segunda-feira, 21 de abril de 2014

Entrevista pós jogo Glória 0 x 1 Nova Prata

Enfrentamento ao Racismo

ENFRENTAMENTO AO RACISMO INSTITUCIONAL

racismo20.jpgSistema Nações Unidas no Brasil promoveu oficina sobre racismo institucional.

A atividade ocorreu nos dias 9 e 10 de abril, em Brasília-DF.

Nos dias 9 e 10 de abril, 32 funcionários de dez agências do Sistema Nações Unidas no Brasilparticiparam de umaoficina sobre racismo institucional. O objetivo foi refletir sobre a reprodução do racismo nas e pelas instituições, por meio da aplicação do Guia de Enfrentamento do Racismo Institucional, lançado em maio de 2013 e organizado a partir de uma parceria entre organizações da sociedade civil feministas e antirracistas brasileiras, Governo Federal e ONU.

O guia oferece uma metodologia e novos elementos para a construção de diagnósticos, planos de ação e indicadores que permitam o enfrentamento ao racismo institucional e a criação de um ambiente favorável à formulação e implementação de políticas públicas, buscando equalizar o acesso de pessoas vitimas de racismo a seus benefícios.

Esta foi a primeira vez em que a metodologia foi aplicada a uma instituição e marca um momento emblemático para a ONU no Brasil, como forma de olhar com transparência e profundidade suas práticas internas e externas, repensá-las e modificá-las.

Jorge Chediek, coordenador residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, reconheceu a relevância da oficina:

“Nosso mandato central é apoiar o desenvolvimento do Brasil. A partir desta oficina, os funcionários voltam com suas energias recarregadas aos escritórios para trabalharmos, aprofundarmos, melhorarmos nossos argumentos políticos e programáticos e mudarmos nossas práticas internas, de recrutamento e de programas para enfrentar o racismo institucional. Vamos fazer e servir de exemplo. Este é um compromisso do Coordenador Residente e de todo o Sistema Nações Unidas no Brasil.”

Clique e conheça a referência do diagnóstico racismo institucional Comunidade Negra e Comunidade do Samba Região da Metrópole Santista, registrado na Policia civil do Estado de São Paulo.

brasao_cor.jpg
Policia Civil

Deputado Santini em Vacaria RS


Santini participa de reunião do Governo do Estado com produtores de maçã de Vacaria

O deputado Ronaldo Santini (PTB) participou de reunião com os produtores de maçã de Vacaria na sexta-feira (11). A ocasião, que fez parte da Interiorização do Governo do Estado, debateu a renegociação de 105 contratos do setor com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o montante de R$ 74,5 milhões em operações. Vacaria é considerada a capital nacional da maçã.

Durante o jantar, organizado pelo produtores, o governador Tarso Genro anunciou que o Rio Grande do Sul está na iminência de ter a maior safra da história. Também salientou que o Estado está assumindo riscos para o desenvolvimento do estado, renegociando dívidas com a União e buscando recursos junto ao governo federal.
Além de Santini e o governador, participaram da reunião representantes da cadeia produtiva da maçã, o prefeito Elói Poltronieri, vereadores, secretários municipais, empresários e demais lideranças locais.


Notícia: Ederson da Rocha – MTB – 13.365
Legenda: Santini manifestou seu apoio a produção local
Foto: Giovani Spielmann

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Gabinete do Deputado Estadual Ronaldo Santini - PTB
Assessoria de Comunicação
Jornalista: Ederson da Rocha - MTB 13.365
51 3210 1903 - 51 9548 3591
Acompanhe e siga o deputado Ronaldo Santini (PTB/RS):

Stedile: conciliação de classes


Para "Undisclosed-Recipient:;"@xxxdnn1303.locaweb.com.br
Abr 18 em 11:34 PM

Stedile: "o neodesenvolvimentismo chegou ao seu limite"

Segundo a liderança mais expressiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, programa do governo de conciliação de classes "bateu no teto".


