sexta-feira, 10 de maio de 2013

Teatro Acessível


Total acessibilidade marca audiência de lançamento da campanha teatro acessível

 
A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, promoveu, nesta quinta-feira, 9, audiência pública para lançar a campanha “Teatro Acessível, Arte, Prazer e Direitos”, em parceria com a Escola de Gente e o Ministério da Cultura. O evento, que atende requerimento do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), tem por objetivo disseminar por todo o Brasil a cultura e a prática do teatro acessível.
Segundo o deputado Wyllys, a audiência, uma das primeiras ações da Subcomissão permanente em defesa de minorias culturais e diversidade, foi importante não apenas por ter sido a primeira audiência com total acessibilidade na história da Casa, mas também por ter dado espaço para um debate sobre a necessidade de se construir políticas públicas e pensar soluções de acessibilidades para um segmento muitas vezes alijado de um direito básico, que é o da cultura.
“Um direito humano é um direito à cultura, no sentido também a esse lazer que as artes e espetáculos proporcionam. Precisamos estender esse acesso a todas e todos os cidadãos brasileiros. Essa campanha é por demais importante nesse contexto, mas também no contexto de que a cultura tem um papel importante no fortalecimento de outros direitos humanos, pois humaniza as pessoas e traz uma vida de pensamento”, diz o deputado.
“Não esperava me emocionar tanto quanto eu me emocionei com as falas, mas o resultado eu esperava”, continua. “A gente queria inaugurar hoje aqui uma discussão que é política e que a gente espera que se traduza em proposição legislativa e política pública de ampliação do acesso das pessoas com deficiência à cultura. A gente sabia que estava transcendendo uma primeira luz, não só pelo tema, mas pelo formato da audiência. A primeira amplamente acessível às pessoas com deficiência, isto é um fato histórico e acho que por isso eu me emocionei tanto”, finaliza o deputado.
A deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ), presidenta da Comissão de Cultura, criada em março deste ano, deu início á audiência registrando a importância do evento, não apenas pelA relevância do tema, mas também por marcar a primeira vez que o parlamento brasileiro recebe uma audiência pública com total acessibilidade - além de Libras, houve também transcrição por texto e audiodescrição. “Essa audiência plena de acessibilidade precisa contaminar esse parlamento, todos os governos e toda a sociedade brasileira”, disse a deputada. “Essa Comissão nos permitiu mostrar que é possível fazer uma audiência pública, e fazer de uma audiência como esta, para todas as comissões, para toda a Casa e para todo o parlamento brasileiro”, diz.
Segundo Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente, Comunicação em Inclusão, o evento foi uma concretização de uma ideal, “Tivemos multiplicidade de representantes: governo, sociedade civil, Ministério Público, empresas, uma gama enorme de pessoas defendendo, refletindo, contribuindo, foi um evento de expansão de consciência, de muita sensibilidade, de responsabilização, um evento doce, forte, de compromisso. Eu senti as pessoas bastante compromissadas até o final e com várias propostas de continuidade", disse.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, também participou do evento e reiterou o compromisso do Ministério da Cultura com a campanha e a acessibilidade cultural que, segundo ela, avançou  bastante no que se refere ao ambiente, mas precisa trabalhar na área de conteúdos. "Os novos ambientes culturais já nascem com a prerrogativa da acessibilidade física. Hoje, a pauta tem que ser a acessibilidade comunicacional, o acesso a conteúdos, aos bens e serviços culturais, aos espetáculos, ao cinema”, ressaltou.
Também estiveram presentes na audiência de lançamento nacional da campanha, as deputadas Mara Gabrilli (PSDB-SP), representando a Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência, a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidenta da Frente Parlamentar Mista da Cultura, a deputada Fátima Bezerra (PT-RN) o deputado Domingos Dutra (PT-MA), o presidente da Funarte, Antonio Grassi, Alexandre Camanho, presidente da Associação  Nacional de Procuradores da República, O Ministro-Chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage Sobrinho, a Diretora da Organização dos Estados Iberoamericanos, Ivana de Siqueira, o Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho de Assis, Representante do Centro de Apoio a Mães de Portadores de Eficiência (CAMPE) DO CEARÁ e Conselheiro Nacional de Juventude pela Escola de Gente, Antonio David Sousa de Almeida, e os atores e atrizes do grupo Os Inclusos e Os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade, representando os personagens da peça “Um Amigo Diferente?”.
São parceiros institucionais da Campanha o Ministério da Cultura, a Frente Parlamentar de Cultura, a Associação Nacional dos Procuradores da República, a Organização dos Estados Ibero-Americanos e a TV Globo.
Durante  o evento, a Comissão de Cultura, a Escola de Gente e o Ministério da Cultura lançaram  um dia temático sobre a prática do teatro acessível, que será celebrado em 19 de Setembro, Dia do Teatro.
 
A Campanha
A Campanha Campanha Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos foi lançada em 2011, pela Escola de Gente, em parceria com o Ministério da Cultura, como parte das comemorações dos 10 anos da organização, tendo como proposta buscar outros caminhos para disseminar com qualidade uma cultura inclusiva, formando plateias, artistas e produtores culturais com essa mentalidade, ainda rara no país. A Campanha tem por objetivo disseminar por todo o Brasil a cultura e a prática do teatro acessível. É uma ação alinhada com o disposto no Decreto Federal nº 5.296/04 e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, primeiro tratado de Direitos Humanos a ser ratificado com valor de Constituição no Brasil, por meio do Decreto Legislativo nº 186/08 e Decreto Federal nº 6.949/09.
“A Campanha trabalha para que a democratização e fruição de bens culturais seja uma realidade, também, para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, transtornos globais do desenvolvimento, com baixo letramento ou que por alguma razão estejam impedidos de participar com autonomia da vida cultural de suas cidades e do país”, ressalta Claudia Werneck, pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva no Brasil e nos demais países da América Latina desde 1992. “Com esse lançamento, queremos criar uma aliança intersetorial e unir poder público, sociedade civil e classe artística em torno do tema” completa.
 
Sobre a Escola de Gente
Comunicação em Inclusão - Na última década, a Escola de Gente vem trabalhando para que as políticas públicas se tornem inclusivas, ou seja, que garantam direitos humanos também para quem tem deficiência e vive na pobreza, especialmente crianças, adolescentes e jovens, uma atuação premiada e reconhecida nacional e internacionalmente que envolve participação  em conselhos, produção e disseminação de marcos teóricos e metodologias próprias, formação de juventudes em mídias acessíveis em universidades, comunidades e favelas, criação de indicadores, consultorias e distintas ações na área da cultura. Desde 2002, a Escola de Gente já sensibilizou diretamente para a causa da inclusão mais de 400 mil pessoas em todas as regiões do Brasil e em 15 países das Américas, Europa, Oceania e África para a causa da inclusão. A organização incide em políticas públicas e integra o Conselho Nacional de Juventude, o Conselho Estadual de Juventude e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entre outras redes. No ano de 2011, recebeu o Prêmio Direitos Humanos na categoria: “Direitos de Pessoas com Deficiência” da presidente Dilma Roussef, a mais alta condecoração que o Estado brasileiro pode oferecer a uma organização da sociedade civil na área dos Direitos Humanos.
 
Assista a íntegra da Audiência Pública: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim