article/view/55(O Negro na
Universidade - Fund. Palmares)
[3] <#_ftnref3>
http://www.uel.br/projetos/leafro/pages/arquivos/O%20Negro%20na%20Universidade.pdf#page=148(Nunes,
2010)
--
Núcleo de Consciência Negra na USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, Trav.4 Bloco 3- Cidade Universitária
São Paulo - SP / CEP:05508-900 / Tel.: (11) 3091-4291
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