Por
Léa Maria Aarão Reis, do Rio de janeiro
ABI
"A reforma agrária fixa o homem no campo e desfaveliza o país." É a ideia central, hoje, do discurso que, com perseverança, põe em prática há 35 anos, o fundador e uma das lideranças mais expressivas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o economista gaúcho João Pedro Stédile, de 61 anos. Carismático, um dos pensadores de raiz marxista e dos ativistas de esquerda mais importantes do país, Stédile não hesita em dizer: "Perdeu-se a oportunidade histórica de fazer a chamada reforma agrária clássica no Brasil." Para ele, o importante agora é a luta resultante da aliança entre os trabalhadores do campo e os da cidade - os que farão a reforma agrária popular. E acrescenta: "A cidade grande é o inferno em vida para o camponês, pois sobra para ele a favela e a superexploração."
 
Gaúcho nascido na cidade de Lagoa Vermelha, região de agropecuária do nordeste do Rio Grande do Sul, nesta entrevista exclusiva a Carta Maior João Pedro relembra três datas seminais do MST, 17 de abril: o Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária, o Dia Mundial da  Luta Campesina e os 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1500 trabalhadores rurais foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do estado e 19 trabalhadores foram por ela assassinados. Privatizações de terras, de acesso aos minérios – do subsolo do país -, de águas, fontes naturais, lençóis freáticos, e até do ar da Amazônia estão na pauta da nossa conversa assim como o tema do agronegócio: "A mídia é a arma para protegê-lo e aos seus lucros," lembra o líder do MST.
 
Carta Maior: Quais as mudanças nas ações do MST a partir deste ano? 

Stédile: A reflexão coletiva no MST e na Via Campesina Brasil é a de que, no passado, estava posto um programa de reforma agrária que visava resolver o problema de terra de trabalho, e ao mesmo tempo desenvolver as forças produtivas, o mercado interno para a indústria nacional e assim participava do processo de desenvolvimento nacional.
 
Esse tipo de reforma agrária ficou conhecido como reforma agrária clássica. Ele se realizava quando havia condições de uma aliança tácita entre os camponeses que precisavam de terra e a burguesia industrial, que precisava de mercado interno. No Brasil, chegamos mais próximo dessa possibilidade na crise da década de 60 quando o governo Goulart apresentou um projeto de reforma agrária clássica, que era também revolucionário para a época. Ele apresentou o projeto dia 13 de março e caiu dia 1 de abril. Mais tarde, esse programa poderia ainda ter sido implementado na redemocratização do país, no governo Tancredo, quando José Gomes da Silva, nosso maior especialista em reforma agrária clássica foi presidente do Incra. Ele preparou um plano que previa assentar 1,4 milhões de famílias em quatro anos. Apresentou ao Sarney dia 4 de outubro e caiu dia 13 de outubro de 85. Quando Lula chegou ao governo também imaginávamos que esse programa poderia ser retomado. Mas aí o contexto econômico e político já era outro. E a reforma agrária clássica ficou nas calendas.
 
CM: A reforma agrária clássica, então, não tem mais sentido aqui no Brasil? E o que é projetado no lugar dela para que se cumpra, enfim, a justiça social e econômica no campo?

Como eu disse: a reforma agrária clássica visava resolver a questão do trabalho no campo e o desenvolvimento industrial com mercado interno. Nos tempos atuais, o que hegemoniza o capitalismo é o capital financeiro e as empresas transnacionais que controlam o mercado mundial de alimentos. Para essa classe dominante não interessa mais reforma agrária, de nenhum tipo, pois eles não precisam de mercado interno, nem de camponeses, nem de indústria nacional. E por isso estão implementando um novo modelo de controle da produção agrícola pelo capital, que é o agronegócio.
 
O agronegócio representa os interesses apenas dos grandes proprietários de terra, do capital financeiro e das empresas transnacionais. Um modelo baseado na monocultura, em que cada fazenda se especializa num só produto como soja, cana, pastagens ou eucalipto. (No Brasil de agora, 80% de todas as terras se dedicam apenas a esses cinco cultivos.) Em lugar de usar mão-de-obra eles fazem uso intensivo de máquinas agrícolas e de venenos, ambos controlados pelas empresas transnacionais. Destroem o meio ambiente, pois o único objetivo é o lucro máximo. E estão completamente dependentes do capital financeiro, que adianta o crédito para que comprem os insumos das empresas transnacionais - e assim se fecha o ciclo.
 
Meia dúzia de empresas fica com o lucro, e o povo fica desempregado e com passivo ambiental, que já está afetando o clima até nas cidades. Por isso, não interessa mais reforma agrária clássica para a classe dominante atual. E ela está inviabilizada para os camponeses. Então, nós temos levantado a tese da necessidade de lutar por um novo tipo de reforma agrária que chamamos de reforma agrária popular.
 
CM: O que você chama de "reforma agrária popular"?

Diante dessa nova realidade agrária, com o domínio do capital internacional e financeiro, fizemos um intenso debate dentro do MST que envolveu toda nossa militância, nossa base, intelectuais e professores, amigos, durante dois anos. E terminamos com a realização do evento do VI Congresso Nacional há menos de dois meses, em fevereiro deste ano onde aprovamos essa formulação da necessidade de uma reforma agrária popular.
 
Reforma agrária popular porque agora ela precisa atender não só as necessidades dos camponeses sem terra, que precisam trabalhar. Mas as necessidades de todo o povo. E o povo precisa de alimentos, alimentos sadios, sem venenos, precisa de emprego, precisa de desenvolvimento da agroindústria, precisa de educação e cultura. Então, o nosso programa de reforma agrária de novo tipo, parte da necessidade de democratização da propriedade da terra, fixando limites, e propõe a reorganização da produção agrícola, priorizando a produção de alimentos sem venenos. Para isso precisamos adotar e universalizar uma nova matriz tecnológica que é a agroecologia. E foi isso que pedimos ao Silvio Tendler para mostrar em seu novo documentário, O veneno está na mesa 2.
 
Como é possível e necessária a matriz da agroecologia para produz alimentos sadios que beneficiam toda a população e evitam as enfermidades, sobretudo o câncer, provocado pelos alimentos contaminados por agrotóxicos. O Instituto Nacional do Câncer advertiu que, neste ano de 2014 teremos 526 mil novos casos de câncer entre os brasileiros. A maior parte deles de mama e de próstata. Precisamos uma reforma agrária que valorize a vida no interior, gerando emprego para jovens. E para isso propomos a implantação de milhares de pequenas agroindústrias na forma de cooperativas que vão dar emprego a milhões de jovens que precisam estudar. Propomos a democratização da educação para que todos tenham os  mesmos direitos e oportunidades sem sair do meio rural.
 
CM: Você tem denunciado que nesse modelo do agronegócio privatiza-se até o ar. Como é isso?

De fato, entre as características desse novo modelo do capital, é que este, agora mais poderoso, pois é dominado pelo capital financeiro e pelas empresas transnacionais, quando chega à agricultura, eprocura se apropriar de todos os recursos naturais para tirar lucro máximo.
 
Em períodos de crise capitalista no hemisfério norte, como o que estamos vivendo, essa necessidade deles aumenta, pois a apropriação privada dos recursos naturais, seja terra, minérios, água, energia elétrica, é fonte inesgotável de uma renda extraordinária, mais além da exploração do trabalho. Pois os recursos estão na natureza, e eles, ao se apropriarem desses recursos, colocam no mercado a preços bem acima do seu valor, medido pelo custo de produção.
 
Para isso, desde a implantação da hegemonia do neoliberalismo, foram impondo condicionamentos jurídicos, em todos os países do mundo, sob orientação dos Estados Unidos e dos organismos internacionais a seu serviço, como FMI, OMC, Banco Mundial, para garantir a propriedade privada de bens da natureza. Então, pela lei de patentes (aprovada em 1995), eles agora podem ser donos das sementes. Para isso fazem mudanças genéticas e dizem que é um novo ser vivo, transgênico, produzido em laboratório. Privatizaram as águas. Seja nos lençóis freáticos, seja nas fontes naturais. Privatizaram o acesso aos minérios.
 
CM: As riquezas do subsolo do país, propriedade da população e que deveriam estar a serviço do povo não escaparam desse processo de espoliação.
 
O Brasil concedeu, nos últimos anos, sob a gestão da velha Arena, que até hoje não largou a teta do Ministério de Minas e Energia, mais de oito mil licenças de mineração no nosso subsolo para empresas privadas que deveriam estar a serviço de todo povo. E agora, como você disse, estão tentando privatizar o oxigênio produzido pelas florestas nativas. Medem pelo GPS a quantidade de oxigênio produzido pelas florestas, emitem um documento que estabelece certo valor e isso se converte em dólares como crédito de carbono que é vendido na Europa para as empresas poluidoras se justificar e assim continuarem poluindo. Aqui, no Brasil, até a empresa Natura está praticando isso.
 
CM: Como agem as transnacionais dessa área no Brasil, hoje? 

Para se ter uma ideia, por outro lado, em termos de valores,  da crise mundial de 2008 para cá entraram no Brasil mais de 200 bilhões de dólares que foram aplicados em recursos naturais. Somente no setor sucroalcoleiro, que era propriedade da tradicional burguesia nacional, agora apenas três empresas transnacionais (Cargill, ADM e Bungue) controlam mais de 50% de todo setor.
 
CM: Muito importante você enfatizar estes temas: mudança de parâmetros da agricultura no país e uma agricultura voltada para a produção de alimentos. Quais os novos parâmetros?

Nossa análise coletiva considera que a organização da produção de alimentos e dos produtos agrícolas tem que estar submetida a outros parâmetros. Os capitalistas, com seu modelo do agronegócio, fundam sua ação baseados apenas no paradigma da produção de mercadorias para o mercado mundial, na busca incessante do lucro máximo, do aumento da produtividade do trabalho e da produtividade física de cada palmo de terra.
 
Nós queremos reorganizá-la baseada em outros parâmetros. Baseados na história da civilização que sempre viu os alimentos como um bem - e não como mercadoria. Visão de que todos os seres humanos têm direito a se alimentar. Na produção agrícola em equilibro com a natureza, e não contra ela. E, sobretudo, organizando a produção para dê trabalho para as pessoas, para que  elas tenham renda e possam viver em boas condições e felizes, no interior, sem cair na ilusão de que somente serão felizes se vierem para a cidade grande. Cidade grande é o inferno em vida para o camponês. Pois sobra para ele apenas a favela e a superexploração.
 
CM: Mas e a bancada ruralista, com trânsito livre nos palácios de Brasília... e o agronegócio - não aceitam esses parâmetros...

Claro, eles são os porta-vozes da classe dominante. Os capitalistas, para manterem seus altos lucros no campo espoliam a natureza e expulsam o povo do interior e se protegem num estado burguês, que é o estado brasileiro. Protegem-se fazendo leis apenas para seus interesses, como fizeram nas mudanças do código florestal etc. Protegem-se com o seu poder judiciário que é o poder ainda monárquico, que inviabiliza as desapropriações para reforma agrária, que impede a legalização das terras indígenas e de quilombolas, que impede inclusive as desapropriações das fazendas com trabalho escravo, como determina a Constituição - mas que eles não cumprem.
 
E tudo isso é respaldado pela mídia televisiva, sobretudo a Globo, a Bandeirantes, SBT, que manipulam todos os dias o nosso povo para lhes dizer que o agronegócio é a única solução. Que o agronegócio é que sustenta o Brasil, quando é justamente o contrário. A mídia é a arma ideológica para proteger o agronegócio e seus lucros.
 
CM: Como se dará a mudança do foco das ações, deslocado para o urbano? Como é esta aliança do MST com as cidades?

O nosso programa de reforma agrária popular implica agora em envolver todo o povo, pois ela não interessa apenas aos sem-terra. E, portanto, temos que explicar ao povo, à classe trabalhadora que a reforma agrária é necessária para ele se alimentar melhor, de forma sadia, sem venenos. Que o programa de agroindústrias vai dar emprego, que universalizar a educação no interior vai gerar milhões de empregos para educadores etc.
 
Esta aliança vai se fazendo através da construção de uma consciência coletiva de todas as classes trabalhadoras. Por um plano de lutas conjunto que envolva a todos na luta por mudanças sociais. E, sobretudo, num programa político de mudanças para o país que unifica todos os setores da classe trabalhadora da cidade e do campo.
 
Tudo isso leva tempo, exige energias, mas é o caminho para construirmos verdadeiras mudanças na cidade e na agricultura. Para isso teremos que travar muitas batalhas, passar por muitos "pedágios" que a classe dominante vai nos impor.
 
CM: E as cidades? A cidade virou um grande negócio que alija os mais pobres cada vez mais para os seus confins. Mas como mudar isto? 
 
Os territórios urbanos, as cidades e suas periferias também estão sendo vitimas desse modelo do grande capital que igualmente quer a renda extraordinária nas cidades, conquistada através da especulação sobre os preços dos prédios, dos terrenos, dos espaços urbanos. A diferença entre o valor real de uma casa, de uma praça, de um prédio, e o preço de mercado, que eles impõem, é que representa a renda da qual eles se apropriam e que toda sociedade acaba pagando.
 
Pior, os trabalhadores acabam sendo expulsos para as periferias de uma maneira permanente, e ali os transportes públicos não chegam. Ou foram privatizados. Ou são caríssimos. Por isso, a bandeira de luta de tarifa zero para os transportes públicos em todas as grandes cidades é mais do que justo e é necessária.
 
A par de tudo isso, como tem defendido nossa querida professora Ermínia Maricato, somente uma grande reforma urbana que devolva ao povo o direito de usar a sua cidade. As cidades foram usurpadas do povo, e agora pertencem apenas aos especuladores, aos bancos e à indústria automobilística.
 
CM: O mais recente governo do PT foi decepcionante?

Os governos Lula e Dilma não foram governos do PT, nem da classe trabalhadora. Foram governos de composição de classe, que gerou um programa de governo do neodesenvolvimentismo, que se propunha a fazer a economia crescer, distribuir renda e retomar o papel do estado suplantando o mercado (dos tempos do neoliberalismo). Nesse sentido eles cumpriram o programa, e nesse programa todas as classes ganharam um pouco, sendo que, como diz o próprio Lula, os banqueiros foram os que mais ganharam.
 
Mas esse programa e essa composição de classes, na opinião dos movimentos sociais, bateram no teto. E agora já não conseguem mais resolver os problemas fundamentais do povo que ainda padece com falta de moradia digna, emprego qualificado, acesso à universidade, e transporte público civilizado. As manifestações do ano passado foram o sinal de que o modelo do neodesenvolvimentismo chegou ao seu limite.
 
E como disse antes, espero que os setores organizados da classe trabalhadora construam um programa unitário de mudanças, e retomem a iniciativa das mobilizações de massa. Isso permitiria termos, no futuro, governos também populares, que possam fazer as mudanças estruturais de que precisamos. Por ora, os movimentos sociais de todo país construíram uma unidade em torno da necessidade de uma reforma política que devolva ao povo a soberania para escolher seus representantes.
 
Já que, no regime atual, as empresas sequestraram as eleições. Veja: segundo o TSE, em torno de 2262 empresas gastaram mais de 4,6 bilhões de reais, nas últimas duas eleições sendo que 80% desses recursos foram de apenas 117 empresas. Ou seja, o novo colégio eleitoral que decide quem deve ser eleito, são essas 117 empresas que usam o dinheiro para elegê-los. Isso precisa mudar, para salvar uma democracia frágil e capenga. Então, a necessidade urgente de uma reforma política. Para tanto, será necessário convocar uma assembléia constituinte soberana (na forma de ser eleita) exclusiva para essas mudanças.
 
CM: Mas a força do MST está intacta - ou não? Vinte mil trabalhadores foram protestar defronte do Planalto, dois meses atrás. Acabaram sendo recebidos pela Presidenta Dilma.
 
O MST é uma pequena parcela do conjunto das forças populares do povo brasileiro. Nós temos procurado nos manter unidos, resistindo à avalanche do capital e mantendo nossos projetos de mudança. Outros setores da classe, influenciados pela pequena burguesia ou pela mídia, foram derrotados em seus projetos. Levamos nossos 15 mil militantes ao VI Congresso, como um espaço de unidade e de celebração de nossa mística da mudança. Por isso, fomos recebidos pela Presidenta, e apresentamos nossas idéias, sem ilusões. As mudanças não vêm de palácios; vêm das ruas e de um povo consciente e organizado; sempre foi assim na historia da humanidade. E nós vamos seguir esse caminho.
 
CM: Esta semana, dia 17 de abril, mais uma vez é lembrada a data dos 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 1500 trabalhadores sem terra foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do Pará e 18 deles cruelmente assassinados por agentes daquela PM. Como está a situação do processo de punição dos policiais que participaram da ação criminosa? Como o MST está agindo sobre o assunto? 

Nunca mais poderemos esquecer aquele  17 de abril de 1996, sendo presidente Fernando Henrique, quando a Polácia Militar do Pará, financiada pela empresa Vale, assassinou cruelmente 19 companheiros nossos. Posteriormente, outros dois vieram a falecer e há ainda até hoje 69 feridos, com sequelas graves.
 
O processo judicial se arrasta até os nossos dias. Apenas os dois comandantes foram condenados a mais de 200 anos de prisão. Porém apelaram, e estão em prisão domiciliar num quartel da PM de Belém, em apartamentos com todas as regalias de oficiais. Tradicionalmente, todos os anos repetimos, no mesmo local, um grande acampamento com a nossa juventude do MST da regional amazônica, para que os nossos jovens não se esqueçam, e ajudem a lutar por justiça e por reforma agrária.
 
Em todo Brasil vamos fazer manifestações, cultos ecumênicos, e protestar perante o poder judiciário, que protege descaradamente apenas os interesses dos ricos e fazendeiros do país. Entre as suas reformas estruturais, o Brasil precisa de uma reforma do judiciário que democratize e coloque esse poder sob controle da sociedade. Haja visto como se comporta o imperador Joaquim Barbosa, com suas estripulias, megalomanias e diárias em tempos de férias. Ainda bem que ele comprou um apartamento em Miami, e imagino que seu sonho é ir morar lá...
 
Em todo mundo, nos mais de cem países em que a Via Campesina está organizada haverá manifestações, pois esse dia 17 de abril foi declarado Dia Mundial da luta camponesa. E até aqui no Brasil, envergonhado, no último ano de seu governo, FHC assinou um decreto, declarando o dia 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Então, nesse dia, é até legal você lutar pela reforma agrária.
Créditos da foto: ABI

      A Morte de Luciano do Valle

      Fui pego de surpresa quando estava no Estádio Altos da Glória com a noticia do falecimento de Luciano do Valle que foi o melhor e maior narrador de futebol da TV brasileira. Deixou um belo legado e uma bela lição para nós que militamos na crônica esportiva, Luciano do Valle foi um empreendedor esportivo, colocou o voleibol e o basquete como esporte nacional no Brasil e motivou outros esportes na t v e descobriu muitos talentos. Uma lenda da crônica esportiva e um bom exemplo para nós e para as futuras gerações da crônica esportiva e para os novos atletas.

      Morre aos 66 anos o narrador Luciano do Valle - 19/04/2014 - Luto No Esp...

      Aos Mártires de Carajas

      17 de abril de 1996:NOSSA HOMENAGEM AOS MARTIRES DE CARAJAS !
       
       
      Homenagem  aos  mártires de carajás, nossos 19 trabalhadores rurais  brutalmente assassinados pela Policia Militar do Pará,  quando era  Presidente Fernando Henrique Cardoso e governava o estado do Para, o senhor ALMIR GABRIEL (PSDB), agora falecido.
       
       
      Não podemos nos esquecer jamais.
      Não  podemos esquecer que até hoje nenhum dos responsaveis foi punido por aquele crime.
       
      Não podemos esquecer que as dezenas de soldados e oficiais, sairam de seus quarteis de Paraupebas e Maraba, com munição real, armados de fuzis e sem identificação nas fardas, prenunciando o massacre,  cercaram os caminhantes e impediram a continuidade da marcha que o MST estava fazendo até Belem.  Todos eles foram todos absolvidos. Alguns morreram assasinados pela violencia social. Outros devem estar remoendo o remorso até hoje.
       
      Não poemos esquecer que comandaram a tropa o Coronel Mário Pantoja e o Major Jose de Oliveira.  Ambos foram condenados a 228 anos de prisão cada.  Porem,  estão recolhidos a apartamentos privativos de oficiais em algum quartel de Belem.
      Não podemos esquecer, que consta nos autos processuais, denunciada pelos advogados da Policia Militar, de que a operação militar foi custeada com recursos da mineradora VALE DO RIO DOCE,  que não queria ter caminhantes atrapalhando a passagem dos seus lucros.
       
      Não podemos esquecer que há entre as vítimas 69 feridos com sequelas, a maioria impossibilitados para o trabalho agricola. As viuvas  foram indenizadas pela Assembleia Legislativa do Para e recebem  um salario minimo mensal.
       
      As centenas de familias que resistiram e sobreviveram, estão finalmente assentadas, na area que reivindicavam desapropriação.  Um latifundio improdutivo de 50 mil hectares, que o então Presidente do Incra, Francisco Graziano considerava antes produtiva.   Agora, são o assentamento 17 de abril.  Sua  agrovila, progressista, se transformou em distrito do municipio de Eldorado de Carajas.  Vivem muito bem, e só a produção de leite atingem mais de 30 mil litros diários para abastecer a população da região.  Há até uma biblioteca com o nome JOSE SARAMAGO, em agradecimento ao seu depoimento solidario.
       
      Por isso as dezenas de organizações campesinas de todo mundo, da VIA CAMPESINA INTERNACIONAl,   reunidas  na II conferencia mundial em  abril de 1996, no Mexico, institutiram o dia 17 de abril: Dia mundial de luta camponesa!
       
      A sociedade brasileira reagiu indignada.  O MST fez entre março aabril de 1997 uma  longa marcha de 1500 quilometros até Brasilia, para exigir justiça, A cidade parou e fomos recebidos por milhares de trabalhadores.
       
      Envergonhado por sua resposabilidade indireta, em novembro de 2002, o então presidente Fernando Henrique Carodoso, sancionou projeto de inciativa da Senadora Marina Silva, que decretou  17 de abril: dia nacional de luta pela reforma  agraria!
       
      Queremos denunciar e lembrar os fatos, através da poesia de PEDRO TIERRA,  escrita  em  homenagem aos mártires. logo após o ocorrido.
       
       
      A Pedagogia dos Aços

      Candelária,
      Carandirú,
      Corumbiara,
      Eldorado dos Carajas ...

      A pedagogia do aços
      golpeia no corpo
      essa atroz geografia ...

      Há cem anos
      Canudos,
      Contestado
      Caldeirão ...

      A pedagogia dos aços
      golpeia no corpo
      essa atroz geografia ...

      Há uma nação de homens
      excluídos da nação.
      Há uma nação de homens
      excluídos da vida.
      Há uma nação de homens
      calados,
      excluídos de toda palavra.
      Há uma nação de homens
      combatendo depois das cercas.
      Há uma nação de homens
      sem rosto,
      soterrado na lama,
      sem nome
      soterrado pelo silêncio.

      Eles rondam o arame
      das cercas
      alumiados pela fogueira
      dos acampamentos.

      Eles rondam o muro das leis
      e ataram no peito
      uma bomba que pulsa:
      o sonho da terra livre.

      O sonho vale uma vida?
      Não sei. Mas aprendi
      da escassa vida que gastei:
      a morte não sonha.

      A vida vale tão pouco
      do lado de fora da cerca ...

      A terra vale um sonho?
      A terra vale infinitas
      reservas de crueldade,
      do lado de dentro da cerca.

      Hoje, o silêncio
      pesa como os olhos de uma criança
      depois da fuzilaria.

      Candelária,
      Carandirú,
      Corumbiara,
      Eldorado dos Carajás não cabem
      na frágil vasilha das palavras ..

      Se calarmos,
      as pedras gritarão ...
       
       
       

      Brasília,
      25/04/96

      Glória 0 x 1 Nova Prata parte 1

      Oficina de Rádio Escolar

      Inter 4 x 1 Grêmio Final do Gauchão 2014 parte 4

      Bola Na Arquibancada: Glória 0 x 1 Nova Prata

      Bola Na Arquibancada: Glória 0 x 1 Nova Prata: Um jogo muito fechado por parte da equipe do Nova Prata da equipe de Nova Prata e fez um antijogo e marcou o seu gol numa infelicidade do...

      http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=523503

